A nova série da AppleTV + mostra de maneira leve e descontraída as lutas de uma jovem cantora tentando se firmar como musicista em Nova York.
Sinopse: A série é uma carta de amor à diversidade musical de Nova York, explorando a constante busca dos jovens por uma voz única e autêntica. A trama gira ao redor de Bess King (Brittany O’Grady), uma artista muito talentosa que luta para realizar seus sonhos enquanto navega por rejeição, romance e complicadas questões familiares. Mas, aos poucos, ela vai aprender a usar sua melhor arma: a própria voz.
Criada pela musicista Sara Bareilles e pelo cineasta Jessie Nelson, a nova série da Apple Tv + defende o ideal de que qualquer pessoa pode encontrar seu talento, vencer o medo do palco, levantar-se diante de uma platéia e se tornar uma estrela.
Brittany O’Grady interpreta a protagonista da série Bess King, uma aspirante a cantora e compositora que ainda sofre com a humilhação de sua última tentativa de tocar sua própria música ao vivo.
Enquanto ela rabisca notas e trechos de músicas originais, ela vive a vida de uma artista Nova Yorkina que ainda busca sucesso, trabalhando em diversos lugares para se sustentar, seja como bartender, passeadora de cães, professora de vários instrumentos e tocadora de covers em um lar para idosos.
Bess tem um irmão obcecado pela Broadway (Kevin Valdez) que sofre de autismo e requer seus cuidados constantes. Um pai alcoólatra Percy (Chuck Cooper) que já foi um grande artista e uma colega de quarto Prisha (Shalini Bathina) irritada com a pressão de seus pais indianos para que ela encontre um marido.
Músicos tocam todas as noites na boate que ela trabalha como bartender, o que permite muitas oportunidades para que artistas consagrados fazerem participações especiais em Little Voice.
A música é a força vital da série e o ponto de apoio para seus diversos temas de amadurecimento. JJ Abrams como produtor executivo, usa o que a de melhor em Felicity nessa série. Barellis escreveu nove canções originais para Bess, todas permitindo que a atriz O’Grady trouxesse seu tom vocal puro ao estilo soul de Bareilles.
Little Voice muita das vezes une a mecânica de sitcom de Nova Yorkina com uma estética um pouco fantasiosa, dos filmes musicais hollywoodianos, mas não capturando muito da energia ou do espírito do último.
A cidade é vista pela série como um lugar onde o talento musical está em toda parte, e onde quer que Bess vá, há pessoas tocando. Na Calçada? Um cara tocando um piano de cauda. No Parque Central? Um cara batucando em baldes de plástico. Na plataforma de metrô? Velhos cantando R&B.
Muito do programa depende do desejo dos telespectadores de ver Bess ter sucesso e de andar em sua montanha-russa de dois passos para frente e um para trás enquanto ela navega pela paisagem complicada do mundo da música.
Little Voice aborda também outros assuntos sérios fora a música. Por exemplo, o pai de Bess, Percy (Chuck Cooper) um cantor que já foi reverenciado, agora cantando com um quarteto de soul, luta contra o alcoolismo.
Há também a melhor amiga e colega de quarto de Bess, Prisha (Shalini Bathina), uma guitarrista de uma banda de mariachis só de mulheres, que tem medo de se declarar gay para sua conservadora família indiana. Mas, nenhum dos temas recebe o cuidado necessário.
Das subtramas, a do irmão mais velho de Bess, Louie, é a que se destaca. Um jovem autista que está se adaptando a vida adulta e com seus novos companheiros de quarto. Na grande parte da série nos vemos Louie, navegando no mercado de trabalho com dificuldade de se encaixar. Ele é frequentemente julgado por seus empregadores impacientes e evitado por aqueles ao seu redor.
Interpretado por Kevin Valdez, um ator autista de 21 anos, Louie adora assistir tv e exibe um conhecimento enciclopédico de todos os musicais da Broadway. Ele usa camisetas que celebram “O Fantasma da Ópera” e “Hamilton”.
Seu arco ilumina os desafios que homens e mulheres autistas enfrentam ao entrar na idade adulta. Além disso, os conflitos entre ele e seus colegas de quarto autistas em sua casa grupal, especialmente sua amizade com Phil (Sam Lazarus), são tão genuínos que você irá quase desejar que a série fosse dele.
Little Voice é um bom programa de Nova York, aproveitando ao máximo as locações pela cidade e encontrando alegria especial em músicos de rua de todos os níveis de habilidade.
Little Voice captura o espírito entusiasta e empreendedor de jovens criativos, como a maneira como uma filmagem de um videoclipe de baixo orçamento atinge sua melhor forma graças a uma bicicleta, um carrinho de mão e alguns amigos dispostos a ajudar.
Little Voice pode não ser uma obra-prima, que irá fazer você abrir sua carteira e assinar o Apple tv +, mas se junta a um catálogo diversificado e crescente de séries originais da Apple, cuja plataforma ainda está lutando para encontrar seu espaço.
Portanto, acima de tudo, Little Voice é um espectáculo cheio de vida e de profundo amor pelo que a música significa e para quem devota a sua vida à sua criação.
A 1ª temporada de Little Voice está disponível por completo na Apple Tv +.
Nota Final: 4 / 5