3% – A Primeira Série Brasileira da Netflix chega ao Fim

Algum tempo atrás chegou ao catálogo da Netflix o final de 3%, a primeira série brasileira do gigante do streaming Netflix. Essa que foi um sucesso e abriu portas para outras diversas produções brasileiras.  

Sinopse: Em um futuro pós-apocalíptico não muito distante, o planeta é um lugar devastado. O Continente é uma região do Brasil miserável, decadente e escassa de recursos. Aos 20 anos de idade, todo cidadão recebe a chance de passar pelo Processo, uma rigorosa seleção de provas físicas, morais e psicológicas que oferece a chance de ascender ao Mar Alto, uma região onde tudo é abundante e as oportunidades de vida são extensas. Entretanto, somente 3% dos inscritos chegarão até lá. 

De volta para sua quarta e última temporada, 3% retorna para mais 7 episódios de ação distópica. Continuando de onde parou na terceira temporada, 3% perdem pouco tempo relembrando eventos anteriores e foca no conflito final.                                                                       

Desenvolvida por Pedro Aguilera para um projeto na sua faculdade (USP), 3% foi lançada como um episódio piloto independente no YouTube em 2009, após um dos executivos da Netflix ver esse piloto no Youtube, ele procurou o criador para desenvolver essa série para o serviço de streaming.

Recomeçando não muito depois da temporada, o ponto crucial da temporada é o conflito abrangente entre o Processo agora sendo governado por André e a Concha.

A temporada final da série tem 7 episódios e um objetivo simples e explosivo, do qual o último tem quase 75 minutos. Por causa disso, há uma abordagem que dispensa enrolação para alguns assuntos que, sem dúvida, torna essa temporada mais dinâmica que as anteriores.

©Netflix

Nesta temporada Joana, Rafael, Marco e outros membros da concha decidem pôr um fim ao processo e vão para o mar alto com esse único objetivo em mente. Embora existam recursos redentores, esses personagens também estão atolados de motivações questionáveis.

É importante notar que Michele se afasta como personagem principal desta vez. Em vez disso, Joana torna-se o foco central de grande parte da série. Embora isso por si só seja bom, uma de suas sub-tramas envolve descobrir quem é sua mãe. Esse que talvez seja uma das únicas sub-tramas que fazem sentido na história, outros personagens têm motivações oscilantes e um pouco artificial na forma como são apresentadas.

3% continua a usar flashbacks para cada um dos diferentes personagens e isso é facilmente um dos grandes pontos positivos desta temporada. Eles funcionam lindamente para adicionar contexto e peso a cada episódio, além de aprofundar mais sobre esses diferentes personagens.

©Netflix

No geral, os 3% completa bem a sua história em quatro temporadas, mas o final provavelmente será objeto de muito debate entre os fãs. As ideias do último ano são certamente boas e alguns dos episódios individuais estão muito bem escritos. 

Apesar de sua premissa distópica intrigante, 3% sempre foi sobre seus personagens, e isso permanece e é aprofundado na temporada final, apesar da troca de protagonistas. 

Um ou dois subenredos pessoais permanecem um pouco sem solução, porém, dado que esta é a temporada final, será um pouco difícil de engolir para muitos.

Com uma escrita mais ou menos sólida, uma direção clara e senso de propósito. A temporada final de 3% com certeza dividirá os espectadores. A primeira série brasileira na Netflix termina as coisas da melhor maneira que pode, mas está longe de ser um final Inesquecível .

3% está disponível por completo na Netflix.

Nota Final: 3.5 / 5