Uma Rápida Resenha, Uma Breve Crítica: Eu Sou o Número Quatro (e os outros seis livros da saga Os Legados de Lorien)

Retornos triunfantes sempre fazem parte dos plot twist das histórias que lemos, seguindo esta receita quase infalível aqui estou, novamente, e assim a Lanterna de Tinta retorna a seu posto de colunista literária. Basicamente eu desejo que, após enfrentar Balrog na torre de astronomia e dar um salto de fé, meu retorno das profundezas do Tártaro seja mesmo triunfante, e que os jogos estejam sempre ao nosso favor.

Para essa reinauguração decidi escrever mais uma coluna para a minha série: “Uma Rápida Resenha, Uma Breve Crítica“. Hoje falaremos sobre a saga escrita pelo Ancião lorieno, Pittacus Lore, pseudônimo divertido, pois insere mais um mistério na história, usado por James Frey (1969-) e Jobie Hughes (1980-), esses dois são terráqueos.

(NÃO CONTÉM SPOILERS DOS LIVROS DE DOIS AO SETE)

Uma Rápida Resenha

© iphoneswallpapers

Os aliens estão entre nós… Acho que essa frase seria um bom resumo superficial da história, que começa deixando bem claro que esse relatos são “reais”. Nosso personagem principal é um adolescente que, quando ainda era bem criança teve que fugir de seu planeta natal, Lorien. Ele escolhe seu próximo nome, John Smith, logo no início do primeiro livro, pois enquanto fugiam às pressas de um mundo em chamas, foi dado apenas um número para cada uma das nove crianças que embarcaram na espaçonave junto de seus novos responsáveis legais, os Cêpans (que nada mais são do que lorienos que não possuem Legados, ou seja, poderes, com os quais apenas uma porcentagem da população loriena nasce e desenvolve).

John Smith é o número quatro e, partindo com ele, estava Henri, seu guardião. Em resumo, era a missão desses dezoito lorienos virem para a Terra, se misturem aos terráqueos, treinar, ficar forte e derrotar os mogadorianos, uma raça alienígena nômade. Mas, principalmente, sua missão apenas terminará quando esses jovens e seus tutores restaurarem seu planeta em sua antiga glória.

Pequenas Maravilhas

“NÓS podemos estar ao seu lado agora mesmo.”

Essa é a primeira frase que se lê na capa de trás do livro. O jeito como eles apresentam a história, onde geralmente se colocam resumos, foi genial. Aguçou o ser curioso que habita em mim! Se eu gostei da história ou não, realmente não importa. Pois acima de boa ou ruim, essa história é original.

Hoje em dia é difícil acharmos algo totalmente novo, por isso precisamos redefinir o conceito de originalidade. Ser original, hoje, está nos detalhes, nos perfis dos personagens, no desenvolvimento dos acontecimentos, na diversidade de situações e locais, e não em criar uma história sem inspiração em outras histórias ou conceitos, como: histórias de vampiros, realidades pós apocalípticas, ou um mundo medieval de magias e seres míticos. E eu afirmo que os detalhes da série Os Legados de Lorien são muito originais. Logo mais falarei sobre alguns deles de um modo sutil.

Crie Expectativas, Meu Caro

Preciso confessar que devorei os livros. Foi um atrás do outro, em uma leitura ávida por respostas e clamando por uma conclusão; aquela clássica situação em que o leitor vai rápido demais e quando acaba só resta o sombrio e amargo vazio. Sagas, principalmente as longas, geralmente acabam com nosso psicológico e emocional, e com Os Legados de Lorien não foi diferente. Existem cenas de batalhas, fugas, invasões a locais secretos, revelações há muito guardadas em sigilo, encontros e desencontros. Esses acontecimentos não se limitam, na verdade eles estão em todos os sete livros.

Os livros abordam nichos como: família, onde vemos a importância de se ter fortes laços com as pessoas que fazem parte dela, seja ela como for; amor, porém abordado sob diversas perspectivas; amizade, de fato um dos assuntos importantes do livro; união, e, apesar de termos vários temas, nenhum outro supera esse em força e importância; traição, e até hoje faz meu coração doer pela forma como esse quesito é tratado no livro; realidade, aqui vemos o conhecimento dos autores a respeito do comportamento humano; manipulação, e, para mim, isso é o causador dos grandes maus causados nessa história, pois foi o tipo de manipulação brutal, não daquele tipo que apenas corrompe, mas sim o tipo de manipulação que destrói e mata.

Eles Estão Entre Nós

John e Sarah representados em uma fanart de Os Legados de Lorien
©ZhirkavaMargarita

Na saga vemos um cuidado surpreendente com a personalidade de cada um dos personagens que fazem parte do “círculo central” da narrativa, em outras palavras, é como se cada um deles fossem reais, o que acontece em todo bom livro . Os personagens são interessantes e é por isso que eu não quero influenciar sua opinião inicial sobre alguns, exceto o Bernie Kosar, pois ou você o ama, ou então você nunca leu o livro.

Especialmente no primeiro livro você vai encontrar estereótipos bem característicos nos personagens, apesar de eu falar que eles são bem desenvolvidos. Então temos os vilões, o mocinho, a mocinha, o bad boy, o nerd, o paizão, porém isso de nada tira o valor da obra. Na verdade, saiba que, de formas inesperadas, tudo isso vai explodir na sua cara e você colocará o livro de lado (independente de qual deles seja) por um momento para respirar e absorver o que aconteceu.

Os detalhes originais que comentei ali em cima foram o que me deixaram em dúvida sobre o que eu senti pela saga Os Legados de Lorien. Muitos resultados e ocorridos na história são surpreendentes, mas às vezes nós só queremos ler uma aventura clichê. Da mesma forma, até hoje um deles  abala meu senso de moral e eu não saberia dizer o que faria no lugar do John ou de outra personagem loriena (os que mais foram afetados pelo ocorrido).

    Nem Tudo São Rosas

Apesar de as capas terem artes lindas e serem bem chamativas, um ponto me incomodou quando analisei os títulos de cada um dos livros, quer dizer, ainda me incomoda, acho que sempre me incomodará. A partir do dois até o cinco ELES ERRARAM OS TÍTULOS! Veja bem, o primeiro se chama Eu Sou o Número Quatro, os outros são: O Poder dos Seis; A Ascensão dos Nove; A Queda dos Cinco; A Vingança dos Sete; os dois últimos estão corretos: O Destino da Número Dez e Unidos Somos Um.

(A PARTIR DAQUI EXISTE UM ÍNFIMO SPOILER NOS TÍTULOS CORRIGIDOS)

Os títulos errados não faziam muito sentido com a história até eu perceber que ele deveriam ser assim: O Poder da Seis; A Ascensão do Nove, o outro é A Queda do Cinco e, por fim, A Vingança da Sete. Eu sei que é um detalhe bem mequetrefe, mas sempre me incomodará. Portanto eu decidi contar sobre ele aqui no final para que pessoas perfeccionistas como eu já saibam o que vão encontrar.

Eu refleti muito sobre o que bem e o mal que todos carregamos dentro de nós (e que aquele que é alimentado é o que vai predominar)com a saga Os Legados de Lorien, acontece que até hoje me pergunto a que ponto podemos culpar os outros e nos culparmos por alguns tipos de acontecimentos. Os autores trouxeram questões perigosas e que sempre dividirão águas, que envolve descobrir como se pode julgar uma pessoa que passou por coisas que você nunca passará? Como perdoar alguém que que cometeu crueldade extrema, sendo ele vilão ou não? E o copo? Está meio cheio ou meio vazio?

Eu deixo para vocês esse link aqui que te levará ao catalogo da editora Intrínseca, lá você vai encontrar mais informações sobre Os Arquivos Perdidos. É um box digital com 15 e-books de uma saga com histórias paralelas sobre os personagens pouco explorados durante a saga original.

Por enquanto fico por aqui. Por acaso acabou de me conhecer? Então leia minhas colunas desta mesma série aqui, onde falo sobre Viagem ao Centro da Terra aqui, onde conto para vocês algumas coisas do livro Fahrenheit 451. Gostou da coluna? Já leu Os Legados de Lorien? Conhece a história pelo filme ou livro? Conte-nos tudo deixando um comentário (apenas não deixe spoilers). Aos domingos serão postadas novas colunas.