Viúva Negra – Uma heroína em fuga

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Sofrendo com os atrasos por conta da pandemia de COVID-19, Viúva Negra, o filme solo de Natasha Romanoff, finalmente estreou no Disney Plus e em cinemas selecionados. Seguindo diretamente os acontecimentos de Capitão América: Guera Civil, acompanhamos Natasha e sua situação de fugitiva. Depois de ficar ao lado de Steve Rogers e não assinar os acordos de Sokovia, a heroína precisa fugir do Agente Ross, que já havia prendido o Gavião Arqueiro, Homem-Formiga e outros heróis. A partir daí, que o roteiro de Viúva Negra se desenvolve.

FINALMENTE O PROTAGONISMO

É impossível de não citar o quanto esse filme já era aguardado pelos fãs. Também não dá para deixar de dizer que um filme solo para Viúva Negra já deveria ter acontecido há muito tempo. Talvez logo depois de Guerra Civil, por exemplo. Mas não deixa, claro, de ser bem-vindo e um ótimo acréscimo ao UCM (Universo Cinematográfico da Marvel).

O filme começa nos situando do passado de Natasha e sua família, em 1995. Os agentes secretos russos Alexei (David Harbour) e Melina (Rachel Weisz) se passam por uma família normal que mora em Ohio, junto de suas filhas, Natasha (Scarlett Johansson) e Yelena (Florence Pugh). Depois de completar uma missão, Alexei e Melina fogem com suas filhas para Cuba e lá se encontram com seu chefe General Dreykov. Ele leva Natasha e Yelena para a Sala Vermelha, aonde meninas são treinadas para serem assassinas chamadas de Viúvas Negras.

Os anos se passam, Natasha deserta para a SHIELD, depois de explodir o escritório de Dreykov, aparentemente matando ele e sua filha. Mas não é isso que acontece e, agora, em 2016, Yelena descobre uma substância que pode cortar o controle mental que as Viúvas Negras sofrem. Ela então manda essa substância para Natasha em seu esconderijo e as duas acabam se encontrando, tendo como objetivo acabar com Dreykov.

©Walt Disney Studios

NATASHA E YELENA

O filme tem um começo bem rápido e eficaz, situando o público, lembrando de fatos importantes que conectam Viúva Negra a Guerra Civil e também nos mostrando mais do passado da heroína, mesmo que brevemente. O que importa aqui é essa nova missão que aparece para Natasha e o desenvolvimento emocional que esse reencontro com sua irmã causa na personagem. Além de Yelena, Natasha também se reencontra com seu “pai”.

Vemos um lado que não tínhamos visto ainda de Natasha, suas relações mais pessoas, sua família, apesar de essa reunião ser clichê e pode não agradar algumas pessoas. Acho que foi uma forma de humanizar mais a personagem e entrar mais na mente dela, como ela realmente se sente, ainda mais quando ela é confrontada por decisões e atitudes de seu passado. Ela também tem esse arrependimento de ter ficado distante de sua irmã, Yelena.

Personagem essa, que rouba a cena muitas vezes. A atriz Florence Pugh foi uma excelente escolha para o papel. Yelena é engraçada, divertida, determinada e cabeça-dura, batendo de frente com Natasha. A relação das duas é muito interessante de se acompanhar. Acho que isso se deve a atuação de Florence Pugh e também de Scarlett Johansson, que lida muito bem com as cenas mais emotivas e pesadas do filme. As duas tem uma química muito boa e isso se reflete em tela.

FILME DIGNO DO UCM

Viúva Negra, além de ter uma história consistente, ainda é um ótimo filme de ação para a heroína. As cenas de lutas são incríveis, muito bem coreografadas. Realmente é um filme que funciona logo após os acontecimentos de Guerra Civil. Também é uma forma de explorar a situação que Natasha se encontra. Logo depois de encontrar uma família na sua união com os outros Vingadores, Natasha perde isso. Seu protagonismo muitas vezes foi colocado de lado, até porque ela era a única heroína do grupo e o foco muitas vezes ficava nos personagens masculinos e nunca nela.

Natasha mesmo diz no filme, que acaba descobrindo que tinha duas famílias e não nenhuma como ela imaginava. Vemos sua determinação de ajudar os outros vingadores a escaparem e logo isso se conecta a Guerra Infinita. Pequenas conexões também são bem-vindas e emocionam, como o fato de Natasha estar usando o colete de Yelena durante o filme Guerra Infinita inteiro.

Vemos também Natasha superar traumas. É muito poderoso o fato de ela e sua irmã batalharem para libertar as outras Viúvas Negras, que são exploradas por Dreykov. Natasha se mostra mais vulnerável no filme, pois finalmente vemos sua verdadeira face, não somente a fria assassina e, posteriormente, vingadora. Seus erros a atormentam, mas seus acertos fazem com que ela tenha forças para continuar batalhando por sua família, os vingadores. E, também, depois dos acontecimentos do filme, ela se reconecta com sua família.

©Walt Disney Studios

CONEXÃO COM GAVIÃO ARQUEIRO? (SPOILERS)

Agora, sobre a cena pós-créditos. Sabemos que Natasha acaba morrendo, mas na cena vemos Yelena visitando o seu túmulo. Foi uma grande surpresa de ver, ao seu lado, Val! Sim, a mesma personagem que aparece em Falcão e o Soldado Invernal, série da Disney Plus. Agatha mostra para Yelena uma foto de Clint Barton, o Gavião Arqueiro, dizendo que ele foi responsável pela morte de Natasha. O que não é verdade, apesar de ele estar com Natasha quando ela se sacrificou para conseguir a joia da alma.

Isso me leva a crer que ainda veremos mais de Agatha no UCM e, principalmente, veremos mais de Yelena. Fica um sentimento de que Natasha passou o bastão para Yelena e é possível que a personagem seja mais explorada. Além disso, o fato de Agatha citar Clint, pode deixar aí um gancho para que Yelena apareça na série do Gavião Arqueiro, que ainda vem aí esse ano. Será?