Valheim – Primeiras impressões de um novo mundo Viking

 

Desenvolvido pela Iron Gate AB, Valheim chega surpreendendo não apenas pela quantidade de vendas (mais de 4 milhões de cópias na Steam), mas por se tratar de um game sandbox de sobrevivência com uma temática extremamente bem aceita nos dias de hoje, aliada a uma jogabilidade relativamente simples e empolgante. Misturar a mitologia Viking a uma boa ideia no universo do entretenimento é o mesmo que garantir milhares de possibilidades narrativas que podem surpreender inclusive os maiores fãs desse tipo de conteúdo.

Mas a gente sabe que não é simples um game desenvolvido por um estúdio tão pequeno conseguir tantos players sem que o jogo seja, pelo menos, intrigante. Certo? Então vem comigo para as primeiras impressões de Valheim.

Uma narrativa simples, mas divertida:

Não é de se estranhar que um game das proporções de Valheim acabe sofrendo um pouco no aspecto de lore, e particularmente eu não esperava muito da narrativa. Mas vamos lá!

Na mitologia do game, Valheim é o 10º mundo (diferindo dos 9 conhecidos da mitologia original) criado por Odin, aqui sendo referido mais comumente como “Pai de todos”, para servir como uma espécie de “prisão” e exílio para seus inimigos. Porém, este mundo passou muito tempo a margem da vigilância dos deuses, e esse acontecimento possibilitou uma organização contrária a Odin.

Com o objetivo de acabar com a ameaça cada vez mais presente, o “Pai de todos” decide enviar alguns humanos de Valhalla para este mundo na crença de que eles serão capazes de acabar com os exilados, uma vez que eles poderão reviver infinitas vezes para concluírem suas missões.

Nota: Valhalla, na mitologia nórdica, é um majestoso e enorme salão com diversos quartos, situado em Asgard, dominado pelo deus Odin. Segundo a crença Viking, metade dos que morrem em combate são levados pelas valquírias após a morte, enquanto que a outra metade vai para os campos Folkvang da deusa Freia. Em Valhala, os mortos se juntam às massas daqueles que morreram em combate conhecido como Einherjar, bem como vários heróis lendários da mitologia germânica, que se preparam para ajudar Odin durante os eventos do Ragnarök.

Deste modo, o player consegue criar seu personagem (masculino ou feminino) e viver uma história única, mas sem um passado. Isso significa que, apesar de simples e bem “redondinha”, a narrativa não chega a ser um dos diferenciais do game, mas ainda assim sendo utilizada muito bem como um pano de fundo. E só por isso já merece créditos.

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Gameplay, sensação de imersão e um mundo surpreendente:

Em se tratando de mecânicas, Valheim não chega a ser inovador, mas faz muito bem praticamente tudo ao que se propõe. Você vai perceber que existem diversos pontos de gameplay onde os desenvolvedores aparentemente se dedicaram mais. Um exemplo é a gravidade e a forma como você precisa se esforçar para evoluir suas habilidades e alcançar novos patamares.

Além disso, e vale a ressalva, o jogo possibilita que você se divirta sozinho, ou em grupos de até 10 pessoas, onde é possível criar diversos elementos relevantes para a sua aventura, como barcos, casas, armas e etc. Além de tudo, o fato de poder velejar como um verdadeiro Viking foi uma das coisas que mais me chamaram atenção antes mesmo de jogar Valheim.

O sistema de construção e forjas é uma das coisas mais importantes no game, principalmente por ser o que fará você realmente progredir, inclusive, vai por mim, você precisa procurar muito bem as melhores formas de criar armas, principalmente as de curto alcance, como machados e espadas, mas sem esquecer das lanças e arcos.

Prudência nunca é demais:

Eu comecei a jogatina simplesmente explorando o mundo, queria testar os limites do avanço sem fugir de todos os combates, mas me dei mal. “Hit kill” era uma constante, então você vai precisar realmente se dedicar e evoluir aos poucos, mas não precisa ficar preocupado, porque nesse ponto, acredito que as progressões são bem justas, além de que, Odin te enviou um corvo que dará altas dicas de como proceder (mesmo que as vezes você ainda possa se sentir perdido).

Um dos pontos altos dessa relativa dificuldade no avanço de suas melhorias é um dos charmes de Valheim, que foge um pouco daquela metodologia em que as coisas chegam muito facilmente aos players. A sensação de superar um obstáculo (distâncias, inimigos e até animais selvagens) é realmente recompensadora, e o mundo, apesar de não ser um primor técnico, é muito imersivo em sua proposta.

Causas e consequências:

Assim como eu havia antecipado, Valheim parece ter sido feito com muito carinho, então algumas mecânicas são surpreendentemente bem-vindas, como por exemplo, o fato de que se você não souber combar bem a sua estratégia de combate entre ataque e defesa, você certamente será punido. A mecânica de estamina também adiciona um elemento extra que obriga o jogador a pensar muito bem antes de tomar algumas ações, ou isso pode causar mais uma morte na sua conta. Muita gente, inclusive, lembra do gênero soulsborne nesse aspecto da necessidade de ser não apenas forte, mas inteligente para triunfar no combate.

Isso me faz lembrar que, da mesma forma que adorei a ideia de velejar pelo game, percebi que existiam muitas outras coisas para se preocupar. Por exemplo: A mudança do clima (com chuva ou ensolarado, por exemplo) te impõe desafios distintos e divertidos. Além disso, você tem que se preocupar com a alimentação e até mesmo se o personagem está com muito frio, afinal, sem isso, não apenas a gente não sobreviveria, mas nosso personagem também não.

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Estilo gráfico limitado, mas que não afeta a experiência:

Se tem um ponto que certamente não chama atenção em Valheim, é a qualidade gráfica. Ela certamente pode afastar quem está acostumado com os gráficos mais modernos, mas, depois que você supera essa barreira (caso seja o seu caso), ela deixa de incomodar. Mas as questões técnicas de Valheim, inclusive na trilha sonora, que não me chamou atenção, são suficientemente justas para valer as horas que o game pode proporcionar até mesmo aos jogadores mais exigentes.

Concluindo:

Valheim foi uma experiência que, incialmente, não me chamou atenção, principalmente porque eu me sentia perdido naquela imensidão de universo, mas a medida que eu fui dando oportunidade para que o jogo se desenrolasse, pude enxergar o diamante que ainda está sendo polido.

Não me entendam mal, o game tem pontos altos, principalmente na diversão, mas ainda tem a “cara” de um jogo incompleto. Porém, é verdade que foi uma grata surpresa ter a oportunidade de viver na pele de um Viking que evolui graças aos seus próprios esforços.

O sentimento de recompensa é uma constante e as mecânicas do game fazem com que você se sinta realmente um Viking sob as ordens de Odin. Seja você um guerreiro ou uma guerreira, lute junto ao “Pai de todos” em busca de glória, mas sem esquecer da diversão.

Enfim, vale lembrar que Valheim está disponível, atualmente, apenas para a plataforma PC e em Early Access.

Requisitos mínimos para Valheim:
Sistema Operacional: Windows 7 ou superior
Processador: 2.6 Ghz Dual Core ou similar
Memória RAM: 4GB de RAM
GPU: Série GeForce GTX 500 ou similar
DirectX: 11
Armazenamento: 1 GB de espaço livre