The World Ends With You; uma aventura única!

The World Ends With You (Ou só TWEWY, para abreviar), é um jogo produzido pela Square Enix, empresa reconhecida mundialmente pelos seus jogos, principalmente os RPGs, como os vários jogos das séries Final Fantasy, Dragon Quest, Kingdom Hearts dentre várias outras, com a parceria de outras duas empresas, que por mais que não sejam tão conhecidas assim, tem o seu mérito. A primeira é a Jupiter, responsável pela produção de vários jogos do estilo Puzzle no Nitendo DS, sendo mais reconhecida pela série Picross, já a outra, é um pouco mais conhecida, é a H.a.n.d, que por mais que não tenha uma série de jogos própria que tenha grande renome, já trabalhou com várias produções das empresas grandes, como Kingdom Hearts 358/2 Days, Puyo Puyo 7, e até mesmo recentemente em Digimon Story Cyber Sleuth: Complete edition (especificamente essa versão)

O jogo foi originalmente em 2007 para o console Nintendo DS, da Nintendo, e se garantiu como um dos grandes títulos de RPG do portátil, sendo até mesmo relançado para celulares Android e IOS na versão Solo Remix, e mais recentemente, para o Nintendo Switch, na versão Final Remix, além de até mesmo uma nova animação anunciada no ano de 2020

E não é para menos, pois seu desenvolvimento teve uma equipe de peso, com a participação de vários nomes grandes, como Tatsuya Kando, Gen Kobayashi, Takeharu Ishimoto, e até mesmo Tetsuya Nomura, nome que você talvez já tenha ouvido falar, já que ele é um dos maiores responsáveis por Kingdom Hearts, e que recentemente, dirigiu o tão aguardado e aclamado, Final Fantasy VII Remake.

Porém, mesmo com toda essa equipe de produção, e todo o seu reconhecimento na época, a franquia, mesmo com os relançamentos, acabou ficando esquecido com o tempo, sendo que a sua participação mais lembrada pela maioria, é a de seus personagens no jogo Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance.

Mas do que se trata esse jogo? Ele é bom? Vale a pena mesmo conhecer ele?

Mas antes de responder essas questões, quero avisar que, depois de muito tempo pensando para escolher qual versão do jogo falar sobre, eu decidi que aqui eu vou falar prioritariamente da Solo Remix, por dois motivos: Primeiramente, ele é o mais acessível, tanto em questão de plataformas disponíveis, já que essa é a versão para dispositivos móveis, mas como também acessível em preço, já que a versão portátil de fato é mais barata que a de console. Já o segundo motivo é, as diferenças dos dois jogos, por mais que sejam até grandes, ao todo não são tão significativas, há sim uma melhora de gráficos, novos elementos, uma jogabilidade diferente, e até mesmo um capítulo adicional, mas não é nada que seja essencial ou indispensável ao todo, então não seria algo muito necessário de comentar aqui, por mais que eu vá sim comentar algumas diferenças e adições feitas para a versão de Switch.

Pronto, agora sim, sem mais delongas, vamos lá!

Narrativa

TWEWY conta a história de Neku Sakuraba, um jovem introspectivo, solitário, e até mesmo um pouco agressivo, mas que adora escutar música nos seus fones de ouvido, e de apreciar artes Grafitti, principalmente de CAT, seu artista favorito.

Porém, em uma dia sem muita explicação, Neku acaba caído no meio da rua cruzada de Shibuya, uma região bem conhecida de Tóquio, lá, ele percebe um estranho broche na sua mão, um Pin, que lhe dá o poder de ler a mente das pessoas na rua, e na sua outra mão, um estranho contador, porém, ele não tem muito tempo para pensar no que está acontecendo, pois é atacado por criaturas bizarras que parecem sapos. Ao fugir, Neku acaba se deparando com Shiki, uma garota que sem muitas explicações, pede para ele formar um “Vínculo” com ela, algo que a princípio não faz muito sentido para Neku, mais depois que aceito, eles conseguem lidar com os perigos que estavam enfrentando.

Depois de resolver a situação, Shiki explica a situação, em suma, eles estão participando de um jogo, chamado Reaper’s Game, em que os jogadores têm que cumprir diversos objetivos no tempo limite, durante os 7 dias de duração, sendo que para sobreviver, é necessário um parceiro, para que ambos juntos precisam cooperar para passar cada situação (que no caso de Neku, Shiki se tornou sua parceira) caso contrário, eles perderão o jogo e, consequentemente, serão apagados da existência. 

A partir daí, Neku resolve sim participar e resolver o desafio diário, mesmo que com um completo desgosto da situação, e principalmente da parceria, mas ao resolver o desafio, ele descobre por um dos organizadores a verdade sobre a situação, Neku, Shiki, e todos os competidores não estão só competindo para não serem apagados, mas também para voltar a vida. Sim, nesse tempo todo, desde que acordou em Shibuya, Neku está morto no mundo real, mas diferente dos outros jogadores, por algum motivo estranho, Neku não só não lembra da própria morte, mas também como era sua própria vida, ou seja, ele perdeu suas memórias.

Esse é o primeiro capítulo de TWEWY, e há muitos outros, com diversas reviravoltas, desafios, amizades, e muito mais!

O interessante de TWEWY, por mais que eu não possa falar com muitos detalhes, para evitar Spoiler, são seus personagens. Além de Neku, você vai encontrar outros jogadores, como o Skatista Beat, sua simpática parceira Rhyme, e também o misterioso Joshua, além do senhor Hanekoma. Mas também os vilões e adversários, os Reapers, também são ótimos e super carismáticos, com vários deles no meio da trama, incrementando não só o mistério, como os desafios que você terá que passar pela frente.

Jogabilidade

A jogabilidade TWEWY com certeza é única, principalmente se comparada com a de outros RPGs ainda hoje.

Conforme você passar os desafios e derrotando as criaturas, que recebem o nome de “Noise”, você irá adquirir vários Pins, que irão dar diversos poderes para Neku, a partir daí, cada Pin tem um poder e maneira diferente de usar, para alguns, você terá que deslizar Neku para uma direção específica para efetuar o ataque, para outros, você terá que apertar um ponto específico da tela, e há várias outras combinações diferentes. Mas não só isso, como no Reaper’s Game, é necessário fazer uma parceria, sempre o seu companheiro de grupo poderá participar das lutas, podendo atacar em conjunto, e até mesmo realizando golpes especiais com Neku, quando as condições estiverem favoráveis para isso.

Mas não somente de lutas vive o jogo, além de enfrentar os inimigos no caminho, será necessário cumprir várias missões diversas, em toda a Shibuya, seja encontrando o NPC, seja ler a mente de algum personagem específico, resolver alguma charada, chegar a certo ponto, ou até mesmo jogar um minigame, há diversas missões, e o jogo sabe bem aproveitar os poderes dos personagens para deixar tudo dinâmico e diverso.

Trilha sonora e dublagem

Esse é um dos pontos mais fortes do jogo, e sinceramente, um dos meus favoritos.

A trilha sonora de The World Ends With You é simplesmente maravilhosa!

Em sua trilha, boa parte é composta de música Eletrônica, Hip Hop, e Rock, e maioria das músicas são muito boas, com vários artistas diferentes participando.

Um detalhe bem legal também é que, diferente da maioria dos jogos, em que há somente um ou dois temas para lutas, personagens, lugares e etc, TWEWY conta com uma porção de temas, que trocam frequentemente a cada momento no jogo. Por exemplo, no mesmo dia, em uma música pode começar a tocar a música “Someday”, e em outra luta, pode estar tocando a música “Long Dream”, e sinceramente, eu amo essa troca, porque ajuda bastante para não passar uma sensação de repetição. E isso não é só nas lutas, seja passeando, em alguma conversa, as músicas estão sempre trocando.

Já sobre a dublagem, infelizmente ela só está disponível em inglês, mas a dublagem de forma alguma é ruim ou má feita, porém ter uma opção adicional seria de fato algo bem vindo.

Visual

O visual de The World Ends With You também é um bom ponto de diferencial.

O seu visual segue sim, um estilo mais japonês, e fãs de Final Fantasy ou Kingdom Hearts vão reconhecer bem o traço dos personagens, já que quem deu vida a eles foi Tetsuya Nomura, responsável pelo visual dos personagens originais de Final Fantasy, e de alguns títulos da série Final Fantasy, possuindo até mesmo cabelos pontudos e roupas um pouco exageradas, sendo esses alguns dos detalhes típicos dos traços de Nomura.

Mas além do visual característico dos personagens, Shibuya foi muito bem representada no jogo, sempre bem viva e cheia de pessoas andando por aí. E também, há vários pontos da região que foram representados bem aqui, por mais que não estejam com seus nomes verdadeiros, por exemplo, o grande prédio conhecido pela numeração 109, aqui é chamado de 104, a estátua de Hachiko também que é um ponto turístico bem conhecido também, é chamado aqui de “Machiko”, e há diversas dessas mudanças.

Por fim, muitos dos elementos visuais, e principalmente dos poderes de Neku, possuem uma clara inspiração na Street Culture e na arte do Graffiti, que além de funcionarem bem como um bom contraste do cinza da cidade, deixando a combinação muito bonita e diferente.

Positivos VS Negativos

Agora, vamos aos pontos mais desagradáveis do jogo, que infelizmente existiram.

Primeiramente, sobre a sua jogabilidade, de fato, pelo menos na versão que eu joguei, que foi a Solo Remix, há alguns Pins que são bem difíceis ou complicados de utilizar, fazendo com que esse mais difíceis sejam pouco uteis ou confiáveis em batalhas mais tensas, porque ocorre de você ou não utilizar o comando certo na hora desejada, utilizando outro Pin por engano, ou de você demorar muito para utilizar ele, podendo ficar aberto para um golpe em batalha.

Outro problema em relação a jogabilidade, é em relação aos recursos, principalmente os mais raros. No jogo, é possível trocar alguns Pins por habilidades, ou por outros Pins, porém, as habilidades requerem um tipo específico de Pin, que é o Scarletite. O problema é, se você investir errado nas habilidades, vai ser impossível investir nas habilidades que você deseja, e somente após você terminar a campanha do jogo, é possível conseguir mais Scarletites para conseguir todas as habilidades, ou seja, até o final do jogo, se você investir mal, pode acabar sem a habilidade que você quer durante todo o resto do jogo.

Por fim, por mais que o jogo tenha recebido várias remasterizações desde a sua versão original, de Nintendo DS, é inegável que o seu visual possa não ser mais tão atrativo para muitos, mesmo que o trabalho na versão de Switch tenha sido ótimo.

Outros destaques

O jogo possui um Minigame, o Tin Pin Slammer, que por mais que não seja muito elaborado, é bem divertido.

Há diversas referências no jogo, sendo as principais referências a Final Fantasy, e aparições dos produtores e desenvolvedores do jogo como personagens.

Após o término do jogo, há disponível o capítulo Another Day, que adiciona um capítulo completamente diferente ao jogo. 

A versão Final Mix do jogo também possui um modo Co-op, músicas remasterizadas e novas, além de efeitos visuais mais belos.

Além do Another Day, na versão Final Remix, há a também o New Day, que é um novo capítulo para a história principal. 

Conclusão

The World Ends With You é um jogo com uma ótima trama, ótimos personagens, e possui ótimas mensagens sobre a juventude na cidade moderna, mas com certeza não é para todo mundo.

É inegável que seus pontos positivos são muito bons, mas se eles não te agradarem muito, ou se você não tiver interesse em jogos no estilo RPG, é difícil te recomendar.

Mas, se você não tiver nenhum problema em relação a esses pontos, eu altamente recomendo, será uma experiência diferente, mas ainda sim bem envolvente.

Contudo, se você ainda estiver inseguro, talvez seja uma boa aguardar o anime, e ver ele para ver se de fato é seu interesse, vai que ele te incentiva melhor a conhecer o jogo?

The World Ends With You está disponível para Android e IOS na versão Solo Remix, e para Nintendo Switch, na versão Final Remix.

Nota:
Gráficos: 3,5/5
Jogabilidade: 3/5
Diversão: 4,5/5
Som: 5/5
Narrativa: 4,5/5
Geral: 4,1/5