Olá, amigos e amigas do NSV Mundo Geek, aqui é o Fernando Alencar do Animystic e neste post irei falar com vocês sobre o mais recente game da franquia Samurai Shodown em sua versão para PC, que tem sido disponibilizado na EPIC Games Store desde o dia 11 de Junho. Inicialmente lançado em junho de 2019 para PlayStation 4 e Xbox One, o game também ganhou um porte para Nintendo Switch em fevereiro deste ano e agora está disponível nas principais plataformas de jogos com legendas em português do Brasil.
Samurai Shodown é um reboot da aclamada série de jogos desenvolvidos pela SNK, cujo primeiro título estreou em 1993. Em meio a diversos games focados em combate que temos atualmente no mercado, Samurai Shodown se destaca por ser ambientado em um Japão do século XVIII onde boa parte dos conflitos era resolvido com o uso da força e a utilização de armas brancas. Esse período, apesar de muito popular em outras mídias, como cinema e animes, não havia sido tão explorado no universo dos games, chamando atenção para o jogo desde o início ao colocar espadachins brandindo suas poderosas espadas (apesar de, às vezes, eles usarem outras armas) para alcançar seus objetivos.
Apesar de não ser, ainda, tão popular no Brasil, Samurai Shodown (ou Samurai Spirits, no Japão) conseguiu angariar uma fanbase fiel e que aguardou durante uma década pelo lançamento de outro título da franquia, que estava desde 2009 sem novidades. A obra mantém sua “pegada” visceral dos anos 90 e coloca o jogador na pele de verdadeiros espadachins.
Enredo:
Assim como seus antecessores e vários outros títulos de “luta”, a narrativa de Samurai Shodown é bem simples e sem grandes problematizações. Em termos cronológicos, o game é ambientado em 1787, um ano após os acontecimentos de Samurai Shodown V.
No game, o espírito de uma jovem chamada Shizuka Gozen se corrompe e volta para o Japão, local onde a personagem viveu em tempos antigos, provocando diversas consequências desagradáveis no país, como o aumento das calamidades vividas neste período histórico, como guerras, fome e doenças.
Em meio a tudo isso, os personagens jogáveis acabam sendo levados a confrontar a vilã para atingirem seus próprios objetivos, que variam de cada um, e vão desde a salvação da natureza e o reino animal, até a aquisição de riquezas.
Jogabilidade e recompensas:
Assim como sua narrativa, a jogabilidade de Samurai Shodown é bem simples, possibilitando que até jogadores mais casuais ou que não sejam adeptos do gênero de games de lutas consigam jogar e se divertir por horas. Mas um ponto que chama bastante atenção é que até os players mais experientes podem aproveitar das dinâmicas e estratégias que o game oferece, proporcionando um bom desafio até para os jogadores mais exigentes.
Na contramão de jogos mais frenéticos, como Street Figth V e Mortal Kombat XI, Samurai Shodown obriga o jogador a usar táticas mais próximas do que um duelo real exigiria, principalmente em se tratando de lutas com espadas, afinal, um movimento mal calculado ou impensado pode provocar a sua derrota com poucos movimentos, isso torna o jogo naturalmente mais cadenciado que seus concorrentes.
Analisando os jogos antigos da franquia, temos uma clara evolução da jogabilidade, mas também a manutenção de vários elementos, como os golpes “fracos”, “médios” e “fortes”, além da implementação de um chute rápido que distancia o inimigo e as possibilidades de defesa e desvio, que ao serem utilizadas no tempo certo, podem dar uma ligeira vantagem para o defensor contra atacar a ofensiva do oponente.
E tem mais novidades?
Outro ponto importante é a volta da barra de “Rage” (em que Samurai Shodown foi um dos primeiros do gênero a utilizar), que é carregada à medida em que o personagem recebe danos. Quando a barra chega ao seu máximo, os golpes ficam mais poderosos, obrigando o inimigo a ficar ainda mais atento as possibilidades de contragolpe. Mas os jogadores também podem usar a barra para entrar no modo “Rage Explosion”, onde o personagem estoura esta mesma barra e aumenta significamente o seu dano, além de possibilitar um golpe de dano único absurdo que é excelente para finalizar ou virar uma partida. Entretanto, ao usar este modo, a barra de Rage ficará inviabilizada por todo o restante da partida, sendo necessário utilizar com cautela e sabedoria.
Mas já com relação as recompensas, o game premia com troféus e imagens que estarão visíveis dentro do jogo, porém, elas podem ser conquistadas independentemente do nível que você jogue. Apesar de ser um elemento positivo para quem gosta de platinar, senti falta de maiores motivações para manter o jogo no nível mais elevado de dificuldade que, apesar de desafiador, não é tão divertido quanto jogar online. Ou seja, jogar offline nos níveis mais difíceis não é recompensador (além da satisfação da vitória mesmo) o suficiente.
Modos de jogo:
Samurai Shodown trouxe alguns modos clássicos da franquia e do gênero, onde os principais são o modo História, o combate Online e a novidade Dojo. É claro que existem modos de desafios, onde você enfrentará sequencialmente vários personagens do game, seja em um modelo de sobrevivência, ou mesmo em uma corrida contra o tempo, mas por serem modos menos atrativos e mais genéricos, irei focar nos modos mais requisitados.
História:
Neste modo o jogador escolhe um dos personagens e enfrenta vários outros até chegar na boss final. Porém, as motivações dos personagens são apresentadas de forma muito superficial no início do modo, e a conclusão norteia um pouco sobre como será o futuro deles. Particularmente, achei fraquíssimo o desenvolvimento da história, principalmente pela ausência de interação antes e depois das batalhas, fazendo com que se apegar aos personagens seja um pouco mais difícil para quem não tem o apego nostálgico.
Dojo:
O dojo é simplesmente um modo em que a inteligência artificial do game te enfrenta baseado na forma com a qual outros players lutam com seus personagens (eles são chamados de Fanstamas). Dentro deste modo, também existe um desafio, chamado “Desafio Homem de Aço”, onde você pode enfrentar 100 destes fantasmas.
Apesar da ótima ideia, a prática não se desenvolveu como o esperado, fazendo com que a CPU que controla os fantasmas tenha comportamentos estranhos. Isso torna o desafio interessante, mas que não senti agregar no meu desenvolvimento dentro do jogo.
Online:
O online é o modo onde você luta contra oponentes humanos, e como o nome sugere, de forma online. Este é, de longe, o modo mais divertido do game. Contudo, a demora para encontrar outros jogadores pode ser frustrante dependendo do horário que você esteja tentando jogar, além da dependência de conexão com os adversários. Em várias oportunidades o online estava travando ou apresentando demora no tempo de resposta, mas já na luta seguinte funcionava perfeitamente. Acredito que isso seja melhorado com o tempo.
Visual/Gráficos:
Se analisarmos em um contexto fechado para jogos de luta, o game tem visuais e gráficos aceitáveis para os dias de hoje, tendo seus personagens muito bem compostos em seu formato artístico. Acredito que as escolhas para composição dos personagens foram muito acertadas, principalmente se levarmos em consideração que a franquia saiu de uma clássica modelagem 2D e migrou para o 3D, refazendo todos os personagens e atualizando seus traços de forma eficiente.
Outro elemento visual frequente é a quantidade de sangue que os personagens derramam ao serem cortados, além da “sujeira” que este mesmo sangue provoca em você e/ou no seu oponente. Não é incomum você terminar uma partida coberto pelo sangue inimigo, assim como se espera de um combate com armas brancas.
Já com relação aos cenários, eles possuem algumas características que certamente não são unanimidade, uma vez que eles lembram, em muitas situações, quadros de pinturas japonesas antigas, com forte marcação do tracejado das linhas pretas, além do uso de cores mais “vivas”. Mas ainda neste tópico, acredito que os cenários, mesmo dentro de suas características, poderiam ter sido melhor trabalhados, uma vez que muitos elementos de fundo simplesmente destoam da beleza geral dos ambientes, como por exemplo os navegadores em um cenário de embarcação (On the Galleon).
Trilha sonora:
A trilha sonora do game é composta pelo som de instrumentos clássicos do Japão. Dentro da proposta de ambientar o jogador no período histórico em que o game se baseia, a trilha atende as expectativas e é um ponto positivo (mesmo não sendo revolucionária), somado a uma boa dublagem e sons ambientes que foram muito bem escolhidos e dão o toque certo para o game.
Dicas para os iniciantes:
O combate é uma constante luta pelo controle da partida, então treinar muito com os seus personagens favoritos lhe dará uma vantagem importante, tendo em vista que é primordial você dominar o alcance e a velocidade de movimento de cada um deles, tanto para pensar em como atacar ou usar o especial, mas também em como se defender. Isso significa que o modo de treino e tutorial são fundamentalmente importantes para os iniciantes em jogos de luta, principalmente neste que é tão diferente dos demais disponibilizados no mercado atualmente.
Outro ponto importante é que, mesmo tendo personagens favoritos, você deve tentar usar outros personagens, afinal, apesar dos golpes serem diferentes, os comandos de todos segue a mesma lógica, isso aumenta a gama de possibilidades, estratégias e vida útil do game.
Quando você estiver enfrentando alguém muito defensivo, cogite utilizar o “agarrão”, onde o seu personagem “empurra” o adversário, abrindo assim a sua guarda e viabilizando um golpe. Diferente de outros jogos, em que o “agarrão” também é um golpe, em Samurai Shodown ele abre a defesa adversária.
Conclusão:
Samurai Shodown marca não só o retorno de uma influente e importante franquia do gênero de luta, mas pensando como consumidor, ele amplia o leque de opções para uma vasta gama de jogadores, sendo eles experientes ou não. O porte para computadores ficou excelente e não tive problemas em nenhum momento, inclusive no online, apesar da demora para encontrar outros jogadores na ranqueada. A versão está compatível com as lançadas anteriormente nos consoles e os requisitos para rodar são relativamente baixos para os computadores mais modernos.
A experiência final foi, sem dúvidas, satisfatória, e o valor do investimento é compatível com o que foi entregue, onde é possível zerar o modo história com todos os personagens e pegar todos os troféus em até 12 horas (se você for do tipo apressado). Deste modo, se você é um fã de jogos de luta, vale a pena conhecer a franquia e este jogo em especial, mas sugiro que leve em consideração tudo o que foi informado até aqui para refletir se este game é mesmo para você. Samurai Shodown é diferente do que você está acostumado em um jogo de lutas, mas isso também se mostrou positivo.
Enfim, erga a sua lâmina, salve o Japão antigo e grave seu nome na história com Samurai Shodown.
Requisitos mínimos para rodar no PC:
- Sistema Operacional: Windows 7
- Processador: Intel Core i5
- Memória: 8 GB
- Armazenamento: 35 GB
- DirectX: 11
- Placa de Vídeo: Nvidia GeForce GTX 770 2GB / AMD Radeon R9 280 3GB