Paper Mario se popularizou como uma série de RPGs do encanador bigodudo, utilizando elementos clássicos do gênero, com seus próprios toques e inovações, Paper Mario : The Origami King é o sexto jogo da série e chegou dia 17 deste mês para Nintendo Switch, desenvolvido pelo estúdio Intelligent Systems, e trazendo os personagens e humor característicos da série, e ainda estreando uma grande mudança em seu sistema de batalhas.
Nossa aventura começa a caminho do castelo de Peach, Mario e Luigi foram convidados para o Festival dos Origamis, mas ao entrar no reino eles notam que o lugar está vazio demais para um festival, ao entrar no castelo para investigar, Mário acaba encontrando a princesa, que está visivelmente diferente, após ser jogado em um calabouço, encontrar uma a origami Olivia e Bowser, você chegará ao Rei Olly, que transformou vários moradores do reino em Origami, e ele não pretende parar por aí, o Rei quer transformar tudo e todos em Origamis, e com Olívia ao seu lado, você tentará impedi-lo.
Como já visto em jogos anteriores da série, a ambientação do reino em papel volta com tudo neste jogo, mas o resultado é bem diferente do que vimos em Paper Mario: Color Splash (2016) no Wii U, aqui os gráficos estão muito mais polidos, é possível notar as texturas muito distintas em tipos diferentes de papel, como o de Olívia e o de Mário, ou os da paisagem e dos Goombas gigantes devoradores de casas, todos os cenários estão cobertos de papel-machê, papercraft ou adesivos; Ao unir esses cenários belíssimos com a trilha sonora extremamente cativante, e às vezes, até surpreendente, você tem espaços deslumbrantes que estão sempre mudando, e vale a pena tirar um tempinho para explorar ao máximo cada um deles, já que há Toads escondidos por toda parte, e eles poderão te ajudar no futuro.
O jogo não possui sistema de fases, você progride ao explorar o mundo, notando detalhes e itens escondidos para cumprir um objetivo e chegar ao próxima, você enfrentará diversos puzzles para avançar, mas as vezes será necessário voltar em alguns lugares, ou passar várias vezes por um mesmo lugar, para desbloquear o evento seguinte, e essas quests estão longe de serem monótonas, geralmente elas te incentivarão a estudar o local e conhecer mais segredos que estão escondidos ali, o jogo não possui mundo aberto, mas sua linearidade te dá mais opções para encontrar segredos nos cenários.
A maioria destes puzzles é bem simples e rápida, mas as coisas mudam de figura quando é hora de batalhar contra seus oponentes, como em um RPG padrão, seus inimigos estão espalhados por ai, e ao encontrar com eles, você irá para uma arena de combate, e é aqui que está o maior diferencial do jogo, suas arenas rotativas.
Aqui Mário estará no centro de uma arena circular, com aros móveis ao seu redor, seus inimigos irão se embaralhar nestes aros e você tentará organizar a horda da melhor maneira possível para maximizar seu ataque, ao conseguir organizar a arena da maneira mais eficaz, você receberá x1,5 de boost de ataque,é possível embaralhar o campo e seus inimigos de diversas maneiras, alguns tipos de ataques não são eficazes contra certos inimigos, ou talvez a disposição deles possa te atrapalhar, deixando a batalha mais longa, mas há um cronômetro que não lhe dará muito tempo para posicioná-los. A primeira vista parece uma mecânica simples, mas é preciso algum tempo para se acostumar; As coisas mudam de figura quando se batalha com um chefe, desta vez, ele estará no centro do campo de batalha, e Mário precisa fazer o melhor caminho ao seu redor, para evitar grandes danos, e alguns destes puzzles de chefes são de tirar o juízo, felizmente, para estes, o tempo para a resolução é maior.
Outro charme do jogo é o seu humor, que já é característico nos RPGs de Mário, os diálogos entre personagens são bem divertidos, nada muito sério, formal e grandioso, e é aí que está a graça, de pequenas piadocas entre personagens, ou burburinhos de terceiros que ouvem uma conversa, até o debate sobre qual Shy Guy é mais bonito, o jogo é descontraído e isso torna os diálogos mais expositivos muito interessantes, nada de diálogos maçantes ou arrastados por aqui, e muitos destes diálogos virão de seus companheiros de jornada, que irão lhe auxiliar em uma missão ou outra.
Companheiros de jornada são comuns em RPGs, eles formam sua party, mas aqui, você não formará um time como em RPGs tradicionais, ocasionalmente um personagem se juntará a você para auxiliar em alguma coisa, mas você não o escolhe para seu time, ele entra e pronto, e quando der sua hora, ele vai embora, a maioria destes personagens não te ajudará nas batalhas, e sim nas quests que você estará resolvendo naquele momento; Outro atributo de RPG que não é visto por aqui é o ganho de XP ao final de cada batalha, você começará o jogo com 50 de HP, e apenas mais para a frente receberá um pouco mais, o aumento de HP não acontece por causa do número de batalhas ou inimigos derrotados, ele vem com o item de coração que às vezes aparece por aí, e isso acaba por desencorajar um pouco as batalhas com inimigos comuns, já que ela não fornece experiência, apenas moedas, elas acabam não dando uma recompensa real ao jogador e correm o risco de parecer apenas um atraso em sua jornada, já que as moedas estão em abundância nos cenários e não vem apenas de combates, o ganho de XP poderia dar mais senso de progressão para o jogador.
Paper Mario: King Origami é um jogo lindo e muito divertido, apesar de não utilizar todo o seu potencial como RPG. Cada cenário é de tirar o fôlego e proporciona novos tipos de exploração, diferentes puzzles te manterão entretido sem a limitação de fases, e os diálogos entre os personagens te proporcionarão várias risadinhas, ou pelo menos uma levantada no canto da boca, para os fãs da série, o jogo trás uma nova aventura que certamente irá te agradar, e para aqueles que nunca tiveram contato com um jogo de Paper Mario,comece por King Origami, é de longe a aventura mais divertida da versão de papel deste encanador.