O Cavaleiro do Dragão é uma animação que chegou em Setembro deste ano na Netflix, baseado numa série de livros de mesmo nome. É uma aventura para toda a família que vai juntar coragem, sonhos e um mix de sentimentos sobre aquilo que acreditamos e que não devemos acreditar.
Sinopse da Netflix: Depois que seu lar é ameaçado por humanos, um jovem dragão precisa reunir coragem para partir em busca de um lendário paraíso repleto de paz e liberdade.
O prólogo diferente
Temos uma abertura clássica para essa história, humanos e dragões viviam em harmonia até que os humanos se tornaram ambiciosos demais e atacam os dragões, que se refugiam num vale longe dos humanos para se protegerem.
Dentro da vila, um dragão prateado chamado Lung tenta participar do grupo dos dragões machos, mas ele sempre é excluído (pelo próprio pai, inclusive). Apegado às histórias contadas por um outro dragão dos velhos tempos, ele acredita na existência da Borda do Céu, um lugar que os antigos dragões viviam sendo quem são livremente, voando por ai, sem medo de ameaças externas. Faz parecer coisa de criança.
O fato é que como todos da vila temem os ataques humanos, os dragões responsáveis pelo bando forçam todos a não saírem e a não usarem sua força, o que reforça mais o desejo de Lung ir em busca de um lugar em que possa ser livre!
A história começa
Alguns eventos acontecem e fazem os dragões suspeitarem de uma invasão humana em suas terras. O que eles fazem a respeito? Para se proteger, eles decidem se refugiar em algum lugar, se trancando ainda mais fundo na vila onde vivem. Essa situação faz com que Lung decida encontrar uma opção, eles precisam se proteger e serem livres! Como ele acredita nas histórias, ele decide ir em busca da Borda do Céu acompanhado da sua amiga Sulfrônia, que sempre ouviu que os humanos eram ruins.
Assim, eles seguem os passos de Lung: primeiro, sair de casa. Se jogar de cabeça no mundo dos humanos. Segundo: descobrir aonde fica a Borda do Céu. Terceiro: evitar Ur Tig, um monstro devorador de dragões que foi construído por um humano há muito tempo. Esse monstro devorou o próprio criador.
O que de mais óbvio pode acontecer quando se vai ao mundo humano? Conhecer humanos. Sabendo dos perigos que circulam Lung, Sulfrônia manda ele se esconder enquanto ela tenta descobrir alguma coisa. Quando se esconde, Lung dá de cara com um humano, o Ben (um garoto de rua que vive sozinho) e por um mal entendido ele é considerado o cavaleiro do dragão (outro personagem das histórias que Lung ouvia, um humano que seria o seu guia e faria com que ele despertasse poderes incríveis).
Por causa das confusões de Ben, eles fogem juntos em busca da Borda do Céu. Sulfrônia percebe que Lung é muito ingênuo. Ben é esperto e ela mesma que precisa ter a cabeça no lugar para encontrar o que procuram. E assim eles vão viajar o mundo para encontrar o local que procuram. Nessa volta eles vão encontrar pessoas boas e pessoas ruins, seres mágicos e o que for necessário para chegar aonde querem.
Pontos que surpreendem
A abertura já causa impacto quando mostra um lado inesperado sobre dragões, pois quando falamos de dragões não é usual imaginar uma convivência pacífica entre eles e outras raças. Nem dragões vivendo em conjunto numa vila longínqua para se proteger. Dragões são um símbolo de poder e os humanos deveriam temê-los.
Outra surpresa é a personagem Sulfrônia. Sabe aquela pessoa que sempre ouviu que as coisas vão dar errado e por isso desconfia das pessoas? Essa é a Sulfrônia! Ela traz uma parte da humanização dos personagens que reflete bem a vida real. Ela está do seu lado, mas conhece muitas coisas ruins e insiste nelas. Enquanto Lung é sonhador, ela fica com a responsabilidade de ser o personagem chato. Mas mesmo sendo a personagem centrada, ela traz características bem distribuídas como sentir ciúme do próprio amigo com outro e ser protetora demais.
No filme, a maior parte das coisas em que se acredita inicialmente são contraditas ao longo da trama. Por exemplo: os humanos são como vilões e ao longo da história, devido a Lung, vemos que não é verdade. Existem humanos bons e ruins. Dragões soltam fogo pela boca, alguns sim, outros não. As limitações são superadas e algumas coisas não precisam ser tão discutidas, basta deixar acontecer. Simples assim.
Última observação: O Cavaleiro do Dragão é uma animação muito bonita. A animação é alemã e tudo nela é harmônico. As cenas de paisagens são de tirar o fôlego, a qualidade do desenho dos personagens, as cores, os movimentos e o cuidado de refletir isso no background. Dá para assistir uma vez só para prestar atenção nos detalhes de tão bem feita que é essa obra.
Conclusão
O Cavaleiro do Dragão é uma história muito fofa que demonstra que nada é o que esperamos. Dragões podem ser gigantes e não tão corajosos. Humanos podem ser ruins e se tornarem bons, podem ser apenas ruins, podem ser apenas bons. Superar seus limites nem sempre precisa de uma discussão muito profunda, pode ser algo leve para se deixar acontecer na hora certa.
Nem tudo é como imaginamos que seja e cada parte desse filme mostra isso. Lutar pelo que você imagina vale a pena e, às vezes, isso acontece porque a situação exige isso da gente. Se nada grave acontecesse, era capaz de Lung nunca ir em busca daquilo que sempre acreditou. A rebeldia existe, e ela pode precisar de uma razão para se expressar. E é graças a ela que o melhor pode acontecer.