Lady Killers: Entre espartilhos e sangue. Um dossiê das serial killers mais perigosas do mundo.

Pra você que gosta de histórias de serial killers, e gosta mais ainda de relatos minuciosos sobre o tema. Lady Killers é um livro que, com certeza você irá gostar.

Já nas páginas de abertura, vemos que Tori Telfer sabe do que está falando, de fato, como pontuado por ela, em histórias onde se relata assassinatos em série, sempre atribuímos tal brutalidade a um “homem” perverso, onde suas vítimas são sempre mulheres inocentes.

Mas, assim como dito pela mesma, a maioria são de fato homens… Mas, as mulheres também matam.

“Veneno: para sempre, a arma das mulheres. Infiltra-se facilmente no lar. É sutil, silencioso, limpo. Veneno não deixa sangue no assoalho nem buracos na parede. Despejar um pouco de líquido incolor na sopa ou no vinho é a coisa mais simples do mundo. E quem, historicamente, fica em casa, cozinha a sopa e serve o vinho? Mulheres, é claro.” Pág.267

Poison/Veneno. Ilustração Jennifer Dahbura .

O livro conta com um curto, porém poderoso prefácio, onde a autora passa por alguns mitos que são associados a figura feminina, e pontua também algumas assassinas femininas do mundo da literatura.

Os capítulos de Lady Killer foram divididos, de forma que abrangesse as histórias das mais famosas assassinas do mundo, passando desde Elizabeth Báthory, A Condessa Sangrenta até Marie-Madeleine, A Rainha dos Envenenadores.
As pesquisas e relatos descritos são bastante instigantes, muitos fazem uma pequena linha do tempo sobre a infância dessas mulheres, e sobre os crimes que foram cometidos, trazendo consigo uma pitada de ironia e sarcasmo que torna a leitura bastante atraente. Segue abaixo o resumo de umas das histórias contidas no livro:

Caso Elizabeth Báthory, A Condessa Sangrenta
A condessa húngara Elizabeth Báthory foi uma das primeiras assassinas em série da história. Registros de sua crueldade e de seu julgamento datam de 1720. Acima da lei e vivendo em castelos luxuosos, Elizabeth aprendeu rapidamente a castigar suas criadas — incentivada pelo próprio marido.

Elizabeth Bathory. Ilustração Jennifer Dahbura .

“Nenhum açougueiro sob o céu era, na minha opinião, mais cruel”, escreveu o pastor de Csejthe a um amigo depois de descobrir as mortes de Báthory.

Mas, com o passar dos anos e a morte do marido, Elizabeth se tornou obcecada em matar e torturar jovens meninas camponesas. Aquelas que cometiam erros na costura eram torturadas com agulhas. A condessa também tinha uma luva com garras que usava em suas sessões de tortura para cortar a carne dos criados. Há, inclusive, relatos até de canibalismo. Talvez o ápice da sandice e crueldade da nobre condessa tenha se concretizado quando ela desenvolveu o hábito bizarro de ficar imersa em banheiras com sangue de virgens para preservar sua beleza e a suavidade de sua pele. Quando toda a loucura de Báthory veio à tona, uma jovem testemunha afirmou que a condessa havia matado cerca de 650 mulheres, cujos nomes mantinha em um caderno. A condessa, no entanto, foi condenada a prisão domiciliar em seu próprio castelo luxuoso e banhado de sangue.
[Retirado do Darkblog]

Mas nem só de relatos e histórias Lady Killer é feito, assim como contou com um prefacio bem escrito, a conclusão torna o livro ainda melhor, neste final de livro, a autora buscou fazer reflexões acerca dos temas: bem e mal, horror, mulheres e melancolia.

Para deixar a edição ainda mais rica, a Editora Darkside Books incluiu uma “Galeria Letal” com 14 casos extras sobre mulheres assassinas e uma “Biblioteca Mortal” com recomendação de filmes e leituras que giram em torno deste temática. Assim como um pequeno bônus de “Recortes Curiosos” com alguns relatos da mídia sobre alguns assassinato em série cometido por mulheres.

Galeria Letal. Tori Telfer/Darkside Books.

Algumas recomendações da resenhista para quem curte o tema:

  •  Killing Eve (4 temporadas): A série pode ser assistida no GloboPlay.
  •  Basic Instinct/Instinto Selvagem (1992): Famoso filme estrelado por Sharon Stone
  •  Monster (2003): Filme pelo qual Charlize Theron ganhou o Oscar de melhor atriz em 2004.
  •  Orphan/A Orfã (2009): Se você não conhece, CORRE e vai assistir.

Sobre os aspectos físicos da edição, devo dizer que o capricho da Darkside Books só surpreende em cada volume, Lady Killers tem um trabalho gráfico maravilhoso, contrastando os belos desenhos da ilustradora Jennifer Dahbura com as cores rosa, preto e branco.