Kingdom Hearts: O começo da franquia

Kingdom Hearts: O começo da franquia

Olá amigos, vamos falar hoje sobre Kingdom Hearts! A franquia começou em 2002 com o jogo homônimo para o Playstation 2, sendo um RPG de Ação. O jogo traz a aventura de Sora, um garoto que acaba em mundo desconhecido após ser atacado por seres misteriosos. Em busca por seus amigos, Riku e Kairi, Sora viaja por diversos mundos com o Pato Donald e Pateta, que procuram Mickey.

“Ultimamente eu venho tendo esses pensamentos estranhos, isso é real ou não?”

Kingdom Hearts é o resultado entre a cooperação das empresas Squaresoft (atualmente SquareEnix) e Disney Interactive Studios e traz uma proposta inusitada à época: colocar em um mesmo jogo os personagens da série Final Fantasy, assim como diversos mundos e personagens da Disney.

Concepção da ideia

O produtor Shinji Hashimoto (Final fantasy VIII e IX) já havia conversado com o criador da franquia Final Fantasy, Hironobu Sakaguchi, sobre a possibilidade de criar um jogo de mundo aberto nos moldes de Super Mario 64, porém a ideia havia sido descartada após perceberem que o mesmo só fazia sucesso devido ao Mario já ser um personagem bem estabelecido e com uma grande base de fãs. Por um acaso do destino, o mesmo Shinji Hashimoto acabou entrando em um elevador com um executivo da Disney ­- nesta época os escritórios da Disney e da Square ficavam no mesmo prédio. Após esse encontro, Hashimoto conseguiu marcar uma reunião com a Disney apresentando a ideia do que viria a ser Kingdom Hearts.

!!ATENÇÃO PARA SPOILERS!!

O Mundo de Kingdom Hearts

Começamos o jogo após essa belíssima cena de abertura, onde nos deparamos em um lugar aparentemente vazio, exceto pelo chão, que parece um tipo de vitral com a imagem da Branca de Neve. Esse é o cenário do tutorial, somos apresentados às mecânicas do jogo, alguns inimigos e também a algumas escolhas: qual arma queremos usar para enfrentar os monstros? Uma espada, um escudo, ou uma varinha mágica? E qual abriríamos mão? A escolha feita aqui interferirá nos seus atributos no decorrer do game. Concluindo o tutorial, realizamos nossa primeira Boss Fight!!

Destiny islands

Após o tutorial acordamos em uma ilha (Destiny Islands) e ficamos sabendo que o nome do protagonista é Sora. Ele, junto de seus amigos Kairi e Riku, estão construindo uma jangada para realizar o sonho de conhecer o que está além de sua ilha, acreditando haver outros mundos além do que eles conhecem. Daí surge nossa primeira tarefa: conseguir os materiais necessários para construir a jangada, suprimentos para viagem, nome da jangada e tudo mais.

O ponto principal do começo do jogo é entendermos a relação entre os 3 amigos. Sora, sendo o mais alegre e atrapalhado, construir sua rivalidade com Riku que é mais sério e focado, e Kairi é a responsável de cobrar Sora do trabalho.  Na ilha, encontramos também os personagens Tidus, Wakka (Final Fantasy X) e Selphie (Final Fantasy VIII), que estão lá para fazermos alguns mini-games, mas principalmente estabelecer que personagens de Final Fantasy existem nesse universo.

Tudo pronto para a viagem, jangada abastecida, os amigos decidem voltar para suas casas e ir viajar no dia seguinte. Já de noite, Sora percebe que tem algo de errado com a ilha e vai lá garantir que a jangada fique segura (se eles tinham barcos, por que precisavam construir uma jangada? Ninguém sabe…). Chegando lá, vemos Riku sem medo ser engolido por um portal cheio de escuridão, e tenta puxar Sora para ir junto, sem sucesso.

Após mais uma Boss fight contra o mesmo chefe do tutorial, acordamos em um lugar desconhecido e agora temos uma espécie de espada com forma de chave, a Keyblade.

Traverse Town – O verdadeiro ato I de Kingdom Hearts

Sora é acordado por Pluto, e conversando com Cid (Final Fantasy VII), descobre que está em Traverse Town, e que todos os que estão ali tiveram seus mundos consumidos pelas trevas. Ao decorrer do jogo acabamos encontrando Squall (Final Fantasy VIII), aqui chamado de Leon, que nos explica que os inimigos que vêm aparecendo são chamados Heartless, e que estão atrás da Keyblade, a chave que abre todas as fechaduras.

Após serem atacados por heartless, Leon e Sora fogem e acabam encontrando Pato Donald (o mago da corte) e Pateta (o cavaleiro da corte). Estes dois estão a procura de ajuda daquele que porta a Keyblade, para achar seu rei, Mickey, e impedir que os mundos sejam consumidos pelas trevas. Sora concorda em ajudar esperando encontrar seus próprios amigos, partimos então em nossa jornada.

O pior do jogo – Gummy Ships

Para seguirmos nossos objetivos devemos viajar pelos mundos da Disney e pelos mundos próprios do jogo, para isso precisamos embarcar nas Gummy Ships, as naves. Elas são customizáveis e são construídas por algo que se parece com peças de lego que podemos comprar ou ganhar conforme destruímos as naves inimigas, mas o problema aqui é que o método de construção é confuso e demorado, ao ponto de preferirmos usar a nave de qualquer jeito ou algum modelo pré-pronto.

As viagens também são demoradas e muito repetitivas, além de que até a metade do jogo para irmos de um mundo ao outro, sempre temos que fazer as mesmas viagens, mesmo sendo um mundo e/ou um caminho que já seguimos.

Onde Kingdom Hearts Brilha

Agora o que realmente atrai no jogo: os mundos e os personagens. Para quem nunca jogou ou não sabe nada de Kingdom Hearts, imagina que a junção dos personagens da Disney, que são mais infanto-juvenis, e os personagens de Final Fantasy, que seguem uma linha mais madura, acabaria dando errado ou perdendo a mão, o resultado é totalmente o oposto.

Cada mundo funciona com suas próprias regras e atmosfera, podemos voar no mundo do Peter Pan ou nadar em Atlantis, com a Pequena Sereia. Dito isto, os personagens são inseridos no contexto do jogo, porém preservam as personalidades de seus respectivos jogos/filmes. Isso fica ainda mais evidente no Olympus Coliseum, quando Hades tenta se aproveitar de Cloud ser um mercenário para derrotar Hércules. Em cada mundo aprendemos uma lição sobre amizade, perda, humanidade, ganância e afins.

Gráficos e trilha Sonora

O Diretor e Character Design do jogo é o Tetsuya Nomura (Final fantasy VII, Advent Children), os personagens originais são muito emblemáticos e característicos e seguem a linha já vista nos jogos da série Final Fantasy, porém um pouco mais cartunescos, as cores são bem vivas e a ambientação de cada mundo acaba mudando.

O tema de abertura Simple and Clean foi composto pela cantora Hikaru Utada, já a trilha sonora conta com músicas originais compostas pela Yoko Shimomura (Parasite Eve, Xenoblade Chronicles), versões de músicas clássicas da Disney, e até a icônica One-Winged Angel de Final Fantasy VII (E também a surpresa que vem com ela).

Jogabilidade

A jogabilidade é bem fluida, tem um menu lateral onde podemos escolher as ações entre atacar, usar itens, invocações ou magias, tudo em real-time, diferente do sistema tradicional de turno dos JRPGS. Como todo bom RPG, temos diferentes tipos de itens equipáveis.

Há um sistema de níveis que vai subindo conforme vamos derrotando inimigos,  assim liberando habilidades para aprender magias, e subindo os atributos como as barras de HP e de MP.

A party neste jogo é formada por 3 personagens, normalmente sendo esses Sora, Donald e Pateta, mas em alguns mundos podemos colocar os personagens da Disney, como por exemplo o Tarzan na floresta.

O post-game é vasto e inclui muitas coisas para se fazer, como sintetizar as armas mais fortes dos personagens, derrotar os chefes opcionais, terminar todos os torneios, coletar os 101 dálmatas, liberando assim a possibilidade de ver o final secreto do jogo.

Kingdom hearts vale a pena?- O Veredito

Kingdom Hearts é uma ótima porta de entrada para quem nunca teve contato com nenhum JRPG. O jogo é leve e bem ritmado com a história, o enredo possui a simplicidade que consegue agradar crianças, e nuances que agradam os mais velhos. A jogabilidade é intuitiva e simples de entender e, se colocarmos as gummy ships de lado, a trilha sonora consegue reviver sentimentos de filmes que víamos quando crianças e até mesmo emocionar dependendo do seu estado de espírito. O jogo encontra-se disponível em suas coletâneas em HD para Playstation 3, Playstation 4, Xbox One e em março estará chegando para PC.

NOTAS

Gráficos: 4/5
História: 4/5
Jogabilidade: 4/5
Diversão: 5/5
Som: 5/5
Geral: 4,4/5