Crítica – Argo

Argo Crítica

Ambientado no ano de 1979, o filme Argo, se passa durante a crise dos reféns no Irã. Com o governo do Estados Unidos se recusando a entregar o xá Mohammad Reza Pahlavi e que foi desposto pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, resulta na revolta das massas, principalmente de estudantes radicais que invadem a embaixada americana no Teerã e fazendo cinquenta e dois trabalhadores de reféns por quatrocentos e quarenta e quatro dias.

A História

O filme começa contando a situação em que o irã se encontrava, com Pahlavi pedindo asilo para tratamento médico nos Estados Unidos – que foi o principal motivo da revolta – e a invasão a embaixada. Desesperados os funcionários retalham, quebram e destroem todas as provas do que estava sendo feito no local.

Durante a invasão, 6 funcionários conseguem escapar e se refugiam na casa de um diplomata canadense e é nesse momento em que a história de Argo é contada. O filme foca na retirada desses funcionários pela Central Intelligence Agency (CIA) que elaboram um plano de criar um filme falso para, assim, poder entrar no Irã.

Argo – O Filme 

A ideia foi dada por Tony Mendez (Ben Affleck) agente da CIA, que parte na busca de profissionais do ramo do cinema em Hollywood para a criação do filme de nome Argo, uma ficção científica com semelhanças a Star Wars e Planeta dos Macacos.

Para que conseguisse um meio de condução para a operação do filme houve o apoio do governo canadense, que concordaram em disponibilizar os passaportes com um “propósito humanitário” para que na chegada ao Irã eles não fossem confiscados. Com o apoio do chefe da CIA, Jack O’Donnell (Brian Cranston), Tony Mendez vai a busca de um script, conseguindo a ajuda do ator e produtor Lester Siegel (Alan Arkin) e do maquiador renomado John Chambers (John Goodman) que fazem um momento mais cômico durante o filme, fazendo piadas e deixando a atmosfera menos tensa para o expectador.

Juntos conseguem fazer uma coletiva de imprensa, o que ajuda com uma matéria sobre o filme, mas, em segundo plano, durante a falas narradas na coletiva, é mostrado os reféns da embaixada sofrendo diversas agressões e sendo mortos, cada um contextualizado as falas dos personagens na coletiva: o dever de salvar seu povo e garantir o sucesso da missão.

O Climax e o Desfecho ( Contém Spoilers)

O terceiro e último ato mostra finalmente Mendez encontrando os 6 americanos no esconderijo, relatando tudo o que deveriam fazer para pudessem sair o mais rápido possível de lá. Mas a cooperação de todos não foi de primeira e muito menos fácil.

Depois de muita determinação a fazer todos cooperarem, decidem, ir a um bazar no centro da cidade para a gravação do suposto filme. Houve muito tumulto durante a ida ao local o que resultou em medidas drásticas, tanto por parte da CIA que desistiu da missão, abandonando todos, para que caso fossem pegos, o nome da agência não fosse comprometido.

Entretanto, Mendez, não desiste e por sua própria conta e risco continua na missão, fazendo com que seu chefe, mesmo contra a vontade, o ajude. Durante a permanência no aeroporto, para o embarque ao Canadá, foram abordados pelo exército, causando atrasos, mas ainda assim conseguindo sair. Em meio a perseguições, tiros, o filme termina com todos sendo condecorados pelo ministro canadense.

Ficção x Realidade 

Mesmo com a imagens, mostrando os fatos e pessoas que realmente participaram da missão e da rebelião, o filme ainda dramatiza a situação, distorcendo os fatos no decorrer da trama, adicionando cenas que, de fato, não existiram. Um grande exemplo é o final em que durante a saída do avião ao aeroporto, a perseguição ao avião e o momento em que estavam sendo interrogados nunca existiram.

Na história real, eles foram ao aeroporto as 5h da manhã, quando os guardas ainda estavam sonolentos e pegaram o primeiro avião, sem nenhum momento de conturbação que o filme relata. A participação de alguns personagens foi causa de muita crítica, onde o embaixador canadense no Irã, Ken Taylor, critica a falta de participação de seu personagem na trama, alegando que foi ele que arquitetou a fuga dos reféns e que ele e o primeiro secretário da embaixada John Sheardown os esconderam em suas casas e que correram riscos que não foram em momento nenhum mostrados ao expectador.

Muitas críticas com relação ao que foi real ou não foram postas pela mídia, pedindo a Ben Affleck, que atuou e dirigiu o filme, que se retratasse e explicasse o porquê das escolhas do filme de tirar a importância do Canadá e dando todo o crédito a CIA. Affleck, no entanto, defende o que foi retratado pelo filme alegando que Argo revela um papel secreto da CIA, mostrando uma grande colaboração e cooperação fazendo um grande cumprimento para o Canadá.