Originado do premiado podcast Lore — cujos episódios se inspiram nas famosas creepypasta dignas de pesadelos.
Com uma proposta diferente e informativa, Criaturas Sombrias é mais do que um livro de terror. Para além do estereótipo de livro de terror ter que ser obrigatoriamente assustador, Criaturas Sombrias chegou como uma grata surpresa.
Abraçando a linguagem histórica e investigativa, o livro nos carrega para uma descoberta fantástica no universo dos mitos de diversas culturas, como vampiros, lobisomens, fantasmas, duendes e etc, em alguns momentos o livro passa a ter uma linguagem cientifica bastante acessível, deixando a leitura ainda mais interessante. Então se você busca um livro sobre mitos com uma leitura fluída e aquela pitada de terror na medida certa, Criaturas Sombrias foi feito para você.
“Ninguém quer morrer. Se o projeto humano passasse por uma revisão, essa seria uma das características modificadas. Nossa mortalidade é uma obsessão desde o princípio da própria humanidade. Humanos anseiam por maneiras de evitar a morte, ou pelo menos torná-la suportável.” Pág.36
Apesar de sentir algumas pequenas dificuldades com a divisão por temas feitas no livro, gostei especialmente da utilização de relatos das pessoas sobre as criaturas, trazendo um jogo entre o “fato ou ficção”, e utilizando os relatos com uma premissa realista, a maneira narrativa se aproxima da ficção deixando um gostinho mágico acerca do tema, dando um tom leve, divertido e ainda assim, condizente com a veracidade daqueles que creem nos mitos descritos no livro.
Dentre todas as histórias contadas no livro Criaturas Estranhas, o conto intitulado “Desencaixotando” foi um dos que mais gostei. Ele aborda relatos e histórias sobre brinquedos amaldiçoados, traçando paralelos entre a relação das crianças com seus brinquedos e sobre alguns aspectos sociais em sociedades mais antigas.
Já no conto “Notas”, vemos a clássica abordagem sobre fantasmas, utilizando relatos até bem assustadores sobre o tema, o autor conseguiu usar uma temática bastante antiga de forma que a leitura não se tornasse chata, ou apenas mais do mesmo.
“Às vezes, a jornada não acaba, afinal. Às vezes, os mortos continuam andando”. Pág. 33
A edição da editora Darkside conta com ilustrações de M. S. Corley e dão um toque especial, ajudando a dar “vida” ao livro, assim como a bibliografia no final da edição deixa o livro ainda mais completo, a editora como sempre é nota dez em questões gráficas.