As Sufragistas – O Poder do Voto

As Sufragistas (ou Suffragette) é um filme britânico de drama histórico dirigido por Sarah Gavron e escrito por Abi Morgan. O filme tem no elenco Carey Mulligan no papel principal, Helena Bonham Carter, Brendan Gleeson, Anne-Marie Duff, Ben Whishaw e participação especial de Meryl Streep.

O filme foi lançando no Reino Unido em 12 de outubro e aqui no Brasil ele chegou às telas no dia 24 de dezembro.

As Sufragistas, como diz o nome, conta a história do movimento Sufragista, que ocorreu a partir do século XIX, tendo como intenção conquistar e garantir às mulheres da Inglaterra e dos Estados Unidos (consequentemente em mais países) um direito até então impossível a elas: o voto em eleições políticas. Além disso, essas mulheres buscavam igualdade no trabalho, tendo em vista que recebiam muito menos que os homens e várias vezes trabalhavam mais do que eles, com jornadas de até 12 horas de serviço.

A história tem como foco a vida de Maud Watts (personagem de Carey Mulligan), uma jovem de 24 anos que trabalha em uma lavanderia da época e ainda tem que cuidar do marido e do filho pequeno. As condições de trabalho eram precárias, muitas mulheres sofriam acidentes ou acabavam doentes por intoxicação causada pelos químicos usados na lavagem de roupas. Além de tudo, o chefe de Maud (assim como outros homens) era extremamente abusivo com ela e todas as moças trabalhadoras. Fica clara a exploração sexual que tais mulheres sofriam na época e como elas não podiam se impor contra isso, pois acabariam desempregadas, ainda mais porque ninguém ouviria o que elas tinham a dizer.

©Focus Features

Descobrimos que assim como a maioria das mulheres na época, Maud já começou a trabalhar em tal lugar a partir dos 7 anos de idade, da mesma forma que a mãe, e esse é um destino certo para a maioria das moças na época: casar, ter filhos, obedecer ao marido e nunca abrir a boca para reclamar de nada.

Logo no inicio do filme, Maud se envolve nas revoltas do movimento Sufragista. Quando vai dar um testemunho ao parlamento sobre suas condições de trabalho, no lugar de uma colega da lavanderia, vê que o jeito que leva sua vida poderia melhorar e muito. Ela percebe que tem mais valor do que imaginava e que merecia muito mais do que os poucos “direitos” que tinha.

O filme é muito bonito, bem feito, a trilha sonora é incrível e emocionante assim como os momentos mais dramáticos do filme. O roteiro consegue contar muito bem a vida dessas mulheres e, apesar de as únicas personagens reais do movimento Sufragista tratadas no filme serem as das atrizes Meryl Streep (como Emmeline Pankhurst) e Natalie Press (como Emily Davison), é impossível não tirar muita inspiração da vida dessas outras personagens e não se emocionar com suas vidas criadas para o filme.

Carey Mulligan está muito competente no papel de Maud, sua atuação é impecável, assim como o de suas companheiras, com destaque para Helena Bonham Carter como Edith Ellyn e Anne-Marie Duff como Violet Miller.

Por fim, As Sufragistas certamente é um filme que deveria ser assistido por todos, sem exceção, pela sua importância histórica e por se tratar de um assunto que ainda ressoa no mundo atual: a busca pela igualdade entre homens e mulheres.

“A guerra é a única linguagem que os homens realmente entendem” , (fala de Maud Watts, no filme).