Analisando Inspector Akane Tsunemori (vol. 1)

Olá pessoas, aqui estou eu novamente para apresentar e analisar o recém-lançado Inspector Akane Tsunemori, adaptação em mangá da cultuada animação Psycho-Pass, trazido até nós pela Panini num total de 6 volumes.

Convém lembrar, que a edição está recebendo o nome original do mangá, enquanto que Psycho-Pass é o nome APENAS do anime. Introduções feitas, vamos ao texto;

OBS: Como sempre, lembro a todos que HAVERÃO SPOILERS DO MANGÁ.

Dados Técnicos

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini
  • Título: Inspector Akane Tsunemori
  • Editora: Panini/Planet Mangá
  • Preço: R$14,90
  • História Original: Psycho-Pass Comitee
  • Design de Personagens: Amano Akira
  • Arte: Miyoshi Hikaru
  • Storyboard: Urobuchi Gen
  • Formato: 13,5 x 20 cm
  • Acabamento: Brochura
  • Capa: Cartonada
  • Número de páginas: 192
  • Papel: Pisa Brite (Papel Jornal)
  • Lançado em: Janeiro de 2018

 

Sinopse

Um mundo onde a mente humana é representada por números. As pessoas passaram a chamar de “Psycho-Pass” o valor usado como critério para medir a alma de cada indivíduo. Akane Tsunemori, a inspetora novata, parte para investigações de “criminosos latentes” identificados antes de qualquer incidente, com base no seu coeficiente criminal!!

A obra inicia mostrando um diálogo entre o inspetor Ginoza Nobuchika e um homem preso, onde somos apresentados ao chamado Psycho-Pass, um coeficiente psíquico que mede a chance de uma pessoa vir a se tornar hostil para a sociedade. Logo em seguida, conhecemos Akane, uma jovem que está se preparando para receber seu teste vocacional do Ministério da Saúde e Bem-Estar japonês.

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini

Ao receber o resultado, ela descobre que possui aptidão para qualquer cargo público que deseje, incluindo o Departamento de Segurança Pública, cargo bastante almejado. Após alguns momentos de dúvida, ela decide ingressar no DSP, e, em seguida, mostra-se ela conversando com a diretora Kasei Joshu e sendo efetivada como inspetora do departamento.

Por questões administrativas, ela é enviada para auxiliar Ginoza em um caso envolvendo um usuário de drogas que foi julgado como criminoso latente pelo sistema Sybil (sistema usado na demarcação de criminosos através de seu coeficiente criminal). Lá ela conhece seus novos subordinados, os Executores (criminosos latentes que trabalham para o Ministério auxiliando na captura de outros criminosos): Kogami Shinya, Kagari Shusei, Kunizuka Yayoi e Masaoka Tomomi, além de aprender sobre sua arma de trabalho, a Dominator.

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini

Com certo trabalho, a equipe consegue matar o criminoso, que já estava além da possibilidade de reabilitação, e Akane impede que a refém que havia sido capturada por ele seja morta por Kogami (devido ao trauma, o Psycho-Pass desta estava começando a piorar) atirando nele com a Dominator. Devido a esta situação, ela começa a questionar sua aptidão para atuar com os demais Executores.

Depois de visitar a analista Karanomori Shion e verificar o estado de Shinya, ela retorna ao trabalho, e tem uma conversa com Kagari, que questiona o porquê dela querer se tornar inspetora. Logo em seguida, eles partem para resolver um incidente em um shopping, e conseguem prender um homem que estava seguindo uma jovem (ou seja, um stalker). Entretanto, ela novamente impede um recuperado Kogami de atirar no suspeito, afirmando que ela seguirá seu próprio julgamento para decidir o curso de ação dos Executores.

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Ao conversar com Shinya, ela percebe que aceitou ser inspetora pois aquele era um trabalho que só alguém como ela, que segue ideais menos rígidos de justiça, poderia executar. Algum tempo depois, vemos o próprio Kogami após um treinamento, dizendo que não poderia morrer antes de cumprir uma tarefa envolvendo um homem que ele estava perseguindo.

O próximo caso a ser investigado é o de um homem que foi morto por um drone durante um teste de funcionamento. A equipe segue até a fábrica, que é gerida pelo Ministério da Economia, e realiza suas investigações primárias, com Ginoza continuamente falando na hipótese de assassinato. Para confirmar se foi ou não um acidente, ele decide verificar o coeficiente criminal de todos os funcionários com as Dominators, enfrentando alguma resistência de Goda, o chefe da fábrica.

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini

Como não conseguem realizar o teste sugerido, eles seguem discutindo suas próximas ações, com Masaoka e Shinya apontando o operário Kanehara Yuuji, que era alvo de bullying dos demais funcionários da fábrica (que segundo o chefe usavam aquilo para “aliviar o stress” e manter seus coeficientes limpos), como culpado pelo assassinato, e Nobuchika nomeando o chefe da fábrica como assassino, sugerindo medo de perder sua posição frente a um operário com resultados excelentes.

O inspetor acaba brigando com os demais e Tsunemori lhe fala que está melhorando seu relacionamento com eles. Isso faz ele considerá-la uma tola que só aprenderá seu ofício através de “escolhas tolas”. Enquanto eles conversam, vê-se o chefe os observando, e Yuuji, em outro lugar, exibindo uma expressão psicótica, sendo aqui encerrado o primeiro volume do mangá.

 

Por se tratar da adaptação de um anime (algo um tanto incomum na indústria), é esperado que a arte e roteiro sejam similares às do original, e com Inspetor Akane Tsunemori vemos um grande respeito a ambos os pontos. O traço de Hikaru segue com precisão a aparência dos personagens  do anime, mantendo todas as suas características físicas intactas. O mesmo pode ser dito sobre a ambientação da cidade de Tokyo.

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini

O enredo para este volume corresponde aos três primeiros episódios da animação, tendo seu roteiro básico idêntico ao visto na obra original, assinado por Urobuchi Gen. A diferença (como pode ser notada pelo título do mangá), é que aqui acompanhamos tudo seguindo o ponto de vista de Akane, seguindo a forma como ela entende as situações em que é colocada, e como elas afetam seu julgamento e percepção sobre seu emprego como inspetora.

Até por isso, temos um tratamento psicológico mais acentuado na personagem, que volta e meia se indaga sobre as regras determinadas pelo sistema Sybil (no que toca a determinação de criminosos latentes) e se elas realmente são corretas, buscando também seguir seus próprios julgamentos em relação à forma como os suspeitos são classificados, e sua eventual prisão ou execução.

@Miyoshi Hikaru / SHUEISHA / Panini

Porém, esse foco em Tsunemori acaba tendo um pequeno prejuízo: os demais personagens acabam tendo desenvolvimentos bem menores que no anime, mais notavelmente o próprio Kogami, personagem mais popular da franquia, que tem aparições mais esporádicas e não recebe a mesma atenção que recebeu originalmente.

Entretanto, isso não faz com que a experiência de leitura seja prejudicada. Tanto para aqueles que já conhecem a obra, como aqueles que estão tendo seu primeiro contato, Inspector Akane Tsunemori constitui uma obra sólida de ficção policial futurística, contendo personagens interessantes, uma trama envolvente, e um aspecto psicológico diferenciado em relação à personagem principal, abordando temas bastante atuais de nossa sociedade, como a rigidez das leis e o tratamento dispensado a suspeitos de crimes.

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Devido a esses pontos, o mangá mantem-se como uma grande recomendação, tanto para os fãs dos gêneros sci-fi/policial, como para leitores que apenas busquem uma obra mais séria e com uma abordagem mais diferenciada.

 

Pontos Positivos:

  • Arte fiel à obra original;
  • Enredo dinâmico;
  • Abordagem psicológica interessante na personagem Akane;
  • Abordagem de temas cotidianos, como a rigidez das leis penais.

 

Pontos Negativos:

  • Pouco desenvolvimento dado aos coadjuvantes;
  • Algumas pessoas podem achar os questionamentos de Akane um pouco exagerados;

 

Nota Final: 4.5

E assim pessoas, encerro mais uma análise. Como sempre, caso seja do desejo de vocês, podem deixar nos comentários quaisquer críticas, sugestões, pedidos ou ódio gratuito. Aproveitem o texto, e até mais.