Shotaro Ishinomori é com certeza uma das maiores mentes criativas da história dos quadrinhos, e depois de muitos anos ele chega ao Brasil e promete ser um grande momento na história editorial do pais.
Conhecido como o rei dos mangás, Shotaro Ishinomori escreveu uma quantidade absurda de quadrinhos durante a sua carreira, ganhando inclusive o Guinness como o autor que mais escreveu e desenhou quadrinhos na história mundial com 128 mil páginas produzidas, dentre suas obras mais famosas temos Kamen Rider, Himitsu Sentai Gorenger, Cyborg 009, Skullman e muitas outras.
Shotaro assim como os autores com quem conviveu na sua época (Osamu Tezuka e Go Nagai por exemplo) tem como característica a versatilidade da sua produção tendo produzido quadrinhos de diversos gêneros como quadrinhos bibliográficos(Hokusai), mangá de garota mágica (Okashi na okashi na okashi na anoko) ficção cientifica(Cyborg 009) e a lista segue e todos esses trabalhos com absoluta relevância no mercado, basicamente todo mangá moderno que se consome hoje em dia é influenciado pela sua obra nem que seja de maneira indireta.
As editoras do Brasil por muitos anos renegaram o trabalho de Shotaro por aquim vide que só agora em 2021 a gente está tendo seu trabalho publicado no Brasil, mas pelo ao menos ele aconteceu, e o objetivo desse texto é pra deixar bem claro o quão gigante esse autor é e quanto se fazia necessário a sua publicação aqui no brasil, considerando principalmente a qualidade e a relevância da sua produção, como essa coluna é de Tokusatsu eu vou focar nos 2 lançamentos desse gênero que vão ocorrer no Brasil pela editora Newpop mas obviamente isso não desmerece o trabalho da editora Pipoca e Nanquim com a publicação de Hokusai escrito também pelo Shotaro.
Kamen Rider
Kamen Rider é definitivamente uma das mídias mais influentes já produzidas na história da cultura pop, sendo lançado até hoje no Japão e ainda sendo uma mídia relevante e rentável, foi uma adaptação de um mangá previamente publicado por Shotaro chamado Skullman, que devido ao seu conteúdo muito violento não podia sair para uma série de tv infantil. Logo Shotaro adaptou para algo mais amigável para as crianças.O primeiro Kamen Rider a princípio foi uma série de TV, o mangá saiu meses depois da estreia da série televisiva e começam basicamente da mesma maneira, o mangá porem diverge para uma história muito pesada do que a versão televisiva, com conspirações governamentais e um tom mais pessimista visto que os riders meio que estão presos numa luta sem fim com a Shocker, algo que é uma característica muito forte da escrita do Ishinomori, heróis que nem sempre conseguem ser maiores do que as organizações que eles lutam.
Este é com certeza o mangá que eu mais estou esperando pra ter em 2021. Kamen Rider é uma obra de arte tanto em história como em arte, Shotaro nesse mangá explora toda a sua habilidade em construir cenas de batalha, com um uso magistral de linhas de ação e de mudança de perspectiva de câmera, além de cenários belissimamente desenhados, Kamen Rider é meio que um título obrigatório para que gosta de bons mangás de ação.
Kamen Rider Black
O segundo título da família Kamen Rider lançado pela editora Newpop já vai ser uma abordagem bem diferente, Kamen Rider Black é um mangá que não tem praticamente nada a ver com a série de tv. Nessa História Kotaro Minami é um jovem que sofreu experimentos por uma organização maligna, porem ao invés do formato de herói enfrentando monstros que atacam a cidade, Kamen Rider Black é praticamente um mangá de detetive onde o Kotaro viaja o mundo a fim de recuperar sua memória , já que ele sofre de amnesia por causa da cirurgia que o transforma em Kamen Rider, é um mangá que tem muitos elementos de terror, e vemos como o Shotaro é versátil com a sua narrativa, se quiserem uma análise mais aprofundada dessa obra recomendo que vocês ouçam nosso episódio do Henshin Rio dedicado ao mangá.
Ambos os mangás tem previsão de lançamento para o primeiro semestre, cada um tendo 3 volumes cada.