O Que Faz Uma História Ser Boa?

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Povo brasileiro, eu quero saber: vocês já se perguntaram o que é que faz uma história ser boa? Esses dias, eu estava me questionando sobre várias perguntas relacionadas, que foram se afunilando, tornando-se apenas uma. Por isso, aqui estou, como a Lanterna de Tinta, iluminando o caminho de vocês até uma das colunas mais polêmicas que eu já escrevi até hoje.

Não esqueça de, no final, deixar seu comentário me contando o que você acha, dando uma sugestão para as colunas ou uma sugestão de leitura! Quero saber o que se passa nos pensamentos dos indivíduos que leem essa coluna.

A Estética

JULGUE UM LIVRO PELA CAPA

O ditado “não se deve julgar um livro pela capa” é irreal tanto no sentido figurado, quanto se levarmos a frase ao pé da letra. Usamos todos os nossos sentidos desde o primeiro contato com algo novo e já criamos uma primeira impressão daquele livro só de o observarmos. Por isso, é uma estratégia de atração pensar toda a estética do livro. O leitor que nunca foi seduzido por uma capa que atire a primeira pedra.

Mesmo que isso não defina de forma geral a qualidade da história, a estrutura é uma parte importante. Desde a escolha do material da capa (se você é um leitor ou leitora assídua, já deve ter reparado que existem inúmeras formas de criar uma capa: fontes, tamanho e posição das palavras, hologramas, capas de papel foscas, brilhantes, em tecido, em couro, com estrutura dura ou brochura, com orelha ou sem, creio que deu para entender) até a cor da folha, escolha da posição da numeração das páginas e micro detalhes que passam despercebidos pela maioria, mas que ainda assim surgiram a partir de uma escolha. Tudo isso para conquistar o público alvo — vocês — à primeira vista.

Uma história realmente boa vai ter um bom título e uma boa capa? Na maioria das vezes, sim! Portanto, capas foram feitas para serem jugadas (esclarecendo: já essa frase também é irreal quando se tratam de pessoas, ok, coleguinha revoltado?).

O Conteúdo

AQUELE AMIGO PRECIOSO

Quando eu arrumo a minha estante, que inclusive está passando por um processo de limpeza e catalogação, eu quero que os livros mais bonitos fiquem à vista. Mas também quero que meus livros favoritos, que têm capas boas, mas nem sempre são as MAIS bonitas, fiquem expostos. E eu dou preferência para eles fiquem com as melhores posições na estante porque eles me conquistaram além de sua estrutura. Aqui, no caso, eu estou falando sobre livros de ficção.

Para mim, aqueles livros não são só bons, mas sim os melhores. As histórias que eu vivi ao ler esses livros ainda estão vivas em mim, intensamente. Ler eles foi fácil, foi instigante, me fazia refletir sobre cada pedaço do labirinto que é um mundo criado por outra pessoa. As sensações transmitidas misturadas com uma realidade diferente da qual vivemos e personagens que têm mais profundidade que muitas pessoas, proporcionam uma experiência única.

Os livros de não ficção envolvem conteúdos muito mais específicos, eu os busco por conhecimento e não por sentimento. Essa busca também é, ao meu ver, um lazer. A conexão que fazemos com esses livros envolve mais um prazer intelectual. Um livro não ficcional bom é um livro escrito por alguém de conhecimento admirável sobre certo assunto. E, ao acabar a leitura, decidir se gostou ou não é simples. Essa obra foi satisfatória na busca por aprimorar o conhecimento sobre o tema?

Mas, muitas vezes é impossível saber o que se está sentindo ao fechar uma história de ficção. Muitas vezes foram tantos sentimentos, “são tantas emoções” (by Carlos, Roberto), que, por um tempo, fica a sensação de vazio. O nosso drama é grande! Vida de leitor não é fácil.

Fatos São Fatos

DESONRA PRA TU, DESONRA PRA TUA VACA

A verdade é que é fácil, muito fácil mesmo, para mim pegar um livro, lê-lo e depois escrever sobre ele. Quer saber um segredo? Eu não gosto de críticos, não leio críticas a respeito de nada, mas olha que coisa, escrever críticas é parte do que eu faço atualmente. É uma vergonha se comparar o que eu faço com o trabalho de escritores que passaram semanas, meses ou até mesmo anos planejando e moldando suas histórias. Eles colocam sentimento em suas obras, colocam seu intelecto, parte de suas vidas, colocam sua autoestima e expõem parte de sua alma para completos estranhos. Por isso mesmo, eu não vejo como defender o trabalho de criticar qualquer tipo de trabalho de qualquer área que seja.

ENFIM, A HIPOCRISIA

Esta coluna está sendo especial, pois estou colocando luz na minha opinião. Hoje eu acredito que darei o melhor conselho que eu posso dar a vocês.

Então você me pergunta, por que eu ainda faço isso? Acontece que eu não acho ideal criticar algo que, provavelmente, para alguma pessoa nesse mundo a fora, é tão especial. Mas, tendo isso em mente, eu posso fazer do meu trabalho algo mais significativo. Eu posso incentivar os leitores, não sobre decidir se vão ler ou não baseados na minha opinião de ter gostado ou não da história, mas sim para que eles leiam APESAR de eu ter gostado ou não.

A Magia da Simplicidade: Sobre o Que Faz Uma História Ser Boa

NÃO EXISTE SEGREDO?

Não. Muitas pessoas tentam vender fórmulas secretas para escritores que querem alavancar suas histórias. Mas não existe isso. Cada escritor tem seu próprio jeito e seu próprio tempo de fazer as coisas. Tentar definir isso como regra para o sucesso é igual a prometer que tal shake vai te emagrecer. Um escritor de sucesso é um escritor que se conheceu e conseguiu, através de um método pessoal, concluir seu livro e compartilhá-lo. Um exemplo é quando falam para fugir dos clichês em tal tema, ou fazer o “vilão” deste ou daquele jeito, mas têm pessoas que gostam de clichês e eles ainda fazem muito sucesso. E, sobre o vilão, ele vai ser aquilo que o escritor ou escritora decidir.

O que existem são técnicas que podem ser compartilhadas com as pessoas, porque talvez essa técnica seja parte do que essas pessoas precisam para elaborar suas histórias. Como, por exemplo: fazer um cronograma, criar perfis de personagem, criar um mapa antes de iniciar a escrita, escrever primeiramente tudo que vem à cabeça e depois ir ajustando nas diversas releituras (na hora das releituras existem alguns escritores bem famosos, que reduzem metade do livro até chegar na versão desejada da história).

A OPINIÃO É IGUAL A… PÉ

Acho que você deve estar pensando: mas essa doida ainda não falou o que faz uma história ser realmente boa. Eu respondi ao longo da coluna, mas se você ainda não entendeu, o que faz de um livro/uma história ser boa ou não é quem a lê. Você, leitor.  Seus gostos, seus sentimentos e a sua experiência com aquele livro fará ele ser bom ou não (para você).

Alguém pode considerar o John Green o melhor escritor do mundo e seus livros podem ter mudado a vida dessa pessoa de um modo que nunca acontecerá comigo, e a saga A Herança pode ser a pior coisa já feita na opinião de alguém, mas é uma das minhas grandes paixões e nada que ninguém fale mudará isso. Em resumo, a relatividade é a única certeza. Conhece alguém que se acha dono da verdade absoluta ao contrariar sua opinião a respeito de algo que você gosta? Bom, sugira que tal ser cuide bem do próprio… pé.

Meme do filme Shrek para retratar o trocadilho da coluna O Que Faz Uma História Ser Boa
©trechossz

Estava ansiosa por finalmente compartilhar essa minha ideia com vocês. Então, agora estou ansiosa para saber o que pensam a respeito. Clicando aqui você poderá ler minha coluna sobre Algumas das Bibliotecas Mais Surreais do Mundo e clicando aqui será direcionado para a segunda parte desta série. Eu vou ficando por aqui. Boa semana, boa leitura e até a próxima.