Mais um domingo, mais uma coluna, mais uma pessoa falando sobre a famosa Biblioteca de Alexandria. Aqui é a Lanterna de Tinta e desejo que se sintam bem vindos, leitores e leitoras, para nosso pequeno mundo de livros e literatura!
O termo “antigas” não chega a ser o mais adequado para definir essas bibliotecas. São bibliotecas que ninguém pisa ou pisava há centenas de anos, pois foram erguidas por civilizações que já fazem parte dos livros de histórias. Tão esplendorosas em seus tempos de glórias, elas são alvo da curiosidade e estudo de arqueólogos e historiadores, no entanto aposto que essa biblioteca também lhe deixará com “um gostinho de ‘quero mais’”.
BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA
A Famosinha
Tão estimada atualmente que, tamanha é a força de vontade, ela poderia ser reerguida de um nada se desejo fosse matéria prima. Representada constantemente na cultura pop, a grande e antiga Biblioteca de Alexandria é conhecida mundialmente. Seja em filmes ou livros, aparecendo em jogos e animações, a Biblioteca sempre será um grande sonho para amantes de livros, história, arquitetura, antropologia, astronomia e outras áreas da ciência.
Relatos indicam que além dos milhares de livros em seu acervo, a biblioteca foi o paraíso para a arte, filosofia e ciência, e se tem registros de vários estudiosos que agiam em colaboração com ela. Em seu interior haviam alas que se ligavam e nas quais diversas atividades eram realizadas, desde dissecação até aulas ministradas por especialistas para seus pupilos. A Biblioteca possivelmente teve um zoológico para animais exóticos, observatórios astronômicos, jardins botânicos, cascatas, salas de pesquisas, salas de leitura, salas de reuniões, locais destinados à cópia de documentos, fora que ela era uma grande produtora de papiro.
História
A Biblioteca de Alexandria foi proposta ao rei Ptolemeu I Sóter, sucessor do imperador Alexandre, o Grande. Mas provavelmente só foi de fato erguida durante o reinado do faraó Ptolemeu II Filadelfo, filho de Ptolemeu I Sóter.
Apesar de deduzirem que ela guardava grande parte do conhecimento do mundo antigo pouco se sabe sobre ela, sua aparência, sua história e sua destruição. Muito se especula sobre a estrutura externa e interna da Biblioteca, mas suas ruínas até hoje não foram achadas.
As ilustrações que representam a Biblioteca são inspirações baseadas na arquitetura da época e de outras bibliotecas escavadas atualmente. Mas vale lembrar que essas bibliotecas não foram construídas na mesma época que a da Biblioteca de Alexandria e que as bibliotecas de antigamente eram bem diferentes umas das outras, assim como se diferem as dos dias atuais.
Baseada em como ela foi representada no filme Ágora (2009), dirigido por Alejandro Amenábar, uma ilustração da Biblioteca foi feita :
Já aqui é a Biblioteca vista do exterior no jogo de videogame Assassin’s Creed: Origins:
E aqui é ela no interior:
Construída no século III a.C. a Biblioteca de Alexandria possivelmente possuía um acervo entre 30 mil a 1 milhão de volumes. Mesmo sendo acordado pela grande massa que a Biblioteca foi queimada acidentalmente por Júlio César, não se sabe o que de fato a extinguiu. Mas historiadores vêm buscando diversas informações que revelam que a Biblioteca sofreu inúmeros ataques e vandalismos em meio a guerras e desordem política durante muitos anos. Então não foi uma circunstância, mas várias, que levaram ao seu declínio.
Curiosidades
- A Biblioteca de Pérgamo foi fundada no período helenístico, na antiga cidade de Pérgamo (hoje Bergama), berço do pergaminho. Acredita-se que abrigava 200 mil volumes, entre eles os manuscritos de Aristóteles. Segundo consta, Cleópatra teria recebido todos os volumes da biblioteca de presente de casamento de Marco Antônio, transferindo-os para a Biblioteca de Alexandria.
- Segundo algumas pesquisas, a Biblioteca de Alexandria teria contido papiros com um mapa do planeta Marte; Inclusive é relatado que o mapa aparentemente mostra um dos satélites naturais de Marte, porém, os dois, Fobos e Deimos curiosamente só foram descobertos em 1877.
- A maioria dos retratos modernos da Biblioteca de Alexandria parece ter se inspirado na fachada sobrevivente da Biblioteca de Celso em Éfeso, uma das maiores bibliotecas do mundo antigo cujas ruínas foram escavadas.
E em alguns lugares de má informação até usam a imagem como se realmente fosse as ruínas da Biblioteca de Alexandria.
- Hoje existe uma nova Biblioteca de Alexandria construída no hipotético lugar em que ficava a antiga.
Interior da nova Biblioteca de Alexandria:
Fachada da Biblioteca de Alexandria
Biblioteca de Alexandria vista de cima
BIBLIOTECAS ANTIGAS: APROFUNDE-SE
Quer conhecer outras bibliotecas e saber mais sobre essas que falamos? Esses livros podem te ajudar! Deixo o link para conseguirem comprar pela internet (Não nos responsabilizamos pelo preço, estoque ou quaisquer problemas com sua compra).
Bibliotecas no Mundo Antigo, por Lionel Casson: LINK
SINOPSE OFICIAL: Esta deliciosa obra conta a história das bibliotecas antigas desde suas origens, quando “livros” eram tábuas de cerâmica e a escrita, um fenômeno novo.
O renomado estudioso clássico Lionel Casson nos conduz em uma animada viagem, partindo das bibliotecas reais do Antigo Oriente, passando pelas bibliotecas públicas e privadas da Grécia e de Roma, até as primeiras bibliotecas monásticas cristãs.
Casson traça o desenvolvimento das construções, os sistemas, acervos e patronos das bibliotecas, considerando questões de uma ampla variedade de tópicos, como: quem contribuiu para o desenvolvimento das bibliotecas públicas, especialmente a grande Biblioteca de Alexandria? O que as bibliotecas antigas incluíam em seu acervo? Como bibliotecas antigas adquiriam livros? Qual era a natureza das publicações no mundo greco-romano? Como o cristianismo transformou a natureza dos acervos bibliotecários?
Assim como uma biblioteca recompensa quem a explora com tesouros inesperados, este interessante livro oferece a seus leitores a história surpreendente da ascensão e do desenvolvimento de bibliotecas antigas – uma história fascinante que nunca foi contada antes.
História das Bibliotecas: de Alexandria às Bibliotecas Virtuais, por Roberto Cattani: LINK
SINOPSE OFICIAL: Frédéric Barbier propõe uma história das bibliotecas a partir de uma estrutura cronológica ampla, adotando uma perspectiva comparativa: parte das bibliotecas da Antiguidade Clássica, passa pelas da Idade Média, acompanha as mudanças decorrentes da invenção de Gutenberg, testemunha tanto a difusão do modelo da “biblioteca mural” (até o final do século XVIII) como a problemática da coletividade e da leitura pública (no século XIX) até enfim chegar à pós-modernidade marcada pela desmaterialização das novas mídias e pela generalização de uma acessibilidade em tempo real. Para o autor, a biblioteca sempre foi uma instituição de transferência cultural, um lugar de encenação e um meio de legitimação do poder, sendo necessário considerar, assim, não só as transformações materiais, mas também a influência do mundo das bibliotecas sobre o mundo do pensamento, das ideias, da informação e da política.
Bibliotecas em Chamas, por Frédéric Barbier: LINK
SINOPSE OFICIAL: As bibliotecas são muito mais que estantes repletas de livros: são lugares vibrantes de histórias, de conhecimentos, de personagens, de vida − e de dramas. No passado, as bibliotecas foram cenário de grandes debates, discussões inflamadas, e litígios sobre os fundamentos do saber…
Roberto Cattani percorre a história geral das bibliotecas, abrindo volumes e volumes de memórias significativas, acontecimentos vibrantes, anedotas pouco conhecidas. Cada uma das bibliotecas evocadas tem sua própria personalidade, seu perfume exclusivo, seu fascínio histórico, uma atmosfera que nos encanta ou espanta. Atrás de cada grande biblioteca há um personagem único, e o livro apresenta algumas dessas vidas fascinantes…
São textos rápidos, enxutos, quase jornalísticos, que privilegiam a narrativa e mantêm viva a curiosidade do leitor, deixando para a rica bibliografia a possibilidade de aprofundamento da grande variedade de histórias e temas abordados.
TESOUROS PERDIDOS
A importância dessas bibliotecas vai além do diagnóstico de um período histórico. Nelas estão milhares de informações de épocas mais antigas ainda; possivelmente de outras civilizações. Mesmo que de algumas só restem ruínas e no casa da de Alexandria nem mesmo isso, documentos foram secretamente copiados e transportados para outros lugares no mundo com o objetivo de preservar algum conhecimento. Pois, na época, estavam surgindo de várias direções e por vários motivos ataques que resultaram no reconhecimento da fragilidade da Biblioteca.
É, de fato, um tesouro imensurável. Como perceberam, muito se perdeu com a destruição dessa biblioteca. Tendo acontecido em partes, o fato de que algumas das avarias terem sido causadas por guerras torna tudo mais trágico ainda. Se gostou da coluna de hoje, se não gostou, se tem alguma sugestão ou quer compartilhar algo, deixe um comentário! Ou, se preferir continuar no assunto, leia, clicando aqui, nossa coluna que tem como título: Algumas das bibliotecas mais surreais do mundo. E aqui você lê a segunda parte dela. Por enquanto, eu me despeço, então boa semana, boa leitura e até a próxima.