As Bibliotecas Mais Surreais do Mundo – Parte II

Senhoras e senhores, bem-vindos a segunda parte da coluna sobre as Bibliotecas Mais Surreais do Mundo. Aqui a Lanterna de Tinta, e venho convidar vocês para se deslumbrarem comigo. Vamos viajar rapidamente para cinco países que guardam construções feitas especialmente para a armazenagem dos livros tão preciosos. Idealizadas com o mesmo propósito, mas tão diferentes umas das outras, essas bibliotecas são orgulho o para os lugares que as possuem. Acompanhe agora seus inquestionáveis valores e suas melhores características:

Biblioteca Real da Dinamarca

 

Em 1648 o rei Frederico III fundou a primeira biblioteca da Dinamarca, com o ob

Bibliotecas Surreais - Biblioteca real da Dinamarca
©by @ Christian Córdova

jetivo de reunir sob um mesmo teto sua coleção de obras de autores europeus. Junto de seu crescimento veio a abertura ao público em 1793, quando se uniu com a Universidade de Copenhague.

Mas o novo edifício que aparece nas imagens foi construído em 1999. E, sendo assim, por todo seu esplendor arquitetônico e a grande disponibilidade intelectual, que conta com mais de 30 milhões de documentos impressos e digitais, tornou-se um ponto turístico de Copenhague. O Diamante Negro se encontra em Christianshavn, e é a maior biblioteca de toda a Escandinávia. É conhecido assim por suas paredes de vidro e mármore escuro refletirem as águas do porto em sua frente e o céu. Em seu hall principal, um quadro de 200 metros quadrados decora o teto, um enorme afresco feito pelo pintor Per Kirkeby. O edifício é uma extensão da histórica Biblioteca Real de Copenhague, que mantém sua sede central no antigo edifício de pedra antigo.

Parte interna da Biblioteca Real da

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Biblioteca Nacional da República Checa

Biblioteca Nacional da República Checa
© by Foto sean yan reprodução

A Biblioteca Nacional da República Checa tem a maior parte fechada para o público. Mas é possível fazer um tour pelo prédio. No passeio o primeiro salão visitado é o Salão da Biblioteca, um salão barroco com um teto que representa o Templo da Sabedoria. A biblioteca tem uma coleção de Mozartiana e manuscritos antigos começando pelo século I, além de uma coleção de globos. As regras da biblioteca restringem o tirar fotos dentro do prédio. A próxima parada é o antigo Salão Meridiano que era usado para determinar a hora exata quando era meio dia. Depois o tour passa pela Torre Astronômica, que ainda tem instrumentos antigos e proporciona uma vista linda de Praga.

Finalmente, ela passa pela Capela dos Espelhos, uma construção barroca com afrescos nos tetos e colunas de mármore, além de, obviamente, uma grande quantidade de espelhos. Esta parte do prédio pode ser vista fora do tour, pois existem apresentações musicais que acontecem diariamente nela.

Essa biblioteca tão peculiar tem o maior acervo do país; mantendo em seus arquivos mais de 6 milhões de livros/documentos e importantes manuscritos medievais. Por exemplo o Códex Vyssegradensis. Também conhecido como Evangelho da Coroação do rei Vratislaus, é um Livro do illuminated Romanesque Gospel do final do século XI, considerado o manuscrito mais importante e valioso da Boêmia. Ou o Passional of Abbess Kunigunde. A Paixão da Abadessa Kunigunde é um manuscrito latino encomendado pela Bendita Abadessa de Praga Kunigunde da Boêmia , filha do rei Ottokar II da Boêmia , depois de 1312. A obra é uma antologia de tratados místicos sobre o tema da paixão de Cristo. Além de 4.200 incunábulo impressos antes do final do século XVI.

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Biblioteca Tianjin Binhai, na China

Bibliotecas Surreais - Biblioteca Tianjin Binhai, na China
©by @Ossip van Duivenbode

A empresa responsável pela construção da Biblioteca Tianjin Binhai foi a MDRDV, uma empresa holandesa. Em conjunto com o Planeamento Urbano e o Instituto do Design de Tianjin, ela pretendeu dar à cidade um espaço cultural diferente. Mas, na China, a distribuição livre da educação e informação é uma ideia não aceita pelo governo, o que dificultou a realização do projeto, incluindo a comunicação e conclusões de planejamento.

É uma ampla construção formada para abrigar até 1,2 milhão de livros em cinco andares de prateleiras que circundam as paredes, do chão ao teto. O nível subterrâneo é ocupado por serviços, armazenamento de livros e arquivo; enquanto que o piso térreo está dirigido às crianças e idosos, para ser de fácil acesso; já o primeiro e segundo pisos consistem essencialmente em salas de leitura, livros e salas de estar; os dois últimos são ocupados por salas de reuniões, escritórios, salas de informática e áudio. Um auditório espelhado e esférico no centro vigia o espaço de 33.700 metros quadrados como um olho luminoso que tudo vê. Neste site você confere uma entrevista em inglês com o arquiteto Winy Maas, que projetou a Biblioteca Tianjin Binhai.

Biblioteca Tianjin Binhai, na China
© by Alex Fradkin

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Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal

Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal
©by Massimo Listri

O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas portuguesas. A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra possui um valioso acervo de 36.000 volumes. Destacando algumas obras raras posso citar a coleção de incunábulos (obras até 1500) ou a famosa “Crónica de Nuremberga” (1493). Bem como diversas Bíblias ou a primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert). Os Livros de Horas iluminados do século XV e ainda um importante núcleo de partituras musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de Sousa, João José Baldi, entre outros.

Com chão em mármore rosa, cinzento e branco, estantes em estilo rococó, a biblioteca abrange áreas de estudo tão diversa como a medicina, farmácia, história, geografia e viagens, filosofia e teologia, direito canónico e direito civil, matemática, história natural, sermonaria e literatura. Construída por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 metros de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura. A biblioteca de Mafra é também conhecida por acolher morcegos, que ajudam a preservar as obras. Os morcegos saem de noite de caixas que estão por baixo das estantes e, numa noite, cada morcego alimenta-se de cerca de 500 insetos, o equivalente à metade do seu peso.

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Biblioteca Metten Abbey, Alemanha

Biblioteca Metten Abbey, Alemanha
© by Massimo Listri

A abadia foi fundada em 766 por Gamelbert de Michaelsbuch. Os monges eram muito ativos na educação. Os membros da abadia não eram apenas professores, mas também membros da Academia de Ciências da Baviera em Munique e professores de filosofia e teologia em Munique. Após a secularização em 1803, as propriedades da abadia foram confiscadas e, em 1815, todas foram leiloadas. Mas, ao longo de vários anos, Johann von Pronath adquiriu a maior parte das antigas instalações. Ele conseguiu convencer o rei Ludwig I da Baviera em 1830 a restabelecer o mosteiro. A abadia refundada teve sua biblioteca aberta para visitas, que contém mais de 150.000 volumes sobre teologia, filosofia e história. Foi um manuscrito de 1415 encontrado na biblioteca da abadia ajudou a identificar o significado das abreviações da fórmula Vade retro satana. As mesmas que aparecem nas Medalhas de São Bento.

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BBB-Bastante Bibliotecas Boas

Por fim, depois dessa amostragem de beleza, podemos concluir que boas bibliotecas, onde o local, aparência estrutural, e todos os valores visuais e riquezas artísticas culturais são grandes, têm haver com sua frequência de visitação? Tema um pouco polêmico esse! A aparência de uma biblioteca deve influenciar na circulação de leitores? A questão não é “se deveria influenciar”, mas é simplesmente aceitar que isso é um fato! Bibliotecas boas e bonitas atraem as pessoas, leitores, turistas, excursões. Da mesma forma que livros, com as melhores e mais trabalhados capas, chamam mais atenção. Porque o primeiro contato que temos é com a aparência e depois com o conteúdo!

Não estou dizendo que capas sem graça e bibliotecas pouco estilosas não tenham seus méritos e bom retorno intelectual. Mas sim que esse, o externo, também deveria ser uma preocupação. Que leitor não sonha em visitar as maiores e mais famosas bibliotecas do mundo? Ou ter aqueles livros de capa dura, com arte exclusiva e edições de colecionadores!?

Então sim, o mundo precisa de bibliotecas glamorosas, vivas, reformadas, decoradas, preservadas, boas, à vista e à alma.

Aproveitando o clima, aproveite e leia a primeira parte dessa coluna clicando AQUI. Clique AQUI para ler minha última coluna, onde falo sobre os concursos e premiações literárias para você que ama escrever. Siga no Instagram para conferir posts sobre livros e afins no @lanterna_de_tinta. Por enquanto é isso, boa semana, boa leitura e até a próxima.