Verdun: o FPS de guerra que pede calma

Verdun

 O sábio gamer de PC tem um dever semanal: entrar na plataforma da Epic Games e resgatar os jogos gratuitos. Acompanhar a plataforma da desenvolvedora se tornou uma rotina semanal e traz um carinho especial para quem tem um orçamento baixo. Na leva que se encerra dia 29/07, fomos presenteados com dois títulos muito promissores: Verdun e Defense Grid: The Awakening.

Antes de tudo, vale dizer que ambos são de gêneros bem diferentes. Enquanto Defense Grid: The Awakening desenvolve um complexo e galático tower defense, Verdun é um FPS multiplayer de guerra. Receita para um sucesso já conhecido em títulos como Call Of Duty e Battlefield? Não muito, na verdade. Logo de cara podemos citar que é uma experiência para até 64 participantes.

Hoje eu quero falar com vocês sobre a proposta incomum de Verdun. Mesmo não sendo um título tão famoso, é um baita presente para quem puder resgatar. Venha comigo!

Verdun na história

Primeiramente, é importante saber o que seria Verdun: inspirado na grande Batalha de Verdun, de 1916, o game se passa na Frente Ocidental entre 1914 e 1918. Sendo assim, nosso palco é um dos mais sangrentos conflitos da história, em plena Primeira Guerra Mundial. É uma verdadeira guerra de trincheiras em mapas baseados em campos de batalha reais da França e da Bélgica, apenas com armas características desses frontes.

Para jogar Verdun, precisamos escolher um batalhão e ocupar uma posição dentro de um destacamento (squad). Sempre haverá 4 postos a ocupar dentro de um destacamento, com diferentes funções e armamentos. A guerra é formada por diferentes nacionalidades e 15 tipos de esquadrões, com equipamentos e postura únicos para cada um. Sempre haverá a liderança do squad – quem define os objetivos do seu grupo -, além de posições como artilharia, especialista em bombas, alguns podem chamar ataque aéreo, outros possuem metralhadoras pesadas, bombas de gás e muitos outros. Agir junto ao seu destacamento fornece pontos extras, pois é o que você deve buscar sempre.

Experiência sensorial

Pense em trincheiras e sinta. É o que o jogo quer te proporcionar. O foco é a experiência e sensação do jogador, fazer com que o player experimente a experiência de uma batalha – bem diferente da proposta dos FPS de guerra mais populares. Muito disso se traduz no uso de armas usadas nessa guerra, diferentes para cada facção e destacamento. Além disso, há as bombas. Todo soldado anda com uma máscara de gás a tiracolo e é preciso agir rápido para se salvar. Eu particularmente gostei muito da experiência das bombas de fumaça. A visibilidade fica muito comprometida, dão um clima de suspense e atenção aos jogadores, como se todos estivessem prendendo a respiração.

Imagem de uma batalha em Verdun, com a câmera em primeira pessoa. O personagem segura uma arma de metal escuro, o carregador é um grande disco no meio da arma. Toda a visão está enevoada por uma bomba de fumaça, Não é possível enxergar nada, apenas breves silhuetas.

O relevo também é muito importante no game e é preciso estar atento a todos os ângulos possíveis. Os gráficos são bem feitos e os sons também fazem um bom papel, montando uma verdadeira sensação de guerra ao responder às ações da batalha  – (por exemplo, se uma bomba explodir ao seu lado, você pode ficar um bom tempo ouvindo apenas um longo chiado.

Ainda mais, Verdun pode ser jogado online ou offline, em diferentes modos de jogo. Em Frontlines, o mais jogado, é preciso defender e atacar simultaneamente na briga pelas trincheiras. Da mesma forma, Squad Defence também é bem popular, modo em que é preciso defender sua posição contra ondas de inimigos. Attrition e Rifle Deathmach são outros dois estilos, mais rápidos no combate entre equipes.

Então, posso rushar?

Verdun é diferente da experiência comum do FPS de guerra. Não é pra rushar, correr por entre as linhas. É sobre avanço progressivo, conquistar trincheiras. É trabalho em conjunto, coordenação e paciência. Por exemplo, o carregamento da arma leva um tempo mais aproximado do real. Além disso, é preciso ficar de olho na munição o tempo todo e não tentar andar, correr e recarregar. O personagem cansa em corridas, a sua vida demora a se regenerar quando é atingido e ficar de pé por muito tempo provavelmente será a causa frequente da sua morte.

Além disso, errar um tiro pode decretar o seu fim – afinal, se você está vendo alguém, alguém com certeza está te vendo. Fica vivo por mais tempo quem sabe a hora de correr e a hora de se esconder. Assim, é recomendado buscar crateras, barricadas e elevações para tomar cobertura ao avançar pelo terreno – e, é claro, usar bastante as trincheiras.

Apesar de ser um FPS, esse é um game de guerra estratégica, de paciência e mira. É confiar que seu exército está ocupando as áreas e que que cada squad está dando suporte necessário para o trabalho conjunto. E lembre-se: em Verdun, não banque o herói. Ninguém é de ferro.