Se você tem mais de 20 Anos nas costas, provavelmente conhece o Shin-chan, e se for um aficionado por jogos antigos, já deve ter ouvido falar da franquia ‘Boku no Natsuyasumi‘ (da Sony). Agora misture os dois, e você terá ‘Shin-chan: Shiro and the Coal Town‘, co-desenvolvido pela h.a.n.d., Inc. e Millennium Kitchen, e publicado pela Neos Corporation (que gentilmente nos cedeu acesso antecipado do game para realização da análise), é um game perfeito para você que está em busca de uma experiência (em gameplay e narrativa) mais suave.
Enredo
O ‘Shiro and the Coal Town‘ é o sucesso de outro jogo do Shin-chan desenvolvido pelas mesmas equipes, chamado de ‘Me and the Professor on Summer Vacation‘ (lançado em 2021). Nesse novo jogo, a família Nohara está de viagem para uma cidade chamada “Akita“, com aspectos bem ruralistas, Shin-chan e seu avô Ginnosuke saem para passeio no campo e realização atividades, como pesca e caçar insetos. Durante a viagem, Shiro, o cão de Shin-chan e da família Nohara, sai durante a noite e descobre um trem misterioso (sem vagões, maquinista ou outros passageiros) que vai até à “Coal Town” (ou “Cidade do Carvão“), uma cidade totalmente urbanizada e controlada pelo vilanesco Mr. Discardson, no controle de Shin-chan, e na companhia de seu cão Shiro e da nova personagem Sumi (residente da Coal Town), seu dever é realizar as missões através de tarefas solicitadas pelos cidadãos da Coal Town.
Gameplay
O jogo tem uma gameplay simples e entretida, controlando o Shin-chan, podemos explorar pelos cenários de Akita e da cidade Coal para realizar alguns objetivos e missões à pedido dos moradores, e até mesmo coisas que o próprio Shin-chan deseja/precisa fazer, temos também atividades como caçar insetos (como besouros e borboletas), colher vegetais no quintal de casa, e fazer pescaria. E existe um botão de correr, da qual faz referência à dancinha do bumbum do Shin-chan (mas relaxem, o moleque tá de calça).
A parte de coletar insetos será essencial, porque há uma moça na província de Akita (chamada de Kazuko) que gosta de colecionar e aprender sobre o estudo dos insetos, e à cada inseto coletado ela te recompensa com dinheiro e moedas. O mesmo vale para a pescaria e colheita, pois tem personagens que pedem itens específicos relacionados aos dois para prosseguir de missões (como por exemplo, entregar um curry ou sushi pronto).
Um aviso importante, o jogo tem um relógio que vai avançando conforme você vai visitando os cenários, e na Coal Town dá a impressão de que entardece mais rápido, então é recomendável que você sempre pause na hora de fazer algo importante (pro tempo no jogo não avançar rápido, sem fazer absolutamente nada no game ao ficar parado).
A influência de Boku no Natsuyasumi
Os dois jogos de Shin-chan da Neos Corporation possuem uma fortíssima semelhança com Boku no Natsuyasumi, uma franquia da Sony Computer Entertainment (exclusiva do PlayStation), da qual você controla um menino que passa as férias de verão com a família em uma cidade no interior do Japão, isso porque os jogos de Shin-chan tem envolvimento da Millenium Kitchen, e seu criador Kaz Ayabe regressa como supervisor no desenvolvimento do game.
A Obscuridade de Shin-chan ao redor do mundo
Saindo um pouco do jogo e falando do anime em si, Crayon Shin-chan é uma das animações mais antigas em exibição (mais do que One Piece, inclusive) e bastante elogiada no Japão, porém em nossas terras é um tanto diferente, o anime tem um humor considerado bastante polêmico em razão do comportamento do protagonista (principalmente na visão dos pais), tendo sua exibição no Brasil (na época exibida pela FOX Kids, e com dublagem no estúdio Parisi Vídeo) SUSPENSA por conta de um decreto feito pelo deputado César Maia, o então prefeito do Rio de Janeiro na época, para que não fosse vinculado em nenhum canal com programação que atende ao público infantil. O anime voltou pelo canal Animax (canal com foco em animes controlado pela Sony Pictures), porém sua dublagem nunca foi concluída. Mas o jogo não sofre desse mal, já que a Classificação do game é Livre para todos os públicos. Infelizmente não temos Shin-chan em nenhum Streaming oficial no Brasil.
OBS: Créditos ao Fábio Garcia (e seu artigo no Omelete publicado em 2021) e à Dublapédia pelas informações sobre o anime e a dublagem.
Edição Especial (e Limitada)
O jogo foi lançado originalmente no Japão e demais territórios da Ásia há poucos meses atrás para Nintendo Switch, e temos edições físicas japonesas, chinesas (com idioma em inglês), além de uma edição de Colecionador disponível para compra na PlayAsia.
Já no Ocidente, a Limited Run Games (divisão da Embracer Group) será a distribuidora da edição física, igual o jogo antecessor.
Enfim, vale a pena conferir Shin-chan: Shiro and the Coal Town, se você curte jogos que simulam algum tipo de vida cotidiana (como aproveitar as férias no interior do Japão), ou busca alguma alternativa mais relaxante nos games atuais, o jogo possui uma bela trilha sonora, gráficos excelentes (em cel-shading) e uma gameplay simples, mas relaxante. O fator replay não atrapalha, do contrário, é uma ótima desculpa para explorar todos os cenários bem desenhados. Os maiores pontos fracos desse game é a discrepância de preço entre as versões da Steam e Nintendo Switch, e também de que o jogo não está em Português, mas só de Shin-Chan receber a devida atenção para o Ocidente (e ter uma certa vibe nostálgica) vale a pena conferir o novo game.
O jogo está disponível para compra na Steam e Nintendo eShop.