INTRODUÇÃO
Odin Sphere Leifthrasir é um remake de Odin Sphere para PS2, um Action RPG produzido pela Vanillaware e pela Atlus, que também publicou o jogo.
A Vanillaware, apesar de não ser tão famosa ou gigante, é responsável por diversos jogos aclamados por quem já os conheceu, como Dragon`s Crown e 13 Sentinels: Aegis Rim, que já foi lançado no Japão mas previsto para lançamento ao redor do globo esse ano (Ou não né? Vai que o Covid-19 queira adiar ele também…). Já a sua amiga Atlus, é bem mais conhecida, com diversos títulos publicados, produzidos e aclamados em seu repertório, sendo o mais conhecido deles, a série Shin Megami Tensei, e a sua série de Spin-off Persona, que é tão popular quanto.
Bom, mas vamos direto ao assunto, e falar dessas histórias.
NARRATIVA
Sim, “histórias”, eu não escrevi errado, Odin Sphere Leifthrasir conta uma série de histórias, que são interligadas numa grande narrativa, com diversos personagens, ambientes e mundos mágicos e encantadores, tal como um conto medieval.
Ao começar o jogo, somos agraciados por Alice, uma menina de aparência fofa e meiga, que junto ao seu gato Socrates, passa a ler uma série de livros, livros esses que contam a história de 5 heróis, que vivem em um mundo mágico, onde Valquírias lutavam, as Fadas e os Deuses viviam próximos aos humanos, e criaturas fofas chamadas Pooka andavam por aí.
Porém, nem tudo era feliz nesse mundo mágico, havia guerra, discórdia, e diversos conflitos, que acompanhamos e vivenciamos ao ler os livros que estão no porão de Alice.
O primeiro deles “Valkyrie”, conta a história de Gwendolyn, Filha do rei Odin, e líder do exército de Valquírias. Sua história começa em meio a guerra que estava sendo travada entre as tropas de Odin contra as tropas das Fadas, para conseguir um caldeirão misterioso, porém muito importante.
Nessa batalha que estava sendo travado, Gwendolyn perde a sua irmã mais velha, Griselda, que antes de morrer, lhe concede a sua lança, que possui o poder de absorver as almas daqueles que foram derrotados em batalha. No fim do confronto, Gwendolyn volta para Ragnanival, para reportar as o resultado da batalha para o seu pai, porém, ao questionar sua reação quando foi informado pela morte de sua filha, ela começa a questionar e a duvidar sobre o quanto ele de fato os amava, e se de fato ela é merecedora de seu amor.
Não vou contar o resto do livro aqui, não só para guardar algumas surpresas e revelações, mas também para evitar spoilers, mas ao concluir a história da Gwendolyn, e consequentemente, o livro, podemos iniciar a história de outro personagem, nesse caso, é o Cornelius, príncipe de Titania, que ao tentar encontrar a moça com quem está apaixonado, acaba sendo jogado para o submundo e transformado em um Pooka.
Bom, mas chega de falar da história, e sim como acompanhamos ela, ou melhor, jogamos.
JOGABILIDADE
O jogo é um RPG de ação, mas em cenário 2D, em que exploramos diversos cantos do mundo para conseguir cumprir as diversas missões necessárias para acompanhar a história. Essa exploração é feita percorrendo diversas áreas de um grande mapa do lugar, e é sempre bom explorar essas áreas, porque há sempre algum benefício ou segredo neles.
Cada personagem tem um estilo de jogo e de combate diferente, Gwendolyn por exemplo, pode planar e voar, além de ter ataques bem fortes e alguns projéteis, Cornelius por outro lado, ataca mais próximo de seus oponentes, mas ainda sim sua baixa estatura e alta mobilidade também dão diversas vantagens para ele no campo de batalha, mas o’que é comum entre eles é o fato de que você precisa fazer vários combos e enfrentar diversos inimigos que vão querer te impedir, sejam cavaleiros, ladrões, fadas, ou até mesmo fantasmas.
Sempre em cada mapa, haverão locais onde é possível descansar, comprar equipamentos para tornar o seu personagem mais forte, e até mesmo ingredientes, para preparar receitas e comer. Sim, comer.
Em Odin Sphere você precisa evoluir para ficar mais forte e poder superar os seus desafios, obviamente, mas diferente dos RPGs comuns, onde você tem que matar todos que cruzarem seu caminho para ficar mais forte, aqui você precisa se manter bem alimentado, e há diversas opções para isso, seja comendo frutas que encontrar pelo caminho, pedindo para a Maury, uma Pooka cozinheira e viajante, para preparar diversos pratos e receitas, ou até mesmo indo em restaurantes pelas cidades.
Mas além de subir de nível, é necessário também evoluir as suas habilidades, e para isso você precisará de Phozons, que são coletadas ao derrotar os inimigos, que ao serem coletadas, podem ser distribuídas para melhorar e desbloquear novas habilidades, sejam passivas (Que aumentam ou melhoram atributos dos personagens) ou ativas (Que fornecem e melhoram ataques e habilidades que são usadas em batalha).
TRILHA SONORA E DUBLAGEM
Sobre a trilha sonora do jogo, ela é composta principalmente por música Celta, Clássica e música Orquestrada, que por mais que sejam diferentes considerando que Videogames se utilizam bem mais de gêneros como Rock, Pop e Eletrônica, essas trilhas são ótimas, tanto porque as músicas são de fato boas, mas também porque elas ajudam e muito a manter o clima de mundo mágico e medieval que esse jogo quer passar.
Agora, sobre a dublagem, ela está disponível somente em inglês ou japonês, mas um ponto positivo que eu não posso deixar passar é que o jogo é inteiramente dublado, literalmente. Seja em Cutscenes ou ao falar com NPCs, todos os personagens possuem vozes distintas e muito bem colocadas, além de uma atuação que dispensa palavras, todos os personagens, principalmente os protagonistas, falam com bastante vida e dramaticidade, como se estivessem em uma grande cena de um teatro, e isso é muito benéfico para o jogo, não só porque dá bastante vida personalidade para cada um deles, mas também porque consegue vender bem a impressão de que estamos mesmo acompanhando uma história fantástica e mágica.
VISUAL
Outro ponto que chama muito a atenção sobre o jogo é o visual, que pelo menos para mim, não é exagero afirmar que o jogo é LINDO.
Tanto o visual dos personagens quanto os cenários são coloridos, carismáticos e cheios de vida. Por mais que não sejam realistas, e que alguns dos personagens, principalmente vilões e adversários acabam tendo um visual peculiar, não dá para negar que o visual tem um charme próprio, único e especial. Alguns dos cenários parecem pinturas de tão coloridos e vivos, e alguns dos personagens tem visual tão “mágico” que parecem ter vindo de um livro de contos de fadas.
Bom, por fim, quero destacar as Cutscenes, que mais uma vez, dão uma cara bem dramática e teatral para as cenas, como personagens tendo monólogos, figuras que participam de seus pensamentos se mostrando presentes na hora de seus pensamentos, e até mesmo tendo uma luz para eles, quase como um holofote, quando o personagem está em um monólogo no meio de uma cena, onde praticamente o tempo pára e focamos no personagem, não sei como consigo frisar mais, mas a linguagem teatral é boa e muito bem vinda.
QUALIDADES VS DEFEITOS
Por mais que eu esteja diversas vezes falando do quanto o jogo acaba acertando, principalmente em seu lado mais artístico, ele não é livre de defeitos.
Primeiramente, um dos mais gritantes, é o seu sistema de evolução. Não me leve a mal, ele não é ruim, mas é muito incomum, acredito que muitas das pessoas, principalmente as mais acostumadas com RPGs mais tradicionais, provavelmente vai esquecer ou se importar pouco em comer, resultando em diversas mortes e confusão.
O jogo possui muitos sistemas, tanto que, é possível esquecer algumas das regras de como conseguir mais comida, ou conseguir habilidades e equipamentos melhores, não é complexo, mas de fato é muita coisa pra lembrar.
Por fim, por mais que de fato cada personagem seja único, tanto em história quanto em jogabilidade, é inegável que o jogo é sim cansativo e repetitivo. Vários dos cenários de um livro aparecem em outro, e vários dos inimigos também, além de que cada vez que você completa uma área, a próxima é cada vez maior, o’que pode tornar a experiência muito maçante e cansativa ao decorrer do jogo. E antes que você me entenda errado, de fato os personagens são bem diferentes e distintos, mas ainda sim, para progredir é da mesma forma para todos eles, que é lutando, comendo, explorando, evoluindo e completando o capítulo, ou seja, no fim do dia, de fato acaba sendo um processo repetitivo e cansativo, ainda mais se você faz isso por muito tempo.
OUTROS DESTAQUES
O jogo conta com o modo Classic Mode, que é praticamente o mesmo jogo de PS2, ou seja, é praticamente um jogo “2 em 1”, onde você tanto pode jogar o Remake, quanto o jogo original, porém as mudanças não são muitas.
O jogo possui a função “Cross-save”, ou seja, se você possuir a versão de PSVITA ou PS4 do jogo, é possível transferir seus dados de um para o outro , mas não se engane, NÃO É “CROSS-BUY” você terá que comprar os dois jogos para fazer isso.
A narrativa do jogo é fortemente e muito claramente inspirada na mitologia Nórdica, tanto nos personagens, quanto em todo o seu mundo.
CONCLUSÃO
Bom, concluo essa matéria com o seu título, Odin Sphere Leifthrasir é tal como um bom livro, no qual a gente se perde no tempo e nas páginas por horas, nos aventurando junto com seus personagens e suas aventuras.
De fato, a fórmula não é perfeita, mas ainda sim, eu recomendo, principalmente porque seus pontos fortes são muito fortes, e principalmente porque eu acredito que esse jogo merece muito mais atenção e reconhecimento do que ele teve até agora, sendo que o seu lançamento foi em 2016.
Se o jogo lhe pareceu interessante, divertido, ou até mesmo intrigante, vá atrás, é bem provável que você não vai se arrepender, mas caso os pontos positivos que eu falei não lhe apetecer, ou você simplesmente não gosta de jogos com narrativas muito longas, com muitos personagens, ou até mesmo muito diferentes, não precisa ir atrás, porém, recomendo você dar uma checada se ver o jogo num bom desconto ou com uma boa promoção, pode ser uma surpresa bem agradável.
Odin Sphere Leifthrasir está disponível para PS3, PS4 e PSVITA