Last Day of June foi publicado pelo estúdio 505 Games (Abzû, Control) e desenvolvido pela Avantgarden, antiga Ovosonico (Murasaki Baby). Seu lançamento foi em 2017 para Windows e Playstation, e em 2018 para Nintendo Switch.
Hoje, você encontra o jogo nas seguintes lojas: Steam, Epic Games, GOG.com, Nuuvem, Nintendo eShop e Playstation Store.
Uma curiosidade sobre o game é que possui vários nomes grandes na produção. Temos o diretor Massimo Guarini, de Shadows of Damned; o escritor/diretor/animador Jess Cope, de Frankenweenie. Mas, o mais interessante é o músico e produtor Steven Wilson, que teve uma de suas músicas como principal inspiração para o jogo.
Confira a seguir nossa opinião sobre Last Day of June e porque este é um jogo tão tocante, principalmente na primeira gameplay.
Você faria de tudo pelo amor?
Em Last Day of June, conhecemos Carl e June, um casal fofo que vai a um encontro à beira de um lago. Além de ser um lugar especial para ambos, há um motivo para aquele encontro: June deseja entregar um presente à Carl.
Antes que Carl pudesse abri-lo, começa a chover, então os dois são obrigados a voltar para o carro e dirigir para casa. Mas algo acontece…
Nas próximas cenas, o tom colorido e caloroso do jogo se perde, com um azul frio tomando seu lugar. Vemos Carl sozinho, após perder sua esposa em um acidente naquele dia.
Após isso, Carl percebe que as pinturas de June têm certo poder de mudar o passado. E, através delas, ele começa a fazer de tudo para mudar o destino trágico de sua esposa.
Uma história emocionante de amor e perda
Se tem um jogo que vai te deixar triste e, talvez, até te fazer chorar, é Last Day of June. Mesmo vendo pouco de June, conseguimos entender o enorme amor que ela sente por Carl e, durante o game, conseguimos ver o mesmo de Carl.
O jogo não possui falas, apenas murmúrios. Então, nossa interpretação vai muito da situação, contexto e forma de agir dos personagens. Mas, em momento algum, os diálogos fazem falta.
É uma obra que vai além disso, se pautando muito mais nas emoções e ações do que nas palavras. E isso a torna muito especial e única à sua maneira. Muitos jogos já fizeram isso antes, mas este em específico soube trabalhar muito bem essa questão, conseguindo nos emocionar sem dizer uma palavra sequer.
O mais interessante é que o casal mora em uma pequena vila, então, ao longo da história, conhecemos os outros moradores, suas histórias, e nos apegamos a eles também. Cada um tem um motivo para agir do jeito que age.
Além disso, também vemos o que cada um fez antes e durante o acidente do casal protagonista. Isso nos faz questionar… Enquanto estamos aqui, fazendo nosso almoço, o que está acontecendo com as pessoas da nossa rua, cidade e até no mundo?
Faça de tudo para impedir o acidente
O jogo é um puzzle de aventura, em terceira pessoa. Como dito anteriormente, as pinturas de June conseguem fazer Carl voltar ao passado e mudar os acontecimentos. Cada pintura é de um dos moradores da vila.
Inicialmente jogamos com Carl, mas, assim que ele toca as pinturas, assumimos o controle do personagem em questão. Primeiro o garotinho, depois a moça loira, depois o homem com a espingarda e, por fim, o senhor.
Toda vez que tocamos a pintura, refazemos o dia daquele personagem, como ele mesmo, mudando suas escolhas para impedir o acidente. Mas cada escolha leva a um final, podendo ser positivo ou negativo.
É preciso ter um bom discernimento e saber fazer as escolhas certas, o que torna o jogo bastante imersivo e interessante.
Durante a gameplay, você ainda pode coletar memórias destes personagens, para descobrir mais sobre seus respectivos passados. Então, não deixe de coletá-las! Complementam bastante a história, deixando-a mais complexa e realista.
Os controles são bem simples, apertando apenas os de andar e dois para interagir na história, com personagens e objetivos. E os puzzles não são complicados também, basta prestar bastante atenção.
Gráficos e trilha sonora: uma arte pura
Não podemos deixar de comentar sobre dois pontos muito importantes: o gráfico e design do jogo e a trilha sonora.
Primeiramente, vamos aos gráficos. Talvez, por June ser uma pintora, os produtores decidiram investir em um design que se assemelha a isso. E funciona perfeitamente. Cada frame, cena, personagem, parece vir diretamente de uma tela de pintura.
Há vários momentos que você pode, simplesmente, parar a gameplay e apenas apreciar a arte, de tão linda que é. Nas cutscenes, é quando eles brilham ainda mais, fazendo uma animação digna de cinema.
Já a trilha sonora, é emocionante do início ao fim. Dá o tom certo para cada situação, nos deixando alegres, tristes, angustiados, irritados e todos os sentimentos que os próprios personagens estão sentindo.
Ela faz com que a gente fique ainda mais imerso e consiga saber exatamente o sentimento daquele personagem naquele momento. E é tão intrínseco à história, que não destoa, chamando mais ou menos atenção do que os gráficos e a história.
Veredito
Last Day of June é um jogo incrível, com uma história e personagens envolventes. Emociona do início ao fim, nos surpreendendo em vários pontos. É impossível não se apegar aos personagens e suas tramas pessoais e coletivas. Você pode conferir o trailer aqui.
Inclusive, o final nos explica algo do início, nos deixando com o coração ainda mais partido e a história ainda mais profunda.
Fizeram um trabalho impecável em transmitir a trama através das imagens e sons, sem utilizar palavras e falas, tornando o jogo inesquecível. E assista até o final, pois há uma cena pós-crédito importante para a história.
Você não se arrependerá de jogar Last Day of June, mas com certeza sairá pensativo após ter esta experiência.