A Long Way Down: Uma interessante mistura no sobrenatural

A long way down é um jogo sem sombra de dúvidas especial, principalmente pelos responsáveis de sua criação, a SEENAPSIS Studios, uma empresa de jogos bem recente e pequena, que teve esse jogo como o seu primeiro lançamento, porém, mesmo sendo tão nova nesse mercado, ela já possui o apoio de diferentes distribuidoras,  sendo esses distribuidores, a Maple Whispering Limited, a Mugen Creations, e principalmente, a Goblinz Studio.

E não é por acaso, já que A long way down é perceptívelmente bem produzido, com um estilo único e uma proposta única, a de trazer uma junção dos estilos de jogos Rogue Like, RPG e jogos de cartas, em um único produto, porém, do que se tornou essa mistura? Ela funciona? Como foi esse primeiro passo da SEENAPSIS no mundo dos Games? Esse foi um passo direito ou esquerdo? Venha descobrir agora, nessa análise de A long way down!

Narrativa

Em A long way down, você controla Sam,um homem misteriosamente morto que tem que passar pelo Limbo, um lugar sombrio e estranho, com a ajuda de Ma`Bri, uma sarcedotisa que já o conhecia em vida. Além de Ma`Bri, também há varios personagens, amigos e inimigos que irão aparecer em sua jornada, sendo os primeiros o romano Marcus, que aceita lhe ajudar, e o Dungeon Master (Mestre da caverna), que acaba separando os dois. A princípio não conhecemos muito sobre Sam, sendo as únicas informações que nos são introduzidas sobre ele no começo é a de que ele é um homem mestiço e que possuia uma vida complicada e um passado envolto em ódio e sofrimento, mas além disso, ele possui alguma ligação com o oculto e as crenças de onde habitava.

Esse é o principal inicio da aventura, e de fato ela não revela muito de começo, tanto em narrativa como em detalhes, mas ainda sim, a história do jogo guarda vários mistérios e surpresas, principalmente sobre Sam e sua vida passada, além de introduzir mais personagens e explicações do que está acontecendo e o porque ele está passando por isso, sendo esses elementos bem importantes, já que suas escolhas com base neles podem até mesmo impactar nos eventos do jogo, mas claro, esse e outros detalhes eu prefiro não contar, para evitar Spoilers.

Jogabilidade

A jogabilidade de A long way down é, em suma, uma boa mistura de diversos elementos dos jogos.

O jogo possui principalmente dois modos principais, o primeiro deles é o que surge ao você começar o jogo. Ao começar, você tem uma perspectiva vista de cima, focando no mapa, já que você precisa chegar ao final dele para concluir a fase, porém, o mapa está incompleto e com muitos buracos, sendo necessário que você os preencha, mas isso não é uma tarefa tão fácil, já que não só o ambiente é hostíl, cheio de inimigos no mapa, como tambem há a presença do Dungeon Master. Para preencher esses buracos, você começa com uma certa quantidade de cartas, correspondendo a diversos tipos de terrenos, sendo as suas principais variações onde que estão as paredes em cada carta, e isso é um ponto importante, pois se você posicionar uma carta no lugar errado, é possível bloquear o seu caminho, tornando a tarefa mais dificil. É nessa parte que a principal ameaça do Dungeon Master surge, já que a cada final de turno, ele irá tirar uma carta da sua mão e posicionar ela como um terreno, de maneira aleatória no mapa, podendo atrapalhar suas estratégias.

A segunda parte do jogo é em batalhas, nelas, as lutas funcionam em um jogo de estratégia, onde você tem acesso a um Deck de ataques e habilidades, que possuem diversos custos, tendo que saber manejar bem esses custos e em quais turnos serão usadas, isso é importante para quando o inimigo tiver um ataque muito forte, ou quando você tiver que saber quando atacar e quando aumentar seus poderes, para virar a luta. Além disso, cada personagem possui diversas cartas especificas para eles, que diferenciam suas habilidades e oque podem fazer, que pode ser melhorado e customizado conforme o seu progresso em jogo.

Concluindo, a jogabilidade de A long way down é como afirmei antes, uma boa mistura, mas ela sabe muito bem aproveitar o melhor de cada sistema, e isso ajuda a não deixar o jogo tão repetitivo, já que você via ter que transitar bem frequentemente por esses dois modos.

Trilha sonora

A trilha sonora de A long way down é boa, principalmente porque ela se encaixa bem. 

O tipo de música é aquele que consegue passar muito bem o sentimento de solidão, de melancolia e de um desafio, no ponto certo para passar toda a ambientação e todo o clima da aventura.

Visual

Agora, um dos pontos mais chamativos de A long way down é o seu visual. Ele usa um estilo 2D de visual e animação, e é muito bem feito, o sombreamento e os detalhes dos personagens são ótimos, e as cutscenes parecem que sairam de uma HQ, oque dá um visual ótimo e um bom diferencial.

Devo dar destaque aqui para o visual dos personagens, principalmente dos protagonistas, que acredito que são bem únicos e charmosos, dando um toque especial a todo o conjunto, além de conseguir expressar muito bem cada um, desde sua personalidade a até mesmo um pouco de sua história e sua origem, não sei muito bem explicar, mas dá a sensação que eles se encaixam bem com os próprios personagens, e isso é até mesmo um fator bom, já que dá para enxergar os personagens importantes no mapa, que dependendo da fase, se torna enorme.

Positivos VS Negativos

Agora, o’que pode deixar a desejar em sua experiência com o jogo.

Primeiramente, eu acredito que, mesmo com uma mistura tão boa de estilos, acredito que o jogo é um pouco repetitivo. Sim, por mais que eu tenha afirmado sim que essa mistura, principalmente da exploração do mapa, para as batalhas ajude a equilibrar bem o ritmo do jogo, se você jogar ele por muito tempo, é possível sim sentir um sentimento de repetição.

E por fim, a trilha sonora não é ruim, como eu até afirmei antes, ela se encaixa muito bem com o clima e a atmosfera do jogo, mas pelo menos para mim, em minha experiência, eu não achei que as músicas eram distintas muito bem umas das outras, elas são diferentes sim, mas acredito que um pouco mais de distinção, ou algo que possa diferenciar mais uma música da outra, sem perder toda a atmosfera e estilo musical, não faria muito mal ao jogo.

Outros destaques

É um destaque mais opinativo e parcial, mas sobre as inspirações culturais do jogo, eu acredito que elas são muito bem vindas, já que, principalmente pelo fato das diversas culturas e tradições do continente africano não aparecem muito nos jogos e nas grandes mídias, ter uma representação é algo que acredito eu ser ótimo, mesmo que seja como no caso de A long way down, que faz essa representação de forma que a torne fictícia, imaginativa, e que toma algumas liberdades, a diferenciando das culturas e tradições reais que as inspiraram.

Conclusão

A long way down é um jogo único, tanto por trazer diversos elementos distintos em um jogo só, como também por fazer isso de maneira muito bem feita, e acima de tudo, divertida.

Se você gosta de jogos com elementos de cartas, Roguelike, RPG, ou até mesmo se você gostou do estilo artístico do jogo, eu recomendo, mas caso você não goste dos tipos de jogos citados, eu infelizmente não posso recomendar o jogo, já que esses elementos e a boa combinação deles seja a melhor parte do jogo, pelo menos é o que eu acredito.

A long way down está disponível para PC, por R$ 34,99 pela Steam, e para Switch, por $14,99.

Notas:

Gráficos: 4/5
Jogabilidade: 4/5
Diversão: 3,5/5
Som: 3/5
Narrativa: 3,5/5
Geral: 3,6/5