Tokyo Ghoul S: A composição artística fortalecendo o suspense e horror do filme

Tokyo Ghoul S

Adaptar um mangá do gênero horror para live action é um grande desafio, vários elementos precisam ser pensados e planejados para sair uma adaptação competente. Assim, Tokyo Ghoul S, segundo filme live action da franquia, consegue fazer o seu feito, apresentando fatores técnicos muito interessantes para serem analisados e mencionados. Tokyo Ghoul S foi distribuído no Brasil pela Sato Company no final do ano de 2020. 

Tokyo Ghoul é uma série de mangá escrito e ilustrado por Ishida Sui, lançada em 2011. A série também possui uma sequência chamada Tokyo Ghoul: re em 2014. A obra ganhou uma adaptação para anime pelo estúdio Pierrot também em 2014. Assim, dois filmes live actions foram produzidos, o primeiro, lançado em 2017, e o segundo, lançado em 2019 no Japão. 

Portanto, temos um filme que consegue adaptar muito bem os elementos do mangá de Tokyo Ghoul, principalmente o uso da força super-humana dos ghouls, lutas, o elemento “horror” e a ambientação dos cenários da cidade de Tóquio, agradando o espectador, inclusive os fãs da obra. 

Enredo do filme

A história da franquia mostra um mundo onde humanos vivem ao lado de ghouls, predadores super-humanos que comem a carne e sangue de outros humanos. O protagonista desta história é Ken Kaneki, um estudante que sobrevive a um encontro mortal com Rize Kamashiro, uma mulher ghoul que morre após este encontro. Kaneki sobrevive após uma cirurgia, recebendo órgãos da própria Rize para conseguir sobreviver, assim o transformando em meio-ghoul. 

Assim, Tokyo Ghoul S adapta os acontecimentos da aparição de Tsukiyama Shuu, após ele assassinar a modelo Margaret. Tsukiyama é denominado como “gourmet”, ghoul que procura comer as “melhores refeições”. Assim, Tsukiyama procura se aproximar de Kaneki, o convidando para um restaurante de ghouls, com a intenção de comê-lo e servi-lo de alimento para outros ghouls.

Análise de Tokyo Ghoul S

Com certeza, um dos elementos que mais chama a atenção no filme é a composição artística e da fotografia. Começamos com a abertura do filme, apresentando a ambientação que se passa a história, ou seja, Tóquio. É mostrado prédios, ruas e avenidas, onde estes lugares tem cenas projetadas de algumas cenas da franquia. 

Analisando a composição da fotografia, para Tokyo Ghoul S, temos uma iluminação mais escura, puxado para tons de azul escuro e roxo, ainda mais em cenas que são ambientadas durante a noite. Essa composição consegue fortalecer o gênero de horror e dark fantasy que Tokyo Ghoul tem e precisa ser representada no filme, nos trazendo a sensação de frieza e mistério. Temos também o uso do vermelho, ainda mais em cenas do bar que Kaneki visita. É importante que esses cenários busquem criar essa ambientação desses espaços que apenas os ghouls frequentam.

O uso de sombras em algumas cenas também são utilizadas, ainda mais em cenas que possui algum personagem mais misterioso, como o próprio Tsukiyama durante o começo do filme, antes de ser totalmente apresentado. Essa composição toda, ainda utilizada por uma trilha sonora pesada, consegue criar uma atmosfera mais sombria. 

Falando em composição artística, os cenários ficaram muito fiéis, fazendo sentindo esses lugares estarem em Tóquio, ainda mais os lugares mais inexploráveis para os humanos, como o restaurante de ghouls que Tsukiyama leva Kaneki. Por mais que seja um local parecido como uma “casa de show”, o figurino dos personagens e a utilização das cores conseguem ambientar muito bem o local. 

Sobre o roteiro, a história consegue induzir o espectador para um caminho bem sútil, não tendo exatamente uma estrutura demarcada na história. Ao mesmo tempo, o filme consegue ser bem fiel a obra de Tokyo Ghoul, ou seja, faz jus a franquia. Sobre os personagens, temos Kaneki (Masataka Kubota) que ainda tem seus fortes ideais que são demonstrado de uma forma indireta por ele ser um personagem mais introvertido. Já Tsukiyama (Shota Matsuda), não é um personagem com total desenvolvimento, mas consegue trazer um ponto bem positivo para a história, criando conflitos que Kaneki e Touka (Maika Yamamoto) vão precisar resolver. 

O uso ambicioso de efeitos especiais desafiam o filme, conseguindo trazer cenas de lutas muito interessantes, com planos muito bem executados. Por fim, analisando de uma forma geral, Tokyo Ghoul S consegue atingir seu objetivo ao adaptar a história, ambientando um cenário de horror e suspense para a história. 

Tokyo Ghoul S pode ser assistido assistido legendado nas plataformas de streamings como Now, Vivo Play, Sky, iTunes, GooglePlay e Youtube. Já o primeiro filme da franquia pode ser assistido na Netflix.