Resolvendo as maiores loucuras em um ZUBAT

Fala galera do NSV – Mundo Geek!  Sejam bem vindos a coluna Porão do Tokusatsu! Aqui é o Caio finalmente colocando em bom uso meu conhecimento inútil sobre tokusatsus obscuros. Se você acha que só existem Kamen Rider, Metal Hero, Sentai e Ultras, está redondamente enganado! Os “heróis sem franquia” (que muita gente gosta de chamar de Other Hero) são muitos e oferecem histórias bem… inusitadas, no mínimo. E quem melhor pra estrear esta coluna do que o Magnífico ZUBAT?

Sinopse:

“Hayakawa Ken é um investigador particular que vaga pelo Japão sempre no encalço da Sociedade do Mal Dakkar – responsáveis pela morte de seu melhor amigo, Asuka Goro. Buscando vingança e o verdadeiro assassino de Goro, Ken termina o projeto secreto de seu amigo e se torna Herói Errante Zubat!”

©Shotaro Ishinomori/TV Tokyo

Estrelado pelo lendário Hiroshi Miyauchi (que já participou de uma porrada de tokusatsu, incluindo Ao Ranger em Goranger, Kamen Rider V3 e também o Chefe Masaki em Winspector e Solbrain), a série de 1977 é mais uma criação de Shotaro Ishinomori, um dos grandes nomes do gênero. Zubat se destaca das demais por ter uma estrutura bem diferente e cenários completamente malucos mesmo no contexto desse tipo de programa.

Um episódio típico da série abre com nosso herói Ken chegando numa nova cidade, geralmente tocando seu violão. Aliás, eu mencionei que o Ken se veste como caubói por absolutamente nenhum motivo? Enfim: chegando na nova cidade, Ken sempre descobre que o local está sofrendo sobre a influência maligna de Dakkar, um grupo de mafiosos estilo yakuza. Aí que entra a primeira grande sacada de Zubat: não temos monstros, robôs ou demônios, os vilões são todos criminosos “normais”, chefões do crime que dominam as cidades com seu dinheiro e influência.

©Shotaro Ishinomori/TV Tokyo

Cada um desses chefes possui um guarda-costas, sempre algum tipo de especialista numa arte de matar incomum: temos desde coisas banais como facas e revólveres até jogadores de futebol americano e um cara que usa um taco de sinuca(!). E a mesma cena sempre se repete, mais ou menos assim:

“Ken: claro, eu conheço a sua fama! Mas fique sabendo que suas habilidades de ping-pong assassino são a segunda melhor no Japão.

Vilão: segunda!? E quem é o primeiro!?”

Ken aponta pra ele mesmo e a multidão vai à loucura! Os dois fazem algum desafio pra lá de ridículo e, mesmo com o guarda-costas sendo incrível, Ken dá um jeito de desafiar as leis da física e vencer. Se duvidam do nível de doidera que a série chega, procurem “Kaiketsu Zubat Versus” no youtube e assistam literalmente qualquer vídeo!

No fim Ken coloca sua roupa especial (guardada dentro de seu violão por motivos de “oras, e por que não?”) e se transforma em Zubat! Pra quem achava que o nome era referência ao pokémon saiba que “zubatto” é a onomatopéia japonesa pra algo acertando no alvo, ok? E ao invés de usar uma pistola ou uma espada laser como nosso querido Jaspion, a arma de Zubat é um um bom e velho chicote – muito antes do Indiana Jones, aliás!

©Shotaro Ishinomori/TV Tokyo

Os episódio também sempre terminam doa mesma forma: Zubat dá uma surra no vilão e pergunta “Você matou um homem chamado Asuka Goro?!”, e o inimigo da semana sempre tem algum alibi. E lá vai o Zubat com seu fiel violão para a próxima cidade…

Zubat é extremamente episódico e previsíve, porém, jamais desinteressante ou chato! É um tokusatsu como nenhum outro e extremamente recomendado para quem quiser sair do eixo mais “clássico” do gênero. E lembre-se: sua série favorita pode ser boa, mas é apenas a segunda melhor do Japão.

Curte tokusatsus? Quer mais dicas de obras desconhecidas? Ou conhece Zubat? Deixe seu comentário pois é muito importante para nós, e até semana que vem.