Aiai! Lá vai o Vulpixs escrever sobre One Piece de novo… Mas veja bem, One Piece é um universo tão rico que até um tema de abertura pode te mostrar muito mais do que um anime inteiro de 12 episódios. E hoje, eu vou provar botando em prática a minha análise sobre a abertura 14, Fight Together, do anime One Piece.
Namie Amuro – Um pouco sobre a cantora
Primeiramente não seria justo começar a falar da música sem ao menos conhecer a pessoa que dá a voz para a canção. Namie Amuro foi uma das cantoras mais icônicas do Japão, por vezes sendo relacionada como a Madonna japonesa. Namie Amuro já se aposentou de sua carreira musical que atuou de 1992 até 2018. Além disso é conhecida também por quebrar o estereótipo de idol juvenil J-Pop dos anos 90.
Namie Amuro ganha apelidos de seu público, como: Rainha do pop japonês e Diva da Era Heisei. Com seu alcance vocal Mezzo-Soprano (entre o soprano e o contralto) alcançou mais de 36 milhões de discos vendidos e é uma das artistas mais vendidas no Japão, seugundo o ranqueamento da Oricon e do Japan Billiboard. Bem como todos os seus álbuns tem a verificação do Disco de Platina.
Uma análise por cima da letra da música
Fight Together é uma música que inspira força e superação com sua letra que toca nos sentimentos. Fala muito sobre como precisamos preservar os laços das amizades feitas, assim também em manter a esperança conosco. Nos momentos mais difíceis da vida, olhe para trás e veja o longo caminho já percorrido. O quanto você doou de si mesmo para estar onde está, e o mais importante, de acreditar que tudo isso no futuro terá valido a pena, pois você nunca esteve sozinho.
Todo esse parágrafo reflexivo mostra muito bem o arco apresentado dentro do anime, de acordo com os eventos da trama, Para você que ainda não chegou até esta abertura e se importa com spoilers, recomendo que não passe daqui adiante. Agora, se você não liga, me acompanhe na história que conta esta abertura por Namie Amuro.
À primeira vista, eu não havia pego a mensagem passada pela música, seguindo o contexto da história do anime. Com o passar dos anos, na medida que eu ia assistindo novamente o anime e buscando nutrir mais deste universo, descobri mais do que ela pode nos apresentar.
Junto das cenas que mostram partes dos eventos do anime, a letra diz exatamente o seguinte: Nunca fizemos algo inapropriado. Imaginei que poderia voar tão alto naquele vasto céu que vi no outro dia. Nós viemos de tão longe, cada um com suas promessas em seus corações. Não há mais receio, mesmo que todos tenham fardos para carregar.
Fight Together e a sua importância para o anime
É provável que a mensagem mais importante dentro da letra seja “Ninguém nunca está lutando sozinho”. E se tem algo que One Piece sabe fazer muito bem é trabalhar todo esse lado simbólico dos laços interpessoais.
A música Fight Together, ou seja, “Lutem Juntos” traz muito bem a situação encontrada por todos na pós Guerra dos Maiores, em Marineford. O momento encontrado é de angústia, sofrimento e aceitação. Além disso, a música também mostra algo muito importante. O momento em que Monkey D. Luffy muda a vida de todos. Talvez você possa não ter percebido, mas aqui estamos para desvendar as cenas muito bem selecionadas por trás da abertura. Vamos de personagem para personagem, mostrando cada um dos tripulantes do bando do Chapéu de Palha.
Zoro e sua promessa de uma vida
Todos se lembram do passado de Zoro que é mostrado de uma maneira bem curta na história. Nosso espadachim carrega um fardo e uma missão muito ambiciosa, se tornar o maior espadachim do mundo, derrotando Mihawk. Porém, este já teve um tapa com bilhete de volta para a realidade.
Zoro enfrentou uma quase morte já na primeira saga do anime, ao achar que poderia bater de frente com um dos Shichibukai (7 Corsários). Seu golpe mais forte foi neutralizado por uma “mera faquinha” de cortar pão. Em seguida, encarou sua derrota bravamente sem virar as costas para o adversário. Essa atitude chamou a atenção dos Olhos de Falcão que resolveu depositar uma esperança no jovem.
Ao final da luta, Zoro sai com um corte gigantesco em seu peito que foi desferido com a espada de Mihawk. Ao passo que estava lutando pela vida, deitado em um bote perto do restaurante no mar, Zoro levanta sua espada e grita para o seu capitão Luffy, prometendo nunca mais perder na vida até que derrote Dracule Mihawk, os olhos de falcão.
Nami e o voto de confiança
Na arco mais importante da primeira saga e uma das histórias de personagens mais amadas pelo público de One Piece, temos Nami, a gata ladra. Na cena podemos ver os dois momentos mais emblemáticos deste arco que faz menção à amizade de Luffy e Nami.
Na primeira das cenas, Luffy bota o chapéu de palha na cabeça de Nami. Para os fora do contexto esta cena parece ser um momento qualquer, mas não é bem assim. Luffy deposita o seu maior tesouro em uma amiga que tinha acabado de lhe trair — Você seria capaz de perdoar alguém por uma traição, assim como Luffy perdoou? Fica aí a pergunta.
Não só isso, Luffy esteve determinado em acabar com o tritão Arlong que manteve Nami por anos sob uma escravização de trabalho infantil. E logo após derrotar o seu inimigo, o protagonista se levanta dos escombros e grita ” Nami, você é a minha companheira” (ou Nakama! Como preferirem).
Ussop e a luta do racional vs emocional
Eu realmente fico na dúvida se esta é a luta mais triste de One Piece. Em minha humilde análise tenho a certeza de que não é, mas não vamos entrar neste mérito. Falando agora do que interessa, em uma das sagas mais aclamadas de One Piece, presenciamos a luta de dois grandes amigos.
Da mesma forma que Luffy e Ussop se divertiam em bons momentos, ambos tinham personalidades muito fortes para a devida situação. Eu entendo os dois lados da moeda. Enquanto Luffy mantinha o racional, por mais que lhe doesse, era o certo a se fazer pelo bando. Por outro lado, Ussop mantinha o emocional a frente do racional. O Going Merry Go, presente da sua querida amiga Kaya significava muito para todos e principalmente para o narigudo do grupo.
Em uma discussão sem solução, o capitão e seu tripulante foram postos frente a frente para uma luta que ninguém gostaria de ter presenciado. A cada soco era uma dor a mais, mas não uma dor física. Era uma dor que ligava diretamente no coração, algo que vinha de dentro.
Nós vimos toda a influência que o Sogeking teve para o retorno do Ussop para o bando e só temos que agradecer pelo o que esse herói da Ilha dos Atiradores fez para o bando.
Sanji e a fome
A história completa do passado do Sanji só acontece após o novo mundo, mas podemos comentar uma parte do que este cozinheiro loiro teve de passar na infância. Fome em um local deserto é algo que ninguém gostaria de passar. Lutar entre a vida e a morte por causa de água e comida não deve ser uma experiência nada agradável.
Além do sonho pessoal de encontrar o All Blue, Sanji compartilha da mesma paixão de seu salvador e chefe Zeff. O amor pela cozinha. E o mais triste, juntos aprenderam o que é o medo da fome.
Para Sanji, a dívida que tinha com zeff era para uma vida toda e não tinha coragem de abondanar o velho para seguir atrás de seu sonho. Contudo esta visão foi distorcida pela influência de Luffy que insistia para que subisse a bordo como o cozinheiro de sua tripulação.
Chopper e a quebra de preconceitos
Quem não sentiu a história de Chopper precisa ver o anime de novo, pois deve ter visto errado. Ou só precisa de mais amor no coração mesmo.
Uma das questões mais interessantes que o autor Eiichiro Oda trabalha no protagonista é a sua ótima caracterização visual e dos valores, princípios e morais. O Luffy é um personagem sem preconceito algum. Não somente isso, como ele prefere o diferencial do que um parecido com ele mesmo. Para ele, quanto mais diferente, mais é divertido.
Precisava falar um pouco do Luffy para mostrar mais do nosso guaxi… da nossa rena de estimação. Chopper é apenas uma rena criança que foi abandonado pelo seu grupo por causa de seu nariz azul. Como se não bastasse, ainda foi ridicularizado tanto pelo grupo de renas quanto por humanos pela sua característica bípede da fruta Hito Hito no Mi.
Chopper teve uma vida difícil e só conseguia confiar em duas pessoas. Uma das duas era o seu praticamente pai que morreu pela inocência e inexperiência com a vida. A outra era uma bruxa velha no alto de uma montanha que passou a cuidar de Chopper após a morte de Hiluluk.
Algo interessante no Luffy é o seu poder e a sua presença de mudar o astral do ambiente em que pisa. Com Chopper não foi diferente.
Robin e o valor de uma amizade
Que mostrar pra um amigo o que é amizade? Lhe apresente a Saga CP9 com o arco Water 7 e Ennies Lobby. Quem não se emocionou com o Sogeking ateando fogo na bandeira do governo mundial, atire a primeira pedra. Quem não se arrepiou com o grito de “EU QUERO VIVER!”? Preciso falar do funeral do Merry Go?
Sem palavras mais para descrever o que sinto pelo gesto do bando do chapéu de palha neste arco. Robin era uma criminosa perante o governo. Colocaram uma recompensa gigantesca em uma criança só por ela ter a arma mais importante do mundo, o conhecimento.
Como resultado, ser executada injustamente na visão de Luffy era algo inadmissível. Logo não pensou duas vezes antes de botar os pés em uma das 3 fortalezas do governo mundial e sair chutando o traseiro de cada um que estivesse em sua frente.
Franky e a compreensão
Em seguida temos Franky. Alguns dizem que o personagem ainda não mostrou a que veio, mas eu discordo totalmente dessa afirmação. Em outras palavras, Franky já teve o seu momento de cota de passado triste para entrar na tripulação, além de ter uma das funções mais importantes dentro da tripulação em alto mar.
Como um “delinquente” que vimos no início de Water 7, este teve a sua redenção no mesmo arco e no arco seguinte, ao mostrar seu valor e dada a importância da situação. O ponto aqui é apenas de compreender qual o papel dele dentro do bando. Em suma, tentar enxergar por um outro lado da história.
Brook e a promessa de um reencontro
Aqui vem talvez o maior foreshadowing dos animes. Quem diria que conectariam a história da Laboon com um personagem que viria 300 episódios depois? O Oda só pode ser um gênio mesmo.
Ao mesmo tempo que Brook, nós também nos emocionamos em ouvir de Luffy sobre a Laboon, enquanto toca Binks no Sake. A partir deste momento já estava cravado um novo objetivo para a segunda vida do nosso querido esqueleto. Ao passo que a história andar, tenho convicção de que a cena do reencontro de Laboon com Brook ainda arrancará lágrimas de pessoas do mundo todo.
O empurrão de Ace
Oi? A cena mais impactante e emocional da abertura? Você não vai comentar, Vulpixs? — Calma pessoal. Juntamente com todas essas cenas curtas mostrando todo o caminho percorrido pelo bando, a abertura continua a nos impressionar.
Acima de tudo, vem o capitão do bando. Luffy acaba de passar pelo maior baque de sua vida. Primeiramente falhou em salvar sua tripulação das mãos de Kuma, no Arquipélago de Sabaody. Em seguida luta bravamente para salvar o seu irmão Ace… Que falha mais uma vez.
É com certeza um dos momentos mais tristes de One Piece. No momento já estávamos acreditados que Oda era fraco em não matar os personagens de sua história. Pois é, ele nos enganou direitinho. Essa é a diferença de um autor com o mangá mais vendido da história. Sabe onde encaixar o momento de drama na sua história, sem deixar buraco ou pontas soltas.
Mas ao falar da abertura, o momento que me arrepia. Junto da letra, Ace aparece por trás, empurrando as costas de Luffy. A mensagem é mais do que clara “Mesmo sem mim, continue seguindo em frente. Estarei te olhando daqui de cima”.
E por fim casando perfeitamente com a letra no momento, que diz: O sol vai nascer e ofuscar com o seu brilho toda a tristeza. Eu acredito, em um futuro adiante nos uniremos como um só. Vamos procura-lo junto. Não há um outro alguém que possa tomar o seu lugar. Não se esqueça, We Fight Together!
Chegamos a mais um final de texto. Quer ver mais sobre algumas interpretações de AniSongs? Comente aqui em baixo!