O Labirinto do Grito de Desespero – a atração mais aterrorizante do Japão e do mundo

Olá leitores do NSV – Mundo Geek! Aqui é o Vulpixs para mais um texto sobre o Japão. Desta vez vamos falar sobre uma das atrações mais horripilantes do mundo, também conhecido como “O Horrendo Labirinto do Grito de Desespero“. Estão curiosos? Venham comigo!

FujiQ Highland – O parque de diversões com a vista para o Monte Fuji

O FujiQ é um dos maiores em mais famosos parques de diversões do Japão pelas suas grandiosas atrações, além da sua bela vista que dá para o Monte Fuji, o maior vulcão ativo no Japão. O nome do parque vem justamente por causa da presença do vulcão ali por perto, localizado na província de Yamanashi (onde eu moro).

Mt. Fuji é uma parte incrivelmente importante da cultura japonesa. Em um dia claro, a grande montanha pode ser vista como uma sentinela sempre presente sobre a cidade. Possui uma rica tradição de importância espiritual e sua abundância de fontes termais o tornaram o local perfeito para o Japão. O local reúne visitantes de todo o mundo que procuram escalar o caminho para a proximidade cratera do vulcão e visitar por pontos turísticos atraentes na montanha e ao redor dela,  incluindo o FujiQ Highland.

Quando se fala em “Fuji-Q”, a primeira coisa que vem na cabeça dos japoneses é a sua horripilante atração que está presente no parque desde o ano de 2003. A atração é um hospital abandonado com um certo afastamento das demais atrações. Por muito tempo, pessoas de todo o país vinham ao parque somente pela experiência do quão aterrorizante era este hospital e até que parte das histórias contadas era fictício e até qual parte era verdade.

O Horrendo Labirinto do Grito de Desespero

O cenário do Horrendo Labirinto do Grito de Desespero é um hospital assombrado. A distância total da atração do início ao fim é de aproximadamente 900 metros, podendo caminhar livremente para explorar tudo que há em sua volta (pelo menos antigamente era assim). Em vez de máquinas, o labirinto possui pessoas reais assustando você.

A atração é conhecida como a maior atração de terror do mundo devido a todos os seus relatos de pessoas que cruzaram por este hospital abandonado e também por pessoas que tentaram cruzar o percurso. Isso mesmo, eu não falei errado, pois alguns não conseguem suportar ou não tiveram estômago para chegar até o final e desistiram no meio da atração. No início, antes de toda aventura pelo labirinto nos são instruídos alguns avisos de que portas de saída de emergências estarão claramente visíveis e acessíveis para aqueles que quiserem desistir a qualquer momento. Afinal, a última coisa que o parque quer ver é alguém morrendo de infarte ou algo do tipo.

Como toda boa história de terror japonesa, existe uma história por trás deste hospital conhecido como “O Conto de uma Lágrima Boba” — O palco é um hospital de resíduos, em uma “ala de detenção” que mantinham seres humanos com transtornos e os confinavam dentro deste local. Quando ainda era um hospital, foi dito que havia muitos pacientes que se tornaram vítimas de repetidas experiências de caça humanas e ali morriam por meio de uma tortura. E até hoje, espiritos dos corpos que um dia sofreram neste hospital continuavam perambulando pelo local, sem um fim aparente… — Está é a história contada pelo próprio hospital que claramente deve ter sido criada para dar mais peso à sua atração. Porém, algo por lá não parece tão fictício assim….

Será que existe algo além de uma simples brincadeira?

Se você é médium (todo aquele que sente em um grau qualquer influência dos espíritos) ou acha que é pode ser um, evite a atração. Existem alguns relatos que circula pelo Japão sobre este hospital que um dia fora abandonado. A maioria deles são invenções e é praticamente impossível de saber ao certo o que é realidade e o que não é. Contudo, algumas coisas podem captar sua atenção.

Para os que nunca ouviram falar, em Yamanashi, na província onde eu moro, existe a “Floresta de Aokigahara” que é conhecido também como “A Floresta do Suicídio“. Inúmeras pessoas vão para este local com o propósito de tirar a sua própria vida. E, o ponto que eu quero chegar com isso é que ele também fica dentro de uma certa proximidade do parque FujiQ. Pode parecer fútil? Até pode, mas ainda é válido a citação.

Em alguns dos relatos de pessoas que dizem ter mediunidade informam que passaram mal ou sentiram uma energia pesada só de entrar no hall do prédio, que hoje seria a recepção e a sala de espera para o quarto de instruções e regras da atração. Mas, dizer com 100% de certeza que existe algo lá dentro é um pouco inviável. Pessoas do parque trabalham diariamente dentro da atração como obstáculos e possíveis sustos para dificultar o seu trajeto.

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Por último sobre este tópico, ouvi muitas pessoas próximas de mim dizerem que antigamente, na década passada as coisas por lá eram bem piores e muito mais pesadas. Professores meus já tinham tentado passar pelo trajeto, porém sem sucesso em terminar devido ao medo que passou lá dentro. Esta atração já foi reformulada várias vezes para que pudesse atrair o máximo de gente possível, mas sem perder a sua essência. Um pouco difícil de tentar manter este equilíbrio quando se tem o título de maior atração horrenda do mundo.

A minha experiência no Horrendo Labirinto do Grito de Desespero

AHAAA!!!! Achou mesmo que este texto seria somente dados e informações na qual andei ouvindo durante esses meus 21 anos de Japão? É claro que eu não poderia fazer esta matéria sem dar a minha versão da história, não é mesmo?Em 2016 eu tive a oportunidade de ir ao FujiQ com os meus amigos. Eu sou bem medroso pra essas coisas, mas é óbvio que não poderia perder uma oportunidade como essa.

Logo na fila de espera da atração é possível ouvir gritos das pessoas que estão tentando ultrapassar os 900 metros de percurso. Espera, acha que 900 metros é pouco? Tente se imaginar caminhar por um local extremamente escuro, com uma lanterna que não ilumina nem 5 metros à sua frente, sem saber o que pode acontecer e estando desnorteado. É meu amigo, não é fácil não.

Ao entrar no hospital, você é recepcionado na sala de espera e acaba sendo obrigado a formar uma equipe de 4~6 pessoas para o percurso. De maneira alguma o trajeto pode ser feito sozinho pois pode ser um perigo tanto para a pessoa e também para a atração. Afinal de contas nunca sabemos o que pode acontecer lá dentro, até porque “o que acontece dentro do hospital, fica no hospital”.

Quando chegado a vez, o primeiro passo é se encaminhar para um quartinho de enfermagem com uma tela de projeção. Neste local, a atração transmite um vídeo com imagens de alguns pontos do hospital na perspectiva de primeira pessoa. Neste vídeo, pessoas estão tentando concluir o labirinto e são pegos por algo. No fim, alguém da recepção passa as instruções básicas: celulares devem permanecer desligados, o único item pessoal que você pode carregar é um amuleto japonês para afastar maus espíritos ou algo do tipo, e também outras dicas muito mais básicas que não permite levar comida e bebida para dentro do percurso.

Eramos muitos e nos dividimos em grupos pequenos, pois quanto menos gente, mais aterrorizante ficaria. Fomos em um grupo de 4 pessoas e nos foram distribuídas 2 lanternas que poderiam falhar a qualquer momento. No começo foi difícil caminhar lá dentro porque era um breu e tudo dava medo, além de não fazer ideia do que poderia acontecer. Encontramos portas de saída de emergência para todo o canto, e se quiséssemos abandonar o percurso, poderia ser a qualquer momento.

Quando a visão começa a se acostumar, o percurso se torna um tanto quanto linear, parecendo que os salões e algumas posições dos moveis bloqueando inúmeras salas estão te mostrando qual seria o caminho certo. Até aí estava tudo bem e estava achando fácil demais, teve uns sustos ou outros, porém nada muito grande que fizesse o coração sair pela boca. Quer dizer, pelo mesmo pra mim não parecia, mas a minha amiga do lado já estava quase tendo um infarto. A parte que eu gelei mesmo foi quando tinha um saguão dizendo “Deixe as lanternas aqui e prossiga até o final”.

Foi nesse momento que eu pensei em desistir. Só não desisti porque sou um pouco supersticioso, além de vir de uma família paterna com grandes graus de mediunidade; meu pai, meu tio e meu avô já tiveram experiências horríveis que não cabem e nem seria viável comentar neste texto. E sendo supersticioso, achei que se desistisse ali, a dúvida e um possível medo do que teria mais pra frente do percurso nunca sairia da minha mente. Então, cagando de medo, eu fui até o final.

Foram mais de 15 minutos até o fim. Durante o percurso percebi que os figurantes da atração só estavam lá para nos botar medo. Assim como diziam nas instruções, não era permitido tocar em nada que fosse suspeito, isso inclui as pessoas que trabalhavam dentro da atração. E com isso conclui ali mesmo que o mesmo serviam para eles. Se a gente não pode tocar neles, eles também não podem tocar na gente. E sabiamente (ou não porque poderia ter dado muito ruim) eu fiquei parado esperando o figurante que tinha aparecido na atrás de mim, vir fazer alguma coisa. Ele só ficou cambaleando como um bêbado e meio sem graça por eu ter fixado o olho nele. Foi meio perturbador, mas depois desse ponto, passei a ficar bem mais tranquilo. Moral da história? Enfrente os seus medos de frente.

Uma breve conclusão que posso dar sobre esta experiência é que antigamente poderia ser bem pior, mas devido a enorme fila que a atração andou recebendo nos últimos anos, sua estrutura precisou ser reformulada da cabeça aos pés. Até porque o percurso é demorado e tinham casos de grupos que se encontravam com outros grupos que começavam depois, justamente porque alguns deles se perdiam no percurso. Gostaria de ter ido sim nos anos anteriores do que eu fui, porém eu fico um pouco apreensivo. Como eu disse, venho de uma família de médiuns. Nunca enxerguei nada e nem tenho a mínima vontade de enxergar, porém já houve episódios estranhos da minha vida com relação a mediunidade. Se quiserem, mais pra frente até posso falar sobre eles em um outro texto, mas fica a critério de vocês, leitores do NSV – Mundo Geek.

Enfim pessoal! Chegamos ao fim de mais um texto. Gostaram? Fiquem com a experiência de um Youtuber japonês que teve a oportunidade de gravar a sua trajetória na atração. Eu vou ficando por aqui e até o próximo texto!

Parte 01

Parte 02