Akumaizer 3, os Demônios do Bem

E aí pessoal, aproveitaram o feriado? Aqui no Porão do Tokusatsu, é claro, eu aproveitei pra assistir e reassistir mais algumas coisas pra apresentar pra vocês. E já que passamos pelo Dia das Bruxas e o Dia dos Mortos porque não falar de algo bem macabro, assustador, diabólico? Sim, estou falando de… Mais um Tokusatsu dos anos 70! E o fato dele ser sobre demônios é só coincidência… Então peguem suas espadas, subam em seu navio pirata e bebam bastante líquido pra conhecer Akumaizer 3!

Sinopse:

Demônios refugiados de um império subterrâneo chamado Clã Akuma, os heróis da série lutam para proteger a Terra dos monstros enviados pelo terrível Mezalord. Zabitan, Ibiru e Gabura usam seus poderes demoníacos e suas habilidades como espadachins para lutar em prol da humanidade que os teme.

©Toei Co.

Alguns de vocês devem lembrar vagamente do nome dessa série e estão tentando recordar de onde, aposto. Pois eu respondo: Izumi Konata de Lucky Star cantou de forma gloriosa a abertura de Akumaizer 3 como um dos encerramentos de seu anime. Imagino o susto que os otakus da época tomaram quando foram procurar do que se tratava… Mas vamos aos detalhes.

Akumaizer 3 é mais um tokusatsu vindo da mente fértil de Shotaro Ishinomori – já vimos outra criação dele aqui no Porão. Dessa vez ele se inspirou no clássico Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas, misturando elementos das histórias de Julio Verne, por isso ao invés das tradicionais espadas de cavaleiros ou katanas nossos protagonistas lutam com floretes. Uh-lá-lá, trés bien. A história começa com Zabitan, membro de um clã de demônios-ciborgues que vivem no subterrâneo, descobrindo que sua raça planeja atacar a superfície e conquistar o mundo humano. Acontece que Zabitan é na verdade um híbrido, filho de pai demônio e mãe humana (não me pergunte como diabos isso funcionou…) então decide se rebelar e ir para Terra salvar o povo de sua finada mãe.

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Os planos de Zabitan não saem como o planejado e dois demônios são enviados para detê-lo: Ibiru (o cara de amarelo com orelhinhas de morcego) e Gabura (o que a cabeça parece um… um… um dantop). Surpreendentemente Zabitan consegue convencer os dois a se juntar a ele (depois de derrotar cada um em combate honrado, claro) e brandindo suas espadas em conjunto eles assumem o nome de Akumaizer 3, os demônios mosqueteiros. Logo no primeiro episódio eles já roubam o navio pirata que um dos vilões usava pra sequestrar humanos e transformam numa nave gigantesca com uma boca, chamada Zaidabeck. Não olhe pra mim, eu avisei que os 70 eram loucura total!

Uma coisa bem interessante da série é os heróis não tem forma humana, ficando o tempo todo como “monstros” mesmo. O núcleo humano da série é de um grupo de jornalistas que fazem amizade com os Akumaizer e preenchem as cotas pra séries da época: temo um homem adulto com algum capacidade de luta, uma garota espevitada usando shortinho curto e um moleque pentelho usando shorts AINDA MAIS curtos.  Bom, eu digo que não tem forma humana mas isso apenas no início… depois de episódio 17 Zabitan passa a se disfarçar como um cara chamado Nagumo.

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Aproveitando que falei do disfarce é uma boa hora para comentar outro diferencial da série: cada Akumaizer tem seus poderes e fraquezas próprios. Zabitan usa uma espada chamada Zarado e também mini-canhões em seus ombros chamados Zabitan Nova. Além disso consegue ficar invisível, mover objetos com o poder da mente e, como falei ali em cima, pode mudar sua aparência para fingir que é humano. No entanto ele tem instalado em seu corpo o “Circuito-Demônio“, que o vilão Mezalord pode usar para lhe causar dor intensa com o apertar de um botão.

Ibiru pode transformar sua espada Erado em uma arma de fogo e a si mesmo em objetos inanimados no melhor estilo Super-Gêmeos. E pra usar outra referência de desenho dos anos 80, tal qual o Mum-Ha de Thundercats ele não pode ver o próprio reflexo, ou ficará paralisado. O grandão Gabura pode transformar sua espada Garado numa morgenstern (sabe aquelas bolas com espinhos presas numa corrente?) e tem a bizarra habilidade de se transformar num… avestruz. Porque sim. Ah e sua franqueza é a desidratação, ele tem que beber água constantemente se não perde as forças.

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Como dá pra perceber Akumaizer 3 é repleto das loucuras típicas das séries dos anos 70, mas o diferencial de praticamente todos os personagens usarem roupas que cobrem o corpo todo facilitava muito o uso de dublês. Ou seja, a ação era acima da média até pra época! E mesmo em meio a tanta porrada e momentos bizarros conseguiram contar uma história bem complexa para o gênero, envolvendo redenção. Muitos dos inimigos dos Akumaizer acabam ficando do lado dos humanos com o decorrer da série, e vão ganhando cada vez mais “humanidade” em suas ações.

Os primeiros 24 episódios da curta série de 38 eram bem sérios na medida do possível, passando a ficar mais cômicos do 25 em diante (justamente quando Gabura aprende a virar avestruz). Pra compensa, a série tem um final extremamente controverso.  Se você não quer spoilers, pule o próximo parágrafo, ok?

Para derrotar o verdadeiro líder dos demônios, é necessária a técnica Akumaizer Attack, que pode custar a vida de seus usuários. Os aliados dos Akumaizer tentam primeiro e acabam todos mortos. Vendo seus amigos derrotados, Zabitan, Ibiru e Gabura executam o Akumaizer Attack e conseguem derrotar o vilão – mas morrem junto dele.

Akumaizer é uma daquelas séries que só poderia vir do período que veio. Ação, emoção, comédia, tudo na medida certa. Se você curtia a Konata gritando “AKUMAIZAAA ZAN ZAN ZAN-ZAN!” e sempre quis saber de onde saiu aquilo eu recomendo fortemente que vá atrás. Hoje ficamos por aqui, mas semana que vem retorno com mais uma peça aqui do Porão!