Radioactive – A história de Marie Curie

Radioactive

Radioactive é um filme de drama biográfico britânico lançado em 2019 e disponível na Netflix. Dirigido por Marjane Satrapi e estrelado por Rosamund Pike no papel de Marie Curie.

O longa é baseado no livro Radioactive: Marie & Pierre Curie: A Tale of Love and Fallout, escrito por Lauren Redniss em 2010. Apesar de mostrar o relacionamento de Marie com Pierre, o filme foca muito mais na vida e trabalho de Marie Curie.

GRANDES DESCOBERTAS

A história começa em 1893, nos mostrando uma mulher que constantemente é rejeitada pelos laboratórios e não consegue fundos para fazer suas pesquisas. Marie então conhece Pierre, com quem possui uma afinidade imediata e, com a ajuda dele, que lhe dá espaço em seu laboratório, os dois firmam uma parceria que viria a dar muito certo. Tanto no trabalho quanto no amor.

Nem é preciso dizer o quão difícil foi para Marie conseguir seu espaço, ainda mais naquele tempo e sendo mulher. Mas Pierre acreditou nela, apoiando-a. Além disso, Marie era uma cientista brilhante. Logo os dois descobrem dois elementos: o polônio e o rádio. Futuramente, também descobrem a radioatividade. Algo que viria a ter um uso tanto para o bem, curando doenças, como também para o mal.

O filme não nos mostra muito do passado de Marie Curie e senti um pouco de falta disso. Talvez mostrar quando ela começou a se interessar pela ciência. Só o que vemos é a morte de sua mãe e como isso a traumatizou, tanto que ela evita entrar em hospitais. Mesmo assim o filme é competente em nos mostrar quem era Marie Curie e explora toda sua genialidade. Apesar de os termos serem complicados, acho que o roteiro conseguiu fazer com que mesmo quem não tem conhecimentos de química, consiga entender a grandeza dessas descobertas.

O filme Radioactive também tem uma boa fotografia, tendo tons que combinam com o clima sombrio da época em que o filme se passa. Também temos aqui escolhas estéticas interessantes, como nas cenas de dança aonde Marie e Pierre se encontram pela segunda vez. Essa dança e as cores dessa cena se repetem em outros momentos, misturando a ciência e a arte.

©Amazon Studios

TERRÍVEIS CONSEQUÊNCIAS

Muitos cientistas tiveram suas descobertas usadas para a destruição. Como, por exemplo, Santos Dumont e Robert Oppenheimer. Com Marie Curie não foi diferente. Além do uso de suas descobertas para fins trágicos, a própria Marie Curie e seu marido foram afetados pela radiação. Era algo novo sendo descoberto, então eles realmente não sabiam como essa radiação interferiria no corpo das pessoas. É triste perceber que, mesmo com todo esse sucesso na química e física, Marie Curie sofreu muito. Ela mesma diz para sua filha que isso não lhe trouxe felicidade.

É uma grande pioneira tendo um final trágico, sofrendo muito com suas descobertas. Marie Curie também era uma polonesa que morava na França. Depois que suas descobertas tiveram usos horríveis, as pessoas agiam violentamente com ela, xingando-a de nomes horríveis. A atuação de Rosamund Pike também está ótima, a atriz sempre entrega tudo em suas atuações e ficou realmente parecida com Marie Curie.

Mais para o final do filme, aparecem cenas muito interessantes, aonde Marie Curie caminha entre todos os cenários do futuro aonde suas descobertas tiveram consequências graves. Como quando caíram as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o desastre em Chernobyl, entre outros.

Apesar disso, temos uma cena também da primeira vez que a radiação foi usada como tratamento para câncer. Em meio a tristeza, também temos essa esperança de que o avanço da ciência também servirá para fazer o bem e revolucionar tudo o que conhecemos.