A Mulher na Janela – Novo Suspense da Netflix

Anna Fox mora sozinha em uma casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo vinho, assistindo filmes e bisbilhotando a vida dos outros. Quando uma nova família se muda para a casa do outro lado da rua, Anna fica obcecada por aquela vida perfeita. Até que certa noite, vendo a família com sua câmera, ela presencia um crime.

Estrelado por Amy Adams, Julianne Moore e Gary Oldman. A direção fica por conta de Joe Wright. O roteiro é baseado no livro de A. J. Finn.

ADAPTAÇÃO DO LIVRO

Livros de suspense, como A Mulher na Janela, estão em alta atualmente. Uma mulher, que não é um narrador confiável, presencia um crime. O porém é que as pessoas não acreditam nela, pois ela tem problemas com álcool ou remédios. Essa mesma premissa acontece no livro e filme A Garota no Trem. Talvez por isso A Mulher na Janela não parece tão original.

Aliado a isso, o escritor esteve envolvido em algumas controvérsias como mentiras que ele contou para avançar na sua carreira. Com isso, a adaptação sofreu de vários problemas e isso é visível no filme. Apesar de ter uma grande atriz encabeçando o filme, a longa não parece tão inspirada. No livro, o fato de Anna bisbilhotar a vida dos outros é mais explorada. Já no filme, ela apenas observa o casal que mudou-se para a casa na frente da sua.

O resto do tempo, passa assistindo filmes e bebendo. Só sabemos que ela sofre de agorafobia, o que faz com que ela fique trancada em casa. Sua família mora em outro lugar e ela é muito solitária. Anna é visivelmente perturbada e no começo não damos muita atenção ao que ela presencia. Já que vemos tudo por sua perspectiva, é difícil saber o que é verdade e o que não é. Algo muito utilizado em filmes do gênero.

Além do roteiro não muito inspirado, temos aqui um desperdício de ótimos atores que poderiam ser mais explorados na trama. Como Gary Oldman e Julianne Moore, que fazem aparições mínimas.

INSPIRAÇÃO EM JANELA INDISCRETA

Claramente uma das principais inspirações do filme e da fotografia, assinada por Bruno Delboneel, é o clássico de 1954 Janela Indiscreta, dirigido por Alfred Hitchcock. Na história, um homem que está preso em casa, observa os vizinhos da janela de seu apartamento, até que ele presencia um crime. Mesma premissa de A Mulher na Janela.

Além da inspiração na história, vemos isso refletido na fotografia que é bem inspirada. Usando de enquadramentos interessantes, além de se aproveitar da luz e da escuridão, já que o apartamento de Anna está sempre uma penumbra. Isso auxilia também na criação do suspense e até mesmo na hora de causar medo e desconfiança do público.

Apesar de criar bem um suspense, o desenvolvimento da história e o desfecho do mistério se mostram muito fracos. A distribuição do filme também foi prejudicada pela COVID e seus direitos foram vendidos para a Netflix, que é aonde o filme foi lançado.