Little Witch Academia: O marco da obra na indústria de animes

Protagonista Akko

Animado pelo estúdio Trigger, Little Witch Academia é um anime que retrata a jornada de uma garota normal chamada Atsuko Kagari (Akko). O anime chegou a ter outras adaptações. Mas temos que enaltecer o marco que a obra teve na indústria de animes. O anime surgiu por conta de um projeto chamado Anime Mirai do Young Animator Training Project em 2013. Podemos dizer que por mais que o Young Animator Training Project buscava estimular a produção técnica do anime nacional, Little Witch Academia chegou a impactar também o público ocidental. 

 Little Witch Academia mostra a história de Akko, que se matricula na Academia Mágica Luna Nova. A garota fica encantada com a magia desde a performance de Shiny Chariot em um show de magia. Assim, Akko passou a sonhar em ser uma bruxa tão legal quanto Chariot. Entretanto, nem tudo parece fácil. Akko não tem poderes e isso torna sua jornada para se tornar uma bruxa muito mais complicado.

Young Animator Training Project

Explicando um pouco mais sobre o Young Animator Training Project, como citei antes, a ideia deste projeto era buscar jovens animadores japoneses. Em 2010, a Associações de Criadores de Animação do Japão (JAniCA) percebe um constante declínio técnico dentro do país. Assim, a JAniCA cria o Young Animator Training Project onde foi lançado o Project A. Este projeto teve a iniciativa então de treinar jovens animadores japoneses através de concurso de curtas-metragens anuais. Isso tudo feito com o orçamento do governo japonês por alguns estúdios selecionados. 

Só que o projeto é muito mais que isso. Em um mundo cada vez mais globalizado, os animadores começaram a buscar a identidade nacional de suas animações. Isso em meio a um cenário da internacionalização do anime. Então, estes animadores começam a trabalhar com um processo técnico único para produzir suas animações japonesas, onde essas produções têm suas singularidades e uma delas é seu aspecto visual. “Os traços, movimentos e expressão dos personagens de anime diferem de forma evidente dos tradicionais desenhos animados ocidentais”, como reforça Karen K. Kremer em seu artigo sobre a Young Animator Training Project e a identidade nacional japonesa no processo técnico do anime.

Anime Mirai

Protagonista Akko

Só que analisando de uma forma geral, as animações evoluem a cada momento. Os animadores japoneses portanto tentavam buscar animar como antigamente, de uma forma única. Só que eles não conseguem ignorar as mudanças que as técnicas tradicionais japonesas sofreram durante o tempo. Assim, por mais que os japoneses tenham um jeito específico para fazer animes, eles acabam modificando sua própria tradição. Um exemplo disto é o uso maior de recursos digitais para a produção de animes. 

Então a própria JAniCA remodela o projeto, sendo chamado agora de Anime Mirai. “Agora o foco não é mais manter o tradicionalismo técnico da animação japonesa, mas incorporar o desenvolvimento mecanicista da indústria da animação dentro do anime.” Agora os jovens animadores se adequam a produzir animações japonesas com novas técnicas de animação que foram surgindo na indústria. Percebemos então que começaram a surgir animes com uma animação e arte gráfica superiores e uma dessas obras foi Little Witch Academia

O impacto de Little Witch Academia para o público internacional

Little Witch Academia foi um dos curtas selecionados pelo Anime Mirai no ano de 2013, feito pelo estúdio Trigger. Em 2015 é lançado outro curta também animado pelo estúdio. E em 2017, é produzida uma série de televisão, que foi transmitida no Japão e adicionada no catálogo da Netflix

Podemos analisar então que, por mais que Little Witch Academia foi primeiramente financiado por um projeto que busca estimular a produção técnica do anime nacional, vemos também um grande interesse do mercado ocidental pela obra. Por primeiramente pela Netflix, uma empresa americana de streaming, que disponibilizou o anime em seu catálogo. O anime teve uma grande repercussão com os fãs do ocidente. E também podemos citar o interesse da empresa americana Kickstarter, que chegou a  financiar o segundo curta.

E outro fator que podemos analisar sobre Little Witch Academia, o que primeiro ponto que chega nos impactar é seu estilo de animação. Ele lembra mais um cartoon do que os animes que costumamos assistir. Isso poderia ser uma forma de tentar chamar atenção então do público do ocidente, que está mais acostumado com o cartoon do que as animações japonesas mais clássicas. Por mais que a JAniCA tenha o intuito de incentivo à produção nacional, o projeto também busca um público internacional para seus animes. 

Em suma, o Young Animator Training Project vem primeiramente com o a ideia de conter o êxodo técnico do anime. Anos depois, a JAniCA reformula então seu projeto após perceber que o uso de novos recursos poderiam fazer os animadores criarem animes com animações muito mais superiores. Como Little Witch Academia, que ganhou sua série de televisão em 2017, tendo sucesso não apenas no Japão, como também no ocidente. Assim, percebendo a capacidade que as animações japonesas se adaptaram ao cenário mundial  tendo a transmissão dos valores culturais.