Aos 4 anos de idade, Kotaro Seto se muda sozinho para um apartamento e assim começa sua nova vida fazendo amizade com seus vizinhos.
Sim, uma criança de 4 anos morar sozinha é algo estranho e os personagens do anime reagem com surpresa e se preocupam com isso. Até o episódio 4, há apresentação de mais 3 vizinhos do Kotaro: Karino, um mangaká; Mitsuki, uma acompanhante em clubes noturnos; e Isamu, um membro da Yakuza.
Vale ressaltar que o anime levanta temas sensíveis como bullying, rejeição, violência e abandono parental, que podem afetar muitas pessoas.
Os personagens e suas relações com o Kotaro
Dos vizinhos, o que tem mais destaque certamente é o Karino, que por esses 4 primeiros episódios se mostra como uma figura paterna para o Kotaro. Inicialmente, o Karino acha o Kotaro estranho por estar morando sozinho e falar de uma forma muito complicada para uma criança, e pensa que vai ser um vizinho complicado.
Ao assistir o noticiário, tem uma notícia sobre uma criança sequestrada e pensa “os adultos de hoje em dia estão muito negligentes”, percebendo que fez o mesmo, corre atrás de Kotaro que tinha saído sozinho para a rua.
A Mitsuki seria como uma irmã mais velha e o Isamu como um tio chato que quer fazer carinho, mas o Kotaro rejeita.
O Kotaro é uma figura muito interessante. Em sua primeira cena, comprando lenços humedecidos numa loja de conveniências, utiliza uma linguagem muito complicada para uma criança e demonstra uma seriedade profunda. Em seguida, compra uma espada de brinquedo com a desculpa para si mesmo que é para se proteger de algum eventual perigo.
Uma cena que demonstra perfeitamente o Kotaro, uma criança que passou por muita coisa que a fez amadurecer muito rápido em vários aspectos, mas que ainda tem seu lado inocente e não tenta reprimi-lo.
A estrutura dos episódios
A Netflix disponibilizou todos os 10 episódios de uma vez e cada um deles é divido em pequenas historinhas. Eu acho interessantíssimo como o anime transita entre uma cena fofinha, para algo extremamente pesado. Porque ainda se trata de uma criança de 4 anos tendo que morar sozinha.
Vemos o Kotaro brincando e divertindo-se várias vezes, mas as situações rapidamente mudam para “wow, que coisa triste” antes que o espectador perceba.
O anime faz isso com maestria. A mudança de tom é natural, os momentos leves e felizes não parecem de um anime completamente diferente dos pesados e tristes.
Considerações finais
Meu plano era de ver o anime todo para escrever esse texto, mas depois de passar 1 hora chorando por causa do episódio 4, eu percebi que não vai me fazer bem ver tudo de uma vez. E eu recomendo isso a todos que forem ver, não assista tudo de uma vez, vá num ritmo lento para poder absorver tudo direitinho.
Kotaro certamente é um dos melhores animes que eu vejo em muito tempo. A animação e estilo artísticos dele podem não ser os mais bonitos, mas funcionam muito bem para a obra.
Uma palavra que define a relação dos vizinhos com o Kotaro: encantador. Pelo Karino ter mais foco, vou falar pelo ponto dele, mas inicialmente ele preocupa-se com o Kotaro por “uma criança de 4 anos sozinha, tenho que cuidar”. Ao longo do desenvolvimento da relação entre eles, esse sentimento passa para uma preocupação genuína pelo Kotaro em si, não apenas por ele ser uma criança.