Em Agosto de 2019 a editora Morro Branco anunciou o lançamento deste projeto, que foi intitulado de Projeto Capsula.
O projeto consiste na publicação mensal de contos, peças, poemas e ensaios de autores clássicos e estreantes, de forma gratuita em seu site. O site do projeto você encontra clicando AQUI, e podem acompanhar lançamento dos próximos títulos.
O primeiro conto publicado pela editora é chama-se “Sons da Fala“, de ninguém menos que Octavia E. Butler.
Octavia Butler nasceu na Califórnia em 1947, é uma das mais aclamadas escritoras de ficção científica. Apesar de enfrentar muito preconceito em uma área dominada por homens brancos “A grande Dama da ficção científica” foi a autora que abriu caminho para que outras prosperassem na ficção especulativa e ela é um dos nomes mais forte quando se fala em afro futurismo.
Os Sons da fala – Octavia E. Butler (Clique AQUI para ler o conto)
SINOPSE: “A doença, se é que era uma doença, tinha arrancado os vivos uns dos outros. Enquanto varria o país, as pessoas mal tiveram tempo de pôr a culpa nos soviéticos (embora eles estivessem silenciando junto ao resto do mundo), em um novo vírus, um novo poluente, radiação, justiça divina… A doença foi certeira no modo como derrubou as pessoas (…). A linguagem sempre era perdida ou severamente debilitada. Nunca era recuperada.”
O segundo conto, agora no âmbito do gênero de suspense, é do autor Jack London, que é o pseudônimo de John Griffith Chaney, nascido em 1876. As obras de Jack London costumam ser inspiradas em aventuras que ele mesmo viveu: como marinheiro na costa norte-americana e no Japão, como militante socialista ou ainda tentando a sorte na corrida do outro no Alaska.
London foi considerado um dos principais escritores de sua época e um dos primeiros a atingir fama mundial através de suas obras. O seu conto, intitulado “Acender uma Fogueira” é um retrato tenso e cru de um homem enfrentando um dos oponentes mais formidáveis da natureza: O frio.
Acender uma Fogueira – Jack London (Clique AQUI para ler o conto)
SINOPSE: Um homem, um cão, uma extensão de neve, o frio cortante; em Acender uma Fogueira possui todos os ingredientes das histórias mais “clássicas” de Jack London, aquelas que mais contribuíram para construir a imagem literária do escritor.
O terceiro conto é, pessoalmente, um dos contos que marcaram a minha adolescência, foi um dos meus primeiros contatos com a ficção cientifica na literatura.
Estamos falando de “Aqueles que abandonam Omelas“, da maravilhosa Úrsula K. Le Guin.
Úrsula Le Guin é uma das maiores autoras de ficção científica, além de ser aclamada também por suas obras sensíveis e poderosas de não ficção, fantasia e de ficção contemporânea. Muito conhecida por abordar questões de gênero, sistemas políticos e alteridades.
Vemos em “Aqueles que abandonam Omelas” uma descrição de um festival de verão de uma cidade utópica. Todos os moradores dessa cidade são felizes, mas lá não é como as outras cidades do mundo, e a partir dessa premissa, Úrsula vai dialogando com o leitor e pondo em nós os questionamentos: Essa cidade deveria mesmo existir? E se existe uma cidade assim, onde todos são felizes, porque alguém abandonaria este lugar?
Aqueles que abandonam Omelas – Úrsula K. Le Guin (Clique AQUI para ler o conto)
SINOPSE: Aqueles que abandonam Omelas é ambientado em uma cidade onde a felicidade de todos depende de algo aterrador.
O quarto conto, intitulado “Dentro do Bosque”, escrito por ninguém menos que Ryunosuke Akutagawa, um dos grandes nomes da literatura japonesa, e conhecido como “o pai do conto moderno japonês“. Ryunosuke é pioneiro na introdução do estilo europeu na literatura nacional, com um estilo único, inspirou-se nas lendas e na história de seu país para tecer estudos psicológicos e explorar o lado sombrio da natureza humana.
A narrativa da história de “Dentro do Bosque” é formada pelo relato de sete personagens que tentam elucidar o assassinato de um homem, cujo o corpo foi encontrado no meio de um bambuzal. Mas é que está o ápice do conto, os relatos das pessoas apresentam divergências e essas são, justamente, as testemunhas do crime.
Dentro do Bosque – Ryunosuke Akutagawa (Clique AQUI para ler o conto)
SINOPSE:Nesta obra-prima de Ryunosuke Akutagawa, exaltada como um dos melhores contos da literatura japonesa de todos os tempos, acompanhamos sete relatos sobre a morte de um samurai, cujo corpo foi encontrado em um bosque de bambus perto de Kyoto. Há verdade em cada um dos relatos, mas qual das versões realmente aconteceu?
O quinto, e conto mais recente a ser divulgado é “Aranha, a Artista” da escritora Nnedi Okorafor. Filha de pais nigerianos nos EUA. Escreve histórias tanto para adultos como para crianças e já lecionou sobre escrita criativa na Chicago State University, roteirizou quadrinhos da MARVEL para Pantera Negra.
Seu conto “Aranha, a Artistas“, se passa em um futuro próximo, numa pequena aldeia situada no delta do Rio Níger, uma área dominada por grandes empresas petrolíferas, tanto na ficção quanto na vida real. E em seu conto, os oleodutos são protegidos por aranhas robóticas(chamadas pela população de zumbis). Nnedi denuncia a violência contra mulheres, a ganância das grandes corporações, a omissão do governo e a destruição da natureza. A escritora também aborda como a arte pode aproximar os opostos, reduzir diferenças e gerar empatia.
Aranha, a Artista – Nnedi Okorafor (Clique AQUI para ler o conto)
SINOPSE: Vivendo entre os perigosos oleodutos e um marido abusivo, a única alegria de uma mulher é tocar o violão herdado de seu pai. Em uma noite, ela percebe ter companhia: uma das aranhas robóticas que pune ladrões de petróleo com esquartejamento está perto demais… [+]