Review – La Casa de Papel Parte 4

O fenômeno da Netflix retorna com 8 novos episódios, em que o assalto ao Banco da Espanha é retomado exatamente no ponto dramático em que parou no final da terceira parte.

Sinopse: A série conta a história de um grupo de criminosos da Espanha que tem o objetivo de assaltar a Casa da Moeda e faturar uma quantia quase bilionária sem serem pegos.

A série retorna sua quarta parte de onde parou, no banco da Espanha. Nairóbi está com problemas, e Palermo está ficando fora de controle. Tóquio, a narradora da obra continua sendo não confiável, e o elo fraco do grupo. 

Um dos grandes pontos fortes que “La casa de papel” teve até agora foram as incertezas, seja pelas surpresas que Professor havia preparado se antecipando às situações impossíveis ou porque o final da segunda temporada nos mostrou que podia ter baixas entre membros da gangue.

Esta quarta temporada mostrou que a série mantém esses elementos essenciais para manter o espectador na beira do sofá ansioso para saber o que vai acontecer a seguir. 

É claro que talvez já estejamos acostumados a recursos como esse sendo usado em tela, mas um dos momentos mais dramáticos da temporada teria um impacto ainda maior se não o usassem excessivamente.

©Netflix

A partir do momento que superamos a quase perda da Nairobi, a série começa a dar mais espaço para o desenvolvimento de personagens secundários, entramos na mente de Rio e conseguimos entender melhor que o hacker do grupo está ferrado psicologicamente.

Entre os altos e baixos de Palermo é curioso vermos sua paixão desenfreada por Berlim, através de flashbacks temos um vislumbre de onde vem a psicopatia do personagem e sua obsessão por atenção.

Alicia Sierra que aterrorizou os comandados de professor na parte 3, tem seu núcleo mais bem aprofundado essa temporada, rancorosa com a polícia ela sai atirando para todos os lados quando é pedida para que assuma a culpa pela tortura de Rio.

Há muitas teorias mirabolantes em cima da inspetora Sierra, mas a mais mirabolante é de que ela seria a antiga mulher de Berlin e ex-cunhada de professor em busca de vingança. 

Por enquanto, a trama continua levando os personagens ao limite e isso serve para nos mantermos viciados na série. O problema é que haverá um ponto em que os cliffhangers serão insuficientes para manter o público entretido.

A mistura de ação desenfreada e drama emocional funcionou muito bem durante a temporada. Visualmente, La Casa de Papel é um canhão, com o uso de cores, luzes e personalidade que a tornam reconhecível em qualquer lugar do mundo, em qualquer idioma falado.

Os problemas apresentados na série são familiares a todos os programas que se tornam a galinha dos ovos de ouro de suas produtoras, mantida viva além de sua vida útil natural. 

©Netflix

Os primeiros episódios foram caracterizados por uma onda de reviravoltas e novas idéias. Agora eles vem sendo arrastados para preencher o tempo vazio de tela. As mesmas dinâmicas sendo reaquecidas e repetidas. Todo a mistério do assalto está centrado em uma única pergunta como os ladrões escaparam dali.

Desse thriller irreverente surgem 2 perguntas soltas para o que pode ser a temporada final da série, como a gangue de professor conseguirá escapar do Banco e se Alicia Sierra, a inspetora entregará a mente brilhante por trás de todo o plano a polícia ou fará igual a Lisboa e trocar de lado.

Sua gravidez, o fato de ter sido usada como bode expiatório da polícia e ângulo moral de Robin Hood do grupo, podem contribuir para essa virada de lado da inspetora, tão odiada pelo público.

Se você procura entretenimento viciante, a parte 4 de “La Casa de Papel” tem mais que suficientes para você esquecer algumas horas do coronavírus.

A temporada de La Casa de Papel tem 8 episódios e está disponível na Netflix.

Nota Final: 4 / 5