Por mais que você nunca tenha jogado, acho pouco provável que nunca tenha ouvido falar da franquia Dragon Quest, da Square Enix, apesar de não ser o primeiro RPG, ele é considerado por muitos o primeiro JRPG, e abriu as portas para um gênero que coleciona grandes títulos e tem o coração de muitos fans. Dragon quest III foi lançado originalmente em 1988 para o famicon e apenas em 1996 foi localizado para inglês. Mas se você não teve a oportunidade de jogar o original, ou não curtiu a experiência, o remake de Dragon Quest III HD-2D chega para pc, Nintendo Switch, Playstation 5 e Xbox Series X/S em 14 de novembro, e tivemos a oportunidade de conferir o jogo antecipadamente e hoje lhes trago um pouco da experiência com o jogo, sem spoilers!
Aqui você encarna o filho de Ortega, aquele que um dia foi o grande campeão de Aliahan, e ao ser escolhido pelo rei para proteger o mundo, você deve honrar o legado de seu pai e cumprir a missão designada pelo rei. Mas é claro que não o fará sozinho, então reuna sua party e salve o mundo enquanto cria seu próprio legado. Vale ressaltar que o jogo não possúi localização para português, e como muita leitura é necessária, é indicado para aqueles que possuem boa compreensão em algum dos idiomas disponíveis no jogo : japonês, chinês tradicional, chinês simplificado, coreano, inglês, francês, italiano, alemão, espanhol (europeu ou latino americano).
Exploração e batalhas
O jogo te proporciona muita liberdade, após uma pequena introdução você está livre para explorar todo o mundo, e é muita coisa, você pode optar por ter seu próximo objetivo marcado no mapa para não se perder, mas se preferir ir por sua conta e risco, vá em frente, só aviso que o mundo é grande e pode ser fácil se perder. Nessas explorações você encontrará itens, side quests, histórias e é claro : monstros aos montes (alguns querem te matar, outros nem tanto e podem até se aliar a você), e foi ai que descobri minha característica favotia do jogo : a personalização de combate.
Embora não sejam cheios de personalidade, cada personagem de sua party tem características únicas e aptidão para funções específicas: mais feitiços, aguentar mais porrada, bater mais forte, etc, mas o combate fica ainda mais personalizado com as estratégias que podem ser aplicadas ao combate, você pode deixar um membro focando em cura enquanto outros defendem e outros atacam, tudo vai da sua estratégia para cada batalha.
Estratégias
Em um primeiro momento você pode não precisar se preocupar tanto com isso, principalmente se optou pela dificuldade mais fácil, mas em algumas horas na modalidade mais hardcore eu estava apanhando feio para NPCs se não focasse bem na batalha. É possível atacar loucamente com todos, mas não é uma estratégia que te leva muito longe, essa é uma ótima forma de garantir que as batalhas não sejam resolvidas apenas apertando o mesmo botão sempre, mas exigindo certo nível de concentração e planejamento do jogador. Essas opções também tornaram o grinding menos maçante para mim, pois até as batalhas aleatórias poderiam ser usadas como laboratório para testar novas possibilidades.
Para os novatos em JRPG
Para aqueles que não gostam de RPGs de turno por causa da demora em batalhas, não se preocupe, é possível acelerar o ritmo dos combates, deixando cada nova batalha mais rápida , você começa com a opção normal mas pode alterar para rápida ou ultra rápida, é um detalhe simples mas que melhorou muito minha experiencia de grinding.
Outras novidades em relação ao original são o autosave, e a possibilidade de salvar diálogos importantes, então não se preocupe em voltar na cidade caso esqueça algo importante. Mas é claro que todas essas funções são opcionais, e você pode optar por jogar sem essas praticidades para uma experiência ainda mais semelhante ao original.Algo que não há no original é a opção de recrutar monstros! Você encontrará muitas criaturas por suas andanças, e curiosamente nem todas elas querem te matar, algumas aparentemente são amigáveis e você pode acalmá-las e até mesmo dar nome para elas.
Embora essas pequenas novidades façam toda a diferença na experiência de novos jogadores que não tem familiaridade com o jogo original (ou só não tem muita paciência mesmo), ainda há algumas pequenas burocracias que podem te dar a sensação de empatar sua gameplay, para mim ressuscitar o pessoal da minha party após derrotas pra npcs no meio do nada foi a parte mais chatinha.
Gráficos
Os gráficos hd-2d são um primor, os detalhes enchem os olhos e vale a pena reparar em cada detalhe dos cenários, os personagens também tem uma aparência mais caprichada. As cidades são bem ricas e mas fora delas os personagens parecem “maiores” no mapa, é bem engraçadinho e dá a impressão de que esse mundo é pequeno, mas conforme avança na imensidão você verá que foi só impressão mesmo. Os fundos 33 com os sprites 2D são um charme.
Veredito
Dragon quest III HD-2D é um bom remake, que sem sombra de dúvidas vai agradar os fans da franquia, e faz um esforço para cativar um novo público. Embora alguns aspectos possam causar estranheza para aqueles que não tem familiaridade com JRPGs, as mecânicas de batalha e belos cenários tem o poder de cativar aqueles que buscam uma boa aventura.