Overlord: O Reino Sagrado – Uma Guerra de atuação

A Crunchyroll e Sony Pictures Entertainment levará hoje (07) aos cinemas brasileiros o longa Overlord: O Reino Sagrado, e o MDA – Mundo dos Animes conferiu em primeira mão. Acredito que não seja correto dizer que Overlord: O Reino Sagrado é uma quinta temporada do anime. O longa, que adapta os volumes 12 e 13 da light novel, estava sendo bem esperado pelos fãs da série por apresentar a personagem de Neia.

Para entendermos melhor, é preciso explicar a linha do tempo dos eventos em relação à quarta temporada do anime. O Reino Sagrado teoricamente é um arco que deveria ter sido exibido durante a quarta temporada, mas, ao ver o número de episódios que a temporada contou, o tamanho do arco e o ritmo, é compreensível a decisão da equipe de fragmentar em um filme.

No novo filme de Overlord, que deveria ser o episódio 9 do anime, continuamos com o jogo de atuação e vilania de Demiurges, que interpreta o papel do Rei Demoníaco Jaldabaoth. Agora, o plano do lacaio de Ainz é invadir e massacrar o reino sagrado para dar a possibilidade do Rei Lich se tornar o salvador e continuar sua expansão.

Desde o início, a personagem de Neia Baraja é citada, até que depois de alguns minutos, enfim, ocorre a aparição da atrapalhada paladina. A partir daí, o filme passa a focar em Neia; ela é protagonista nesse arco, e quase todos os eventos passam pelo ponto de vista dela.

Quando pesquisei sobre o arco, descobri que a personagem é bem querida pelos fãs da série, talvez por ser uma seguidora humana. Mas, quando pensamos no contexto geral da obra, não vejo muitos motivos para isso. Neia Baraja é uma personagem que vai tendo sua personalidade corrompida, vendo em Ainz a personificação da justiça. Em meio a tantos personagens que possuem essa personalidade distorcida pela admiração em Ainz, não vejo em Neia nenhum ponto para que ela se torne algo único em Overlord ou motivo de carinho.

© Sony Pictures / Crunchyroll

Quanto ao enredo do filme, ele agrega e tem relevância, mas não é muito divertido. São 2 horas assistindo à execução do plano de Demiurges. Remedios, a paladina chefe, tem lampejos que entregam algo ao longa, mas, em geral, é bem irritante a forma caricata com que ela expressa sua fé. O contraditório fato do reino sagrado pedir auxílio a um reino comandado por um morto-vivo, sentirem-se humilhados por isso e, ao mesmo tempo, se sentirem no direito exatamente pelos seus dogmas e fé.

Remedios e Neia são os dois lados da moeda da justiça do reino sagrado, mas são dois lados extremos. Falta aos personagens centrais um pouco de normalidade. Como nesse arco a maior parte do tempo estamos sob o ponto de vista de Neia, não temos acesso aos pensamentos de Ainz, que é justamente o que costuma ser o ponto que traz uma sensação de normalidade a Overlord.

© Sony Pictures / Crunchyroll

Concluindo, Overlord: O Reino Sagrado é um ponto importante na série, mas seus personagens novos e sua trama pouco entretêm. A conclusão do arco é muito boa, e isso salva bastante do que é o filme. No geral, o longa é vital para os fãs da série, mas pouco enriquece o que é Overlord.

O filme está sendo exibido nos cinemas brasileiros com distribuição da Crunchyroll em parceria com Sony Pictures.