Nova série da Disney+, Percy Jackson e os Olimpianos faz justiça à amada série de livros de Rick Riordan.
Sinopse: Baseado nos romances escritos por Rick Riordan, a série acompanha o jovem Percy Jackson, um garoto que acaba de descobrir que é um semideus – metade humano, metade deus. Percy é filho de Poseidon, o deus dos mares e oceanos na mitologia grega, e precisa aprender a controlar suas habilidades especiais. Frequentando o Acampamento Meio-Sangue, um lugar para crianças e adolescentes como ele, Percy se aproxima de Grover e Annabeth.
Com o autor Rick Riordan supervisionando a produção, a série tenta se distanciar do filme que não foi bem recebido pelos fãs, muito por se distanciar de seu material base. Se os fãs buscam fidelidade, eles encontrarão aqui um esboço fiel. Enquanto o filme de Chris Columbus de 2010 envelheceu seus heróis, a série de Percy (Walker Scobell) e seus companheiros parecem verdadeiros alunos do ensino médio. E os pontos da trama, mapeiam perfeitamente o livro.
A história de Percy Jackson, um aluno da sexta série que descobre que é um semideus, meio mortal, meio Deus se desdobra ao momento em que se revela um mundo oculto de monstros e divindades gregas que vivem ao lado da realidade dos humanos. O conceito subversivo central dos livros mostra esses jovens com um espírito rebelde e oprimido. Mas onde os livros são ágil e mais reluzente, a série é mais lenta e sombria.
Os atores principais são todos simpáticos e carismáticos, distintos em suas interpretações e personalidades. Os adultos podem achar sua atuação um pouco travada no início, semelhante a todas aquelas séries adolescentes da Nickelodeon ou Disney Channel que geraram diversas estrelas pop. Mas eles eventualmente se aquecem, ficando mais confortáveis na frente das câmeras, ao mesmo tempo que mantêm sua charmosa ingenuidade.
Percy Jackson modula seus efeitos entre uma iluminação quente para momentos mais calmos, e para sequências de ação um pouco escuras. Não é algo inspirador, mas a estética fica mais agradável com a chegada de criaturas mitológicas: um conjunto de chifres aqui, um boné e tênis mágicos ali. Não estamos falando de monstros mega produzidos, mas de criaturas bonitas, que valem cada centavo que a Disney investiu neles.
Um ponto forte da série é o de mostrar o estado emocional de ser meio humano, meio Deus. Por um lado, ele habilmente combina os sentimentos de seus personagens mestiços com os de um jovem no ensino médio. A série nos leva a refletir sobre como seria ter um pai ausente, inconstante e todo poderoso. Percy está zangado com a ausência de seu pai e disposto a incorrer sua ira nele. Mas ele não é o único semideus na história, então também podemos ver outras reações, principalmente Annabeth, reverenciando e defendendo sua mãe Atena.
Outro destaque que vale mencionar é o da atriz Virginia Kull como a mãe de Percy, ela traz a quantidade certa de energia e seriedade para o papel de Sally Jackson, equilibrando a energia maternal protetora e um pouco de raiva e medo, vista quando ela combate o padrasto de Percy e, mais tarde, um monstro de verdade.
A série funciona porque mantém todos os elementos importantes do livro e os desenvolve. Os personagens são o que impulsionam a história, e é bom que a série lhes permita respirar sem nunca se esquecer da missão principal em si. Afinal, eu não me importaria com a missão ou com os deuses se não fosse por Percy e seus amigos, e a equipe de roteiristas entende isso enquanto trabalha para destacá-los o máximo possível.
Em resumo, a série Disney+ se mantém fiel ao espírito dos livros de Percy Jackson, com personagens bem desenvolvidos e obstáculos emocionantes. A relação entre Percy, Annabeth e Grover é central na história e explora temas de confiança, pertencimento e amizade.
O elenco tem uma ótima química, principalmente o trio Jeffries, Scobell e Simhadri, que trabalham juntos perfeitamente.
A 1ª Temporada de Percy Jackson e os Olimpianos está disponível na Disney+.
Nota: 4.5/5