Olá a todos! Aqui é o Bruno Rezende e hoje vamos falar um pouco sobre a experiência que tive e porque Distant Worlds – Music From Final Fantasy é uma celebração para os fãs da franquia.
Primeiro, gostaria de explicar o que é o Distant Worlds, desde 2007 após o aniversário de 20 anos da franquia Final Fantasy a Square Enix resolveu criar junto de seus parceiros uma experiência musica e oficializou então o projeto: uma orquestra que percorreria o mundo tocando as melhores composições de Final Fantasy para junto de seus fãs prestigiar essa importante história e escutar o melhor da música do universo dos cristais. Na verdade, não é a primeira vez que a Square Enix faz algo do tipo, outros concertos já haviam ocorrido como em 2002 e 2004 no Japão ou em 2005 no Estados Unidos, mas nada na escala que se criou com o Distant Worlds.
Hoje, o projeto já realizou apresentações em diversas localidades no globo e teve no dia 28 de setembro de 2023 sua première no Brasil no espaço Unimed, localizado na Barra Funda em São Paulo – SP. Além disso, no dia 01 de outubro de 2023 foi realizado uma segunda apresentação, porém no Rio de Janeiro e assim completou-se a tour do Distant Worlds pelo território nacional.
Nas duas apresentações contamos com a regência do maestro Arnie Roth, diretor musical já renomado no seu meio e que faz parte do projeto junto das lendas: Nobuo Uematsu , compositor de diversas soundtracks de Final Fantasy como “To Zanankard” – Final Fantasy X e Eric Roth, outro compositor e maestro famoso. E nos dois dias de espetáculo também contamos com a famosa Orquestra Villa-Lobos, já bem conhecida pelo público brasileiro e de excepcional qualidade.
Nessa coluna irei focar especialmente na apresentação de São Paulo pois foi a que pude participar e elencarei os pontos positivos e negativos desse dia épico que de fato nos levou a mundos distantes.
Fonte: Logo da Distant Worlds
O espaço
O espaço Unimed é um local de eventos já bem conhecido em São Paulo, o queridinho de muitas festas de formaturas de universidades já abrigou também diversos shows de artistas internacionais e apresentações como 5 Seconds of Summer, Ghost, Jackson Wang e até a Kingdom Hearts Orchestra. De forma geral trata-se de um espaço muito amplo localizado próximo ao metrô Barra Funda.
O lugar por ser bem espaçoso comportou muito bem o público, mas devo dizer que a Cine in Concert Experience (organizadora) criou uma organização um pouco confusa para quem desejava encontrar seu lugar. Os assentos foram dispostos em ordem alfabética com três fileiras para cada letra e separado os números pares no lado direito da plateia e os ímpares no lado esquerdo. Ficou um pouco confuso lendo? Pois é, para quem procurou a primeira vez foi mesmo confuso, mas com um pouco de paciência era possível encontrar seu lugar. Ainda assim, mesmo com a quantidade grande de lugares a disposição deles e a nivelação em relação ao palco foi muito boa, de modo que mesmo lá atrás era possível se ter uma boa visão do espetáculo.
Já fora da plateia, o redor estava um pouco conturbado de andar, dado que o espaço restante não era tão grande, então idas ao banheiro ou trânsito de um lado para o outro do salão acabavam sendo um pouco caóticas pelo fluxo de gente.
Em termos de vendas, o público encheu quase todas as cadeiras disponíveis, mas ainda havia alguns poucos lugares disponíveis, ainda não temos números oficiais divulgados, todavia pela quantidade de pessoas a impressão foi de que as vendas para a estreia foram excelentes.
Fonte: Fotografia Uol
No todo, a disposição do espaço foi bem interessante, mas poderia ter sido adotado um esquema melhor na organização dos assentos e nos fluxos para os banheiros ou vendas de bebidas.
A acústica
É importante salientar que o Espaço Unimed não é como a famosa sala São Paulo , é sim um espaço para receber bons shows, porém não foi projetada com um tratamento acústico ao nível de uma sala dedicada à orquestra. E é exatamente por isso que eu fiquei tão surpreso pela qualidade e esmero que a produção colocou nesse concerto. Havia um cuidado na disposição dos instrumentos e na microfonação, de modo a extrair o melhor de cada uma das peças da orquestra. A Villa-Lobos como sempre brilhou na execução e mostrou porque é tão respeitada no nosso país. A execução foi maravilhosa, não só pela qualidade dos instrumentistas como também pela condução de Arnie Roth que se destacou como um show aparte.
É claro que houve um erro ou outro como em algumas horas um instrumento ficou com um volume baixo(em especial os de percussão) ou alguns problemas com microfones como estalidos e leves chiados, mas nada que atrapalhou o espetáculo e para muitos que estavam totalmente imergidos na experiência imagino que sequer notaram.
A setlist e os intercursos.
Para os fãs da franquia Final Fantasy esse dia foi um banquete! Tendo passado por diversos clássicos da trilha sonora dos jogos da saga como One Winged Angel – Final Fantasy VII e To Zanarkand – Final Fantasy X a apresentação como um todo foi uma ode à vida de Final Fantasy e o amor dos fãs pela franquia. Não foi incomum ouvir sons de choro pela plateia pela emoção de ouvir suas composições favoritas ao vivo e os olhos marejados de alguns espectadores por estarem vivenciando aquele sonho.
Como algumas apresentações sinfônicas, Distant Worlds foi divida em dois atos com um intervalo no meio e tercetos de música que se intercalavam com as apresentações, agradecimentos e palavras do maestro da noite. Ao todo tivemos várias músicas do mestre Nobuo como Liberi Fatali – Final Fantasy VIII, You’re not Alone – Final Fantasy IX, Aerith’s Theme – Final Fantasy XVII. Mas não só isso, também foram tocadas músicas como Triumph – Final Fantasy XIV, composta por Masayoshi Soken e Blinded by Light – Final Fantasy XIII de Masashi Hazamu.
Fonte: O autor
Podemos dizer que a setlist como um todo foi bem focada em títulos da saga conhecidos pelo público ocidental e se focou em trazer as músicas mais importante da franquia como também outras bem-amadas pelo público brasileiro como a própria One-Winged Angel – Final Fantasy VII que contou com um coro da plateia no seu refrão.
A única ressalva que tenho a trazer aqui foi a falta de um tradutor ou legendas na projeção quando o maestro falava, para muitos isso não foi um problema, porém como Arnie Roth falava apenas em inglês tenho certeza de que algumas pessoas pela falta de domínio da língua inglesa devem ter se perdido durante as interações do regente com sua plateia e ficaram um pouco perdidos o que pode sim ter prejudicado um pouco da experiência.
Fonte: o autor
Uma celebração para os fãs
Mesmo com alguns poucos pontos negativos que elenquei, é fácil dizer que Distant Worlds no Brasil foi um sucesso. Para mim a essência do Distant Worlds é essa: te conectar com mundos distantes, te levar e te imergir no maravilhoso mundo de Final Fantasy através de uma experiencia musical de ponta. Pessoalmente eu me senti assim e o sorriso dos fãs na saída junto dos sons chorosos e emocionados que ouvi ao longo do dia apenas me confirmam isso. Nessa noite fria de quinta-feira, dia 28 de setembro, eu me senti no mundo de Final Fantasy.
Agora nos resta ficar na torcida do evento voltar ao Brasil nos anos seguintes e quem sabe com a repercussão positiva trazerem outros títulos como Nier Music Concert ou o retorno do Kingdom Hearts Orquestra.
Agradeço a leitura e até a próxima! Aproveite para escutar nosso podcast e ouvir o melhor do Mundo dos Animes.