Esse faroeste de seis episódios estrelado por Emily Blunt, é sobre uma mulher que viaja para a América em 1890 em busca de vingança.
Sinopse: Nos Estados Unidos de 1890, uma aristocrata busca se vingar do homem que acredita ser responsável pela morte de seu filho. Guiada por um ex-membro do exército de origem indígena, ela atravessa uma paisagem violenta construída sobre sonhos e sangue.
Essa nova minissérie, que estreou no HBO Max, conta a história de Cornelia Locke (Emily Blunt), uma aristocrata que veio aos Estados Unidos para vingar a morte de seu filho. Em sua terra natal: Inglaterra, Cornelia era uma ovelha negra, mãe solteira e mulher de casa. Mas Cornelia pouco se importa com títulos e boas maneiras: ela se aventurou no faroeste com uma bolsa cheia de dinheiro e coragem.
A minissérie é escrita e dirigida por Hugo Blick (Black Earth Rising) é claramente um faroeste, com as suas vastas paisagens e cores terrosas. Mas é também uma história de vingança, como todas as do Ocidente pioneiro em busca de conquista em meio a barbárie, como é de costume em histórias de faroeste.
A Inglesa se localiza décadas após a Guerra Civil, após a reorganização do Velho Oeste e a crescente chegada de bandeirantes para povoar aquele vasto território. Nossa protagonista acaba ajudando e sendo ajudada por Eli, um nativo da região.
Após o encontro de Eli e Cornélia, um laço é criado e eles viajam juntos após um acordo entre aqueles que muito perderam e ainda anseiam por continuar em suas buscas. A estrutura que Hugo Blick propõe é a da viagem, num estranho faroeste coberto de contratempos, mas junto com aquele desenho de um novo mundo, devastado com a mesma dor da barbárie humana.
A rivalidade sangrenta entre fazendeiros grandes e pequenos fazendeiros sempre foi um tema recorrente para os grandes contos de faroeste. Aqui a perspectiva é a dos forasteiros, tanto dos despojados de suas terras ancestrais quanto as das mulheres solitárias que buscam vingança, enquanto a ganância dos fazendeiros e a chegada das colônias se enfrentam em um novo jogo.
O percurso que Cornélia e Eli caminham é pesado, com um olhar vivido sobre a violência consciente, nunca cínico, sempre doloroso. Um mundo exuberante e muito bem trabalhado é mostrado em cena, corroído pelo ódio, mas ao mesmo tempo como uma terra prometida e de riquezas. O notável equilíbrio das atuações dos protagonistas principais, sua troca de olhares, a paixão secreta por trás de suas conversas, reúne um apelo cativante escondido por trás dos grandes feitos. Atuação essa digna de Emmy, espero ver os 2 indicados na próxima premiação.
A inglesa é uma história de estrutura crescente, na qual vários personagens um fazendeiro, um casal indígena, uma jovem viúva se enredam irremediavelmente, Cornelia e Eli constroem sua própria história em meio a uma terra violenta e difícil, mas que tambem podem trazer canções belas sobre o amor.
A Inglesa está disponível no HBO Max.
Nota: 5/5