Como grande apreciadora de jogos de luta, a cada nova notícia sobre Street Fighter 6 meu coração dá um salto. É inegável que street fighter revolucionou o mudo dos jogos de luta, e se você também curte o gênero, é muito provável que tenha uma memória afetiva a algum dos vários lançamentos da franquia. Mas nem todo jogo que fez história já nasceu estourando a boca do balão, Street Fighter nasceu de forma mais modesta, e hoje vamos voltar às origens, com personagens diferentes, e até um nome distinto dependendo da versão.
I ou II?
Não é incomum encontrar quem ache que o primeiro jogo da franquia seja aquele que você viu num fliperama próximo, ou em um site, talvez em um de seus vários ports para consoles. Mas se você se lembra de ver Chun Li, Zangief, Dalsin, Blanka, Guile ou Honda no game, você provavelmente está falando de Street Fighter II ou um de seus sucessores. Porque no primeiro jogo da franquia você tem apenas dois personagens jogáveis: Ryu e Ken, e o chefão não era Bison, mas sim Sagat.
O começo
No longínquo ano de 1987,mais precisamente no dia 30 de agosto, Capcom apresentou um novo jogo aos arcades: Street Fighter. Quando o jogo chegou para NEC, ele foi renomeado como Fighting Street, nome até hoje usado para diferencia-lo de SF II. Contando com dois personagens jogáveis e um simples objeto: derrotar 10 inimigos de 5 países diferentes para ser considerado o lutador mais forte do mundo, tranquilo né?
Inovações
Ao jogar em um arcade haviam duas opções de maquinas: a tradicional de um joystick e seis botões que conhecemos até hoje, e a versão deluxe, que contava com um joystick e dois botões, esses botões variam o tipo de ataque dependendo da força aplicada neles. Uma ideia que parece boa, até lembrarmos da qualidade de precisão que uma maquina dessa, que fica na rua e é macetada dia e noite por adultos jogando, Pois é, a execução não foi das melhores. Outra inovação, mas essa deu certo, foi a introdução de movimentos especiais que são possíveis ao combinar certos comandos (hadouken e shoryuken), o que se tornaria um padrão para esse e outros jogos.
Campanha
O modo história do jogo acontecia com Ryu (que aqui era ruivo e protegia os pés), para jogar com Ken era necessário jogar com outro jogador, e as diferenças entre eles são basicamente as cores, não há muita personalidade aqui. Ryu vai a luta contra os oponentes apresentados no jogo: Joe, Eagle, Gen,Genki, Mike, Birdie (não é o do KOF), Adon, Retsu e Lee, até chegar no chefão final: Sagat.
Nasce uma marca(literalmente)
A aparição de sagat é algo importante por um motivo bem simples: Sagat é conhecido por sua característica cicatriz no peito, e foi aqui que ele a conseguiu. Ao chegar para o confronto final com Sagat, Ryu é derrotado, em um gesto de fair play Sagat vai ajudar Ryu a se levantar, mas o lutador derrotado é então dominado pelo “Setsui no Hado”, e acaba ficando completamente enlouquecido, e ataca Sagat com um shoryuken excepcionalmente forte, ferindo Sagat de forma tão brutal que uma cicatriz enorme se forma em seu tronco e o marca para sempre. Aí você deve estar se perguntando “mas e se eu ganhar? Qual é o final?”, meu anjo você VAI perder porque balanceamento é um negócio inexistente nesse jogo, os outros oponentes até que são ok mas o Sagat é muito, muito overpower. Se você vencer em uma segunda tentativa, no final o Sagat admite derrota e o Ryu entra em um avião e dá tchauzinho.
Quanto a jogabilidade não posso comentar muito, pois joguei no conforto de meu notebook, em que os movimentos fluíam facilmente, mas vamos combinar que dois botões em que a pressão determina o ataque não parece ser a forma mais precisa de se jogar. O som também não se destaca. O jogo conta com cenários ok para cada país, mas as vezes as proporções dos sprites humanos ficam um pouco esquisitinhas, mas vamos lembrar que estamos falando de um arcade de 1987, dá pra passar um pano né?
O veredito
Street fighter (Fighting Street) já nasceu trazendo elementos que revolucionariam o mundo dos jogos de luta, mas seria muita forçação de barra te dizer que esse jogo é o supra-sumo da indústria. Mesmo com um começo mais tímido, o jogo consegui se diferenciar dos demais do mercado, mas não é algo que você vai curtir muito ao jogar em 2022. Street fighter é um jogo que vale a pena conhecer pela história e pela franquia gigantesca que nasceria à partir dele. Mas cá entre nós? Se for jogar um dos jogos mais antigos da franquia, melhor começar a partir do segundo mesmo.