A temporada de outubro de 2021 garantiu títulos inesquecíveis, tanto pelo lado bom quanto ruim. No entanto, falando de coisas boas Blue Period merece a devida atenção e pausa para contemplar os 12 episódios dessa primeira temporada.
UM POUCO SOBRE BLUE PERIOD
Yatora Yaguchi, adolescente, estudante do ensino médio, elogiado pelas boas notas e nas horas vagas, vara madrugadas bebendo e fumando com seus colegas não tão delinquentes assim. Dentre todas as disciplinas, Educação Artística nunca foi sua preferida e não nega o fato de realizar as atividades apenas para não manchar seu boletim. Até que um dia, subitamente Ryuji Ayukawa, mais conhecido/a como Yuka-chan atravessa seu caminho com uma tela enorme nas costas e logo atrás a pequena e doce Maru Mori, ofegante por não conseguir acompanhar o ritmo da amiga.
Curioso e atordoado com a situação, Yatora segue em direção da sala de artes, quando instantaneamente seus olhos se fixaram no belo quadro representado por dois anjos, feito pela Mori. A partir daquele dia seu interesse pelo mundo artístico muda completamente. Consequentemente o garoto decidiu dedicar-se de corpo e alma a fim de se tornar um profissional de renome.
Baseado no mangá escrito e ilustrado por Tsubasa Yamaguchi, desde junho de 2017 pela editora Kodansha. O anime foi exibido em outubro de 2021 pela Netflix.
ESFORÇO X TALENTO
Apesar de Blue Period não ser um anime de esporte, a narrativa de modo geral é bastante parecida, pois é nítido ver o progresso do protagonista desde a primeira vez que segura o pincel até o dia do exame final. Claro que se trata de ficção, então dizer com total certeza que é possível alcançar níveis extraordinários como de Yatora, em tão pouco tempo, está longe de julgamento.
Seus primeiros contatos com as artes leva a discussão sobre o que realmente pesa mais, dedicar-se horas, abdicando de saídas por diversão, ou seja, o esforço, o foco por algo ou, na verdade, tudo se resume ao talento. Yatora possui um posicionamento bem racional sobre o assunto, mas, ao mesmo tempo, não descarta a possibilidade de existir pessoas que naturalmente se identifica com as técnicas com mais facilidade e isso reforça quando conhece Yotasuke Takahashi, reconhecido como gênio.
Pensando nisso e considerando o ponto de vista do artista, chega a soar rude dizer que tudo se resume a talento, Mori mesmo diz que é como se ignorasse completamente as horas que estudou com o objetivo de aperfeiçoar as técnicas. Ou seja, seja para a arte ou qualquer outra coisa, tudo é possível desde que priorize na agenda a sessão de estudos até chegar ao resultado que gostaria. Essa é uma de várias mensagens que Blue Period consegue transmitir.
FOI TÃO RÁPIDO…
É quase impossível não torcer por Yatora, do mesmo jeito com na trajetória do Ippo, por exemplo. Pois, ver seu desenvolvimento não somente como artista, mas também como pessoa é tão agradável que cada episódio acaba sem perceber. Parte disso foi o bom trabalho feito pela direção, que conseguiu brilhar o protagonista e, também, fazer os coadjuvantes tão presentes a ponto de vermos sua importância em cada situação.
Foram 12 episódios repletos de reflexões e o com potencial incrível para despertar a curiosidade sobre o que vai acontecer com o menino Yatora. Na verdade, o final ficou em aberto e na espera da Netflix anunciar o lançamento da nova temporada. Enquanto isso não acontece, a gente continua lendo o mangá, afinal a ansiedade toma conta da imaginação nessas horas.
Blue Period está disponível na Netflix e Panini será responsável pela distribuição no BR.