Identidade – Mais do que os olhos podem ver

Identidade - Mais do que os olhos podem ver

Identidade (Passing) é um filme de drama em preto e branco dirigido, escrito e produzido por Rebecca Hall. O roteiro é baseado no livro de mesmo nome, lançado em 1929, e escrito por Nella Larsen.

SINOPSE

Irene Redfield (Tessa Thompson) e Clare Kendry (Ruth Negga) têm algo em comum: ambas são mulheres negras de pele clara que podem se passar por brancas. Essa, porém, é a única similaridade entre elas. Após perderem contato durante a adolescência, as duas se reencontram por acaso em uma cafeteria de um hotel em Chicago. Um encontro que muda para sempre a dinâmica entre as duas mulheres, suas famílias e suas comunidades.

©Netflix

SUTILEZAS

O filme tem uma fotografia muito bonita e o fato de ser preto e branca passa a impressão de que estamos vendo um filme realmente feito nos anos de 1920. Identidade não é um filme que se aprofunda tanto no tema proposto, mas expressa suas ideias através de sutilezas.

Desde os olhares das personagens até a forma como elas se comportam dentro da comunidade negra quanto fora dela. Os enquadramentos também auxiliam nisso, principalmente quando foca diretamente no rosto das personagens. Algo que me chamou muito a atenção foi a forma como Irene esconde o rosto atrás de seu chapéu. Isso passa muito bem o desconforto que ela sente mesmo que ela não diga nada.

Já sua amiga, Clare, é o total oposto. Ela não se esconde e sente-se mais à vontade próxima de qualquer pessoa. Isso provavelmente se deve ao fato de ela se passar por branca. Já Irene não faz isso, e mesmo que não negue suas origens, ela se esconde. As cenas em que seu marido fala para os filhos sobre os ataques violentos a pessoas negras deixa isso claro. Ela tenta fugir do assunto.

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SUPERFÍCIE

Muito do que somos vai além da superfície, daquilo que outras pessoas enxergam de fora. Identidade é muito sobre isso. Em um momento há um diálogo que fala sobre isso. Que alguém de fora não tem como ter certeza daquilo que somos apenas com o que mostramos na superfície.

Por mais que aparentamos ser algo, podemos acabar sendo algo totalmente diferente. Como as duas personagens, que por mais que pudessem se passar por brancas, elas não são realmente. Além disso, podemos enganar outras pessoas e até a nós mesmos. O filme retrata muito bem isso, o quanto podemos nos perder ao interpretar um papel daquilo que não somos. O que importa realmente é aquilo que verdadeiramente somos por dentro, e não o que os outros veem.