Eternos – Uma nova fase para o MCU

Eternos - Uma nova fase para o MCU

Os Eternos são uma raça de seres imortais que viveram durante a antiguidade da Terra, moldando sua história e suas civilizações enquanto batalhavam os malignos Deviantes.

Dirigido por Chloé Zhao e estrelado por Gemma Chan, Richard Madden, Kumail Nanjiani, Lia McHugh, Brian Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Don Lee, Harish Patel, Kit Harington, Salma Hayek e Angelina Jolie.

UMA HISTÓRIA DE 7 MIL ANOS

Logo que assisti ao trailer, confesso que estava bem animado para Eternos, tanto que assisti no dia 4 de novembro, na estreia. Era um filme que me parecia poder ser algo diferente do que estamos acostumados ver no MCU. Mas, confesso que ao assistir, não consegui sentir o que geralmente sinto ao assistir aos filmes da Marvel, ainda mais no cinema: empolgação.

Na história de Eternos, existe um leque de possibilidades de explorar as várias fases pelas quais a humanidade passou. Isso é mostrado através de flashbacks, sim, e é mostrado alguns pontos chaves entre a humanidade e os Eternos. É bonita a forma como a maioria deles acaba se apaixonando pelos humanos. Mesmo assim, eu acabei não gostando muito dessa ida e vinda no tempo, acabou se tornando bem cansativo. Não consegui também sentir tanta emoção, mesmo sendo acontecimentos reais da história da humanidade. Tirando algumas raras exceções, como a cena da bomba de Hiroshima.

Outro problema é a quantidade de personagens. São dez ao todo, e não há tempo suficiente para se aprofundar em todos eles. Claro, Sersi (Gemma Chan) e Ikaris (Richard Madden) são os mais desenvolvidos (personagens principais, eu diria), mas eu acabei não conseguindo me afeiçoar por eles. Principalmente o Ikaris, apesar de ele causar interessantes reviravoltas na história, não senti carisma algum. Apesar de tudo isso, não dá para negar a importância dos personagens Makkari (Lauren Ridloff), uma personagem surda. E Phatos (Brian Tyree Henry), um personagem gay, que protagoniza o primeiro beijo homo afetivo nos filmes do MCU. Além de que Eternos é um filme mais sério, o que também é um ponto positivo.

©Walt Disney Studios Motion Pictures

DESENVOLVIMENTO E DIREÇÃO

Quando fiquei sabendo que Chloé Zhao iria dirigir Eternos fiquei um pouco confuso, pois não é o tipo de filme que imaginaria ela dirigindo. Seus outros três filmes foram muito aclamados, claro, principalmente Nomadland. Acho esse filme meio superestimado, mas não dá para negar o talento da diretora. Então, resolvi ficar, ao invés disso, animado para ver o que ela poderia trazer de novo para esse universo.

Mas não senti que o estilo de direção de Chloé Zhao combina com um filme do gênero ação. É normal que cineastas tenham mais aptidão em um gênero ou outro, nada de errado nisso. Sim, é ótimo trazer algo de diferente, e Eternos consegue ser isso. Só foi difícil para mim, ao sair do cinema, dizer “eu realmente gostei do que vi”. Eternos acaba sendo um filme com bastante calmaria e mais lento, algo que é possível notar em Nomadland, por exemplo. As cenas de luta, apesar dos poderes serem legais, acabam sendo bem genérica. Parece até mesmo que essa parte ficou só a cargo da parte de efeitos especiais e não teve muito a mão da diretora. A fotografia é muito bonita, pelo menos, e consegue criar as atmosferas necessárias para as cenas.

O roteiro do filme também parece meio perdido. É sim um grande acontecimento o que os Eternos enfrentam no decorrer do filme, mas faltou alguma coisa. E, por mais que as questões levantadas durante o filme sejam importantes, ainda assim alguns personagens ficaram muito rasos. No fim, eu não consegui sentir algo pelo o eminente fim da humanidade ou até mesmo ter algum interesse maior pelos Deviantes, por exemplo.

©Walt Disney Studios Motion Pictures

O FUTURO E POSSÍVEIS CONEXÕES (SPOILERS)

Confesso que o final do filme me deixou empolgado para o que vem por aí. As duas cenas pós-crédito abrem mais possibilidades para a expansão do MCU, a partir de agora. Com a aparição de mais um Eterno, o Eros/Starfox (Harry Styles), e o Cavaleiro Negro (Kit Harington), temos uma expansão do MCU e da história dos próprios Eternos.

Também acho interessante a possibilidade de conexão com Shang-Chi. No caso, a ligação seriam os 10 anéis, que poderiam ser uma criação de Phastos, o Eterno encarregado de criar altas tecnologias. O personagem, inclusive, cria no filme os “braceletes” que unem os Eternos. Isso também explicaria a cena pós-crédito de Shang-Chi, aonde Wong fala sobre os anéis estarem emitindo uma espécie de sinal. Isso leva a entender que tudo se conectará de alguma forma. Quem sabe?