Estreado em abril de 2020, Yu-Gi-Oh! Sevens apresenta um visual mais infantil que afasta algumas pessoas, mas se mostra uma das melhoras séries da franquia.
Eu sou um fã de Yu-Gi-Oh por mais da metade da minha vida, não apenas assistindo aos animes, mas também jogando o card game por muito tempo. Dito isso, a divulgação inicial de Sevens não me animou muito.
Yu-Gi-Oh! VRAINS, s série anterior, não terminou muito bem, e entre seu fim e o início de Sevens teve um hiato de 6 meses. A mudança de design do anime e o novo formato feito para o anime (Rush Duel) não me empolgaram.
Parte do meu desinteresse se deu por eu querer ver uma história séria e bem escrita (o que as duas últimas séries falharam muito). Por outro lado, por eu ser um jogador que jogava em torneios, o novo formato parecia, a meus olhos, uma péssima decisão.
Entretanto, mesmo desanimado, quando o primeiro episódio foi ao ar, dei uma chance. O que foi uma das melhores decisões que já tomei.
Eu adorei o primeiro episódio de Sevens e não seria exagero dizer que ele mudou a forma com a qual eu encaro card games, e não apenas Yu-Gi-Oh.
Premissa de Sevens
Em Sevens acompanhamos a história de Ohdo Yuga (dublado por Hiiro Ibshibashi), um estudante do ensino fundamental que tem muita afinidade com tecnologia, que está em busca de liberdade. O anime se passa em uma cidade controlada pela Corporação Goha, que dita as regras de toda a sociedade. As pessoas não podem trocar cartas entre si sem a supervisão de um funcionário da empresa.
Os primeiros minutos introduzem muito bem esse conceito, em que o Yuga abriu seu disco de duelo para instalar o que ele chama de “meu caminho”, falha e é penalizado. Ao chegar na escola, outros alunos percebem que ele já está com 5 penalidades e dizem que se ele receber outra estará ferrado.
Porém, na cena seguinte, o presidente do conselho estudantil, chocado com a tentativa de Yuga, faz um diálogo expositivo sobre o caso. Os primeiros episódios têm esse aspecto negativo, mas melhora com o tempo.
Outro dos protagonistas é o Luke (Taku Yashiro) um jovem com o objetivo de se tornar o Rei dos Duelos. Ele escuta que o Yuga estava interessado em instalar novas regras de duelo e diz onde ele pode fazer isso.
Luke encontrou um lugar com uma construção que tem um holograma que diz que quem o derrotar poderá ser o próximo Rei dos Duelos. Entretanto, mesmo vencendo o duelo, nada acontece se o tempo designado para o duelo acabar, e ele recebe uma penalidade.
Luke tentou várias vezes antes, mas falhou em todas e teve sua conta banida. Yuga reluta por estar com 5 penalidades, mas aceita apostar nessa última chance de poder mudar esse mundo restrito.
Não há tempo de instalar as regras normalmente nesse local, então o protagonista faz um Duelo de Programação em Tempo Real, em que será instalado ao longo de uma partida.
O Rush Duel é dinâmico e com alta probabilidade de reviravolta não importa a situação. O Yuga criou essas regras pois quanto mais ele duelava, mais sentida que os duelos haviam se tornado algo restrito e não divertido.
Isso foi o que me tocou. Por muito tempo, jogar Yu-Gi-Oh para mim era uma repetição das mesmas jogadas e tentar ao máximo impedir qualquer jogada do oponente. Era cansativo.
Comentários finais
O começo do Sevens traz muito a ideia do anime infantil, piadas um pouco bobas, muita exposição. Porém, isso vai melhorando ao longo do tempo. O humor principalmente, ele é leve, mas funciona muito bem.
Ao decorrer dos episódios, os dubladores dos protagonistas se sentem mais confortáveis nos papeis e isso se reflete em o quão mais expressivos os personagens se tornam
Acerca da trama, ela é ok. A premissa de cada arco não é o ponto forte e sim o trabalho em cima disso, as partidas, as consequências de cada duelo.
Eu queria um anime sério e bem escrito, mas o que eu precisava era um anime descontraído que me divertisse.
Por fim, um exemplo de como há ideias extremamente toscas, mas com uma execução excepcional.
Os episódios 66 e 67, que se tornaram os melhores episódios de anime da minha vida, há um duelo entre o Yuga e o Lukeman, que até então se acreditava que era alguma inteligência artificial controlando o Luke.
Porém, a verdade sobre o Lukeman é revelado, ele é resultado de uma pane elétrica de quando da irmã do Luke dá um golpe de karatê numa máquina de fax, ao tentar enviar, para uma competição, um mangá que o Luke havia escrito quando criança. Devido a essa pane elétrica, o Lukeman, protagonista dessa história, é enviado a internet e direcionado ao espaço, onde ganha vida.
O duelo final do arco se dá entre o protagonista e um mangá que ganhou vida. Eu sou o primeiro a admitir o quão estranho e tosco isso é, o que é exatamente o que deixa incrível.