What If…? – Crítica

What If...?

O último episódio de What If…? ou O que aconteceria se…? saiu essa quarta-feira. Foi a primeira animação da Marvel lançada pela Disney com o total de 9 episódios. Para tamanha novidade, e para quem acompanha o MCU, se esperava novas histórias, mas nada muito original aconteceu. As cenas de ação da Marvel continuam maravilhosas e a animação casa perfeitamente com essas cenas. Já uma atualização no roteiro, novidades na história… mais do mesmo no roteiro de What If…?. Vamos falar desses pontos abaixo sem spoilers.

Dentro da cronologia do MCU

What If...? - CríticaA série em si não tem um marco de tempo para o MCU. Cada episódio acontece como uma variação de algum filme que já vimos, como se fosse a mesma linha temporal com outro enredo. Por exemplo, E se … a Capitã Carter fosse a Primeira Vingadora? acontece na mesma linha temporal em que Steve Rogers se torna o primeiro vingador. O episódio traz essas marcas histórias para identificar qual é o momento que estamos vendo.

Já pelo lado do expectador, a série é lançada pela Marvel após a primeira temporada de Loki, que quebrou o isolamento das linhas temporais (pode ler sobre essa quebra aqui no NSV), abrindo a possibilidade de todos os universos se encontrarem dentro do multiverso. O que se imagina disso? Que vamos ter o cruzamento desses vários universos paralelos apresentados em What If…?.

O Enredo

What If...? - CríticaWhat If…? nos apresenta O Vigia (que foi visto, mas não apresentado no filme Guardiões da Galaxia Vol.2). Ele acompanha todos os universos do multiverso e conhece todas as linhas de tempo. O Vigia nos guia pelos episódios da série, colocando o contexto de cada universo. Ele explica cada “E se…?” e logo complementa que não pode interferir.

O Vigia (The Watcher) está assistindo a tudo o que acontece e não toma ação nenhuma para ajudar ou piorar a situação. O mundo pode ter perdido os seus heróis mais poderosos, o mundo pode estar cheio de zumbis, uma pessoa pode ter sido raptada no lugar de outra… ele vai assistir e não vai fazer nada. Com isso sempre haverá um universo diferente com algo diferente acontecendo, porque ele não interfere.

Novidade sem originalidade

A construção da ideia até aqui faz parecer que teremos um mar de possibilidades e novidades para encontrar, mas não é isso que a gente vê. De fato temos novos acontecimentos comparados ao universo que conhecemos. As coisas mudam porque algo diferente aconteceu e O Vigia não impediu. E mesmo com a mudança, parece que nada fez diferença.

Cada episódio tem um tema que remete aos gêneros de filmes americanos: zumbis, comédia de adolescentes em festa, amores perdidos, invasão a outros povos… Tem episódio para todo gosto sem uma trama verdadeiramente original. Quando a Agente Carter se torna a Capitã Carter, ela assume o lugar do Steve Rogers. A história segue de perto o roteiro do Capitão América sem inovação ou ousadia. Apesar da tentativa de iniciar uma discussão sobre mulheres poderosas, o tema é superficial e o foco do episódio está em seguir a história da Capitã Carter como substituta do Capitão América naquele universo. Nada de original acontece.

 

Nada novo então?

What If...? - Crítica

Apesar da série reviver os pontos conhecidos, como Thor brincalhão, Doutor Estranho obstinado por conhecimento e poder e Ultron destacando as limitações humanas… Temos pontos importantes nessa série:

  • O episódio do Dr Estranho traz um personagem interessante que talvez esteja em outro enredo futuro.
  • O episódio do T’Challa, além de fazer uma referência linda ao nosso querido Chadwick Boseman, traz uma perspectiva inesperada sobre como as coisas podem ser diferentes quando um erro acontece.
  • E se… os heróis falhassem?

Os itens citados fazem a obra ter um brilho, que fica apagado pelos demais enredos batidos. Tem coisas novas, mas é preciso acompanhar tudo para aproveitar esses momentos.

E claro que como bom filme da Marvel, nenhum herói salva o multiverso sozinho, então também temos uma junção dos heróis que foram apresentados em cada universo para formar os Vingadores do Multiverso e salvá-lo, reestabelecendo a paz. Essa junção foi até mais forçada que no filme Avengers. Novo, mas mais do mesmo. De novo apagando os outros ponto que deveria fazer a obra brilhar.

Sobre o traço da animação 

What If...? - CríticaO traço da animação é fluído, por consequência as cenas de luta são fluídas. Em todos os filmes a Marvel foca em cenas de luta e busca a melhor qualidade. Com a animação não foi diferente. Essa fluidez nas cenas de batalha torna a experiência espetacular para quem está acompanhando a animação. 

Entretanto esse traço fluído não colabora para a expressão dos personagens. O jogo de luz e sombra para representar profundidade ou definir partes de rostos deixa uma impressão incômoda sobre cada personagem. Às vezes um realce de bochecha tira a seriedade que o personagem quer transmitir. Você entende a cena pela entonação do dublador e  pelo contexto, mas o traço da animação do rosto não colabora.  

Roleta russa com momentos de esplendor

What If…? não é uma série isolada da Marvel, por isso não é atraente para aqueles que não acompanham o MCU, o que é uma pena. Para quem é fã e acompanha tudo de perto, pode ser que não curta devido a maior parte das histórias ser repetitiva, dando a sensação de estar vendo algo repetitivo ou com a sensação que um personagem substituiu outro na mesma história.

Maaas como a série tem partes de esplendor, o brilho de alguns personagens novos, algumas situações inesperadas, alguns episódios vale a pena conferir. As cenas de batalha também são fluídas na animação que dá gosto de ver, o que é outro ponto bem positivo. Entretanto não dá para se apegar muito à trama ou aos personagens nessa roleta russa se tudo o que você quer é novidade.

Assista para curtir, reviver o passado ou se apegar ao que tem de novo por aí que você tem coisas bem legais para ver. Até uns easter eggs interessantes para encontrar. Se for só pelas novidades… ouso dizer que não vale tanto a pena.