Já falamos sobre dating simulators que abordavam relacionamentos com pombos, dragões, alpacas, dinossauros, etc. Com tantas narrativas mirabolantes, que tal buscar algo mais próximo da realidade, mas mesmo assim tão difícil de encontrar, como representatividade LGBTQIA+?
O que é?
Dream Daddy: Dadrector’s Cut é exatamente o que o nome sugere, um Simulator de namoro com pais. Desenvolvido e publicado pela Game Grumps, está disponível para Switch/PS4/XBO/PC. Esse visual novel foca em você e sua filha Amanda, assim que se mudam para Maple Bay e começam a conhecer vários outros pais em sua vizinhança. Cada um de seus novos vizinhos têm personalidades e estilos de vida distintos, e a cada interação é possível alterar o jogo e acabar em um final diferente.
Se você já jogou uma visual novel ou dating assim, você se sentirá em casa. A jogabilidade não se diferencia muito de outros jogos do gênero, diálogos, mudanças de cenários e com algumas escolhas a se fazer pelo caminho. Como esperado de uma visual novel, os detalhes dos cenários são bem trabalhados e bonitos. Cada Daddy tem aparência bem distinta dos outros, é possível customizar seu personagem, mas os elementos para customização deixam a desejar, muitas vezes fazendo seu personagem adotar uma aparência quase que adolescente, sendo que sua filha É adolescente.
Diversos finais felizes (?)
Os maiores diferenciais aqui são representatividade LGBT e o sistema de “feedback” após cada encontro, os minigames diferentões durante o caminho, como uma batalha Pokémon entre filhas! O que lhe ajuda a entender onde aperfeiçoar, e que ao invés de um final por personagem, cada pai tem mais de um final, então você pode encarar replays em cenários distintos com seu Dream Daddy ou desbloquear um final secreto de cair o queixo. Apesar dos fator replay ser satisfatório, o jogo exige que você jogue aquele comecinho bem irrelevante em toda santa rota que queria desfrutar, tornando a experiência maçante.
O “DadBook” vai te auxiliar a conhecer melhor cada um dos pretendentes disponíveis: Brian, Damien, Mat, Robert, Joseph, Hugo e Craig. Cada um deles possui histórias e arcos bem distintos, o que permite gameplays bem diferentes dependendo que pai que você escolher. Por se tratar de pais flertando e cuidando de seus filhos, a trama se desenrola de forma bem diferente em relação a maioria dos Dating Sims. As dinâmicas são bem family friendly e a Game Grumps soube usar bem essa dinâmica familiar para construir diálogos, questões sociais (já que as famílias nos holofotes não são famílias nucleares, mas muitas monoparentais) o jogo é surpreendentemente um bom guia de paternidade. Não que você precise jogar Dream Daddy para entender pedagogia e psicologia infantil, mas algumas temáticas e diálogos são tão críveis e fazem tanto sentido que me fizeram perguntar se algum roteirista viveu aquela situação.
O veredito
Dream Daddy é um desses jogos que você vê e pensa “Oxe, isso foi inusitado”, mas diferente de boa parte desses jogos, Dream Daddy realmente entrega uma gameplay interessante, personagens carismáticos e rotas muito satisfatória. Um jogo que todo entusiasta de Dating Sims deveria conhecer.