Iconoclasts: Rebelião contra a penitência!

Não há como eu falar de Iconoclasts sem falar de seu criador, o responsável por anos de trabalho neste projeto, mas que possui não só este jogo em seu portfólio, mas também vários outros tantos, tanto como produtor Indie como até mesmo participando junto a outras desenvolvedoras, Joakim Sandberg, mais conhecido pelo seu apelido, Konjac.

A história de Konjac no mundo dos Games começa desde que ele era pequeno, um apaixonado por jogos que sempre quis fazer o seu próprio, e essa paixão foi tanta que ele mesmo procurou aprender, praticamente por conta própria como fazer um jogo, contando que ele teve que aprender Programação, Level Design, Character Design, Trilha Sonora, Animação, e muito, mas muito mais que está por trás de um bom Game, e claro, que com vários acertos e erros em sua jornada, já que ela não foi fácil.

Essa paixão o levou ele a ir bem longe, fazendo com que até mesmo ele pudesse participar de projetos dentro da famosa Wayforward, por exemplo, trabalhando por dentro em alguns dos jogos da mesma, mas ainda continuando a lançar outros projetos pessoais ao longo dos anos, como a sua série de jogos chamada Noitu Love, que marcou muito bem e de forma muito clara, o seu estilo e o de seus jogos.

Mas, o jogo que falaremos hoje é bem especial, não só porque levou cerca de 10 anos para ser finalizado e publicado, como também pode ser considerado o seu Magnum Opus, ou seja, seu maior trabalho já feito, Iconoclasts.

Iconoclasts é um jogo de plataforma no estilo Metroidvania, aqueles em que o jogador não só deve passar por certos desafios, mas também explorar o cenário, desvendar segredos, e muito mais. Mas Iconoclasts, assim como os ótimos jogos do formato Metroidvania, vai muito além do que isso, sendo bem mais profundo e interessante do que aparenta ser, e hoje, eu lhe convido a conhecer mais sobre esse jogo.

Narrativa 

Iconoclasts conta a história de Robin, uma jovem mecânica que sempre está disposta a ajudar o seu vilarejo e seus amigos no que precisar com a sua chave inglesa, porém, essa ajuda não é algo tão simples de se fazer, já que várias atividades são consideradas pecaminosas, e a atividade de ser um mecânico neste vilarejo, assim como outras atividades relacionadas ao manuseio do combustível Ivory, crimes gravíssimos pela One Concern, um grupo que investiga possíveis infiéis e pube caso os encontre, lhes entrega a “penitência”, executando aqueles que não seguem as normas de sua seita religiosa, que possuem poder e influência no mundo todo, e tem como figura seres denominados como “Ele” e “Mãe”.

A partir daí, eles suspeitam de Robin, não só pelo fato de que o pai dela, um mecânico da Concern, ter morrido a dois meses antes dos eventos do jogo, como também há rumores que muitos dos problemas dos cidadãos próximos estão sendo solucionados sem a necessidade de chamarem especialistas oficiais, tornando a Robin a principal suspeita desses crimes.

E infelizmente, a situação só piora, ao ajudar um amigo seu da vizinhança, Elro, sendo que, ao ser descoberta, Robin vai parar presa, mas não por muito tempo, já que ela é salva por outra garota, chamada Mina, que juntas, após uma fuga bem difícil, conseguem escapar do vilarejo de Robin por muito pouco, parando em um lugar desértico chamado Shard Wasteland, e começando assim a jornada sua jornada. 

Esse é o começo de Iconoclasts, e na verdade, literalmente, porque o jogo vai muito além deste início.

Eu não quero me aprofundar muito na história a partir daí, não só porque seria Spoiler, mas também por outro motivo bem mais importante.

Um detalhe bem notável do jogo é que a sua história, narrativa, personagens, e todo o desenrolar do jogo como um todo são os pontos principais e mais importantes de Iconoclasts, e contar o’que acontece seria simplesmente estragar toda a diversão.

O jogo conta uma história bem mais séria, profunda, e pesada do que aparenta, tratando de assuntos que são de certa forma até complexos, mas ainda sim que considero bem atuais, constantemente colocando questões que sinto que não só são importantes aos personagens, mas também ao próprio jogador, passando uma mensagem que, pelo menos em minha experiência, meu faz questionar, e isso é ótimo.

Sinceramente, eu realmente não quero falar mais sobre a história, com o risco e medo de estragar a experiência, só saiba que, ela é excelente, constantemente surpreendendo, com momentos incríveis e marcantes, cheios de intensidade e mais, não há o’que reclamar aqui.

Jogabilidade

A jogabilidade de Iconoclasts é tudo que você precisa que ela seja, principalmente se tratando em um jogo de seu estilo, ela é simples, rápida e precisa, mas ainda sim te dá bastante possibilidade e opções, que vão aumentando conforme o jogo avança.

Ao começar o jogo, suas principais armas serão duas, uma Stun Gun, que pode acabar com inimigos, e também alguns obstáculos podendo dar um disparo mais forte se for carregada, e uma chave de fenda, quenão só dá um ataque giratório aos inimigos próximos, como também é essencial, já que ela é fundamental na exploração e em diversas mecânicas e situações do jogo.

Como todo jogo no estilo Metroidvania, além de seguir as fases, você será bem recompensado com a exploração, já que não só você irá descobrir vários segredos, como também diversos minérios diferentes, que ao serem utilizados, podem fornecer “Tweaks”, que são leves melhorias que podem ser equipadas a Robin.

E falando na Robin, ela não estará sozinha, já que em vários momentos do jogo, ela estará acompanhada, às vezes por um personagem, ou até mesmo por vários, mas mesmo que unidos, o seu controle será primordialmente de Robin, sendo somente em algumas situações que os outros personagens irão te fornecer alguma ajuda.

Vale notar que, também assim como os jogos nesse estilo, é possível não só melhorar as suas armas, como também pegar armas e utensílios diferentes, aumentando a possibilidade de opções para lidar com algum problema, e principalmente interagindo com os diversos quebra-cabeças que estão no caminho, lhe fazendo ter que pensar bem em como conseguir utilizar as armas que possui.

Por fim, um dos maiores destaques do jogo é o número de chefes, já que na campanha você terá que enfrentar mais de 20 chefes diferentes, sendo todos bem únicos, distintos, e criativos, rendendo lutas tanto intensas como divertidas.

A jogabilidade de Iconoclasts é um conjunto muito bem trabalhado de várias mecânicas e elementos típicos do estilo de jogo em que se encontra, e também de outros jogos de plataforma, mas foi algo que eu considerei muito bem colocado, já que traz um equilíbrio bem feito entre suas principais atividades, a exploração, resolver os quebra-cabeças, e enfrentar os chefes.

Visual

Bem, pode parecer exagero o’que eu vou afirmar aqui, mas o visual e arte de Iconoclasts é verdadeiramente belíssima!

Os cenários são bem detalhados, cheios de elementos e com ótimas cores, os visuais dos personagens são bem distintos, únicos, são muito bonitos, e a animação é realmente excelente, possuindo uma fluidez realmente maravilhosa.

Houve vários momentos do jogo que eu realmente apreciava o cenário, seja no começo com o ambiente cheio de verde, ou até mesmo em outros cenários mais adiante, que são tão bonitos quanto.

Além disso, os personagens são cheios de vida, sempre se expressando muito bem e possuindo animações ótimas e bem expressivas, e os inimigos, e até mesmo outros personagens não ficam atrás, sendo sempre bem desenhados e bem feitos.

E falando em inimigos, os chefes também dão um show a parte em toda essa obra visual, já que não só o visual deles são bem feitos, como algumas lutas conseguem também ter bastante grandiosidade, seja com a movimentação do cenário durante a luta, seja com os diversos momentos em que o chefe interagia com ele, realmente essa interação da bastante vida.

Um destaque que eu também preciso dar, por mais que seja simples, é nas falas dos personagens, que acompanham a emoção deles, seja aumentando o tamanho, seja tremendo ou se movendo de forma leve, as falas também são cheias de vida, um destaque verdadeiramente incrível, ainda mais pelo fato do jogo não possuir uma dublagem.

Em suma, Iconoclasts é um dos maiores e melhores exemplos da Pixel Art utilizada em um jogo, dando um visual único e bonito, podendo surpreender até mesmo quem não é tão fã deste estilo visual.

Trilha Sonora

A trilha sonora de Iconoclasts ao todo é muito bem executada.

Ela é em sua grande maioria composta por músicas muito bem feitas, sempre passando muito bem o sentimento da situação ou da narrativa, e também do cenário em que você está, sempre se adequando.

A coleção de músicas instrumentais é realmente vasta e com temas que realmente são bem marcantes, tanto pela ambientação que elas formam, como até mesmo engrandecendo as cenas, principalmente as mais fortes.

Ao todo, Iconoclasts possui uma boa trilha sonora, que vale a pena ser conferida.

Positivos VS Negativos

Agora, vamos aos pontos e elementos que podem desagradar caso você venha a jogar o jogo.

Em comparação a outros jogos no estilo Metroidvania, é notável que Iconoclasts não possui um mapa com tantos mistérios ou com tantos segredos assim. Claro, como afirmei antes, vale a pena explorar o cenário é os mapas, e você será sim recompensado por isso, mas não só não há uma quantidade tão grande assim em comparação aos outros jogos, como também é possível até afirmar que as recompensas encontradas não fazem tanta diferença ao todo na jornada, sendo os itens e equipamentos que realmente fazem uma brusca diferença, aqueles que você encontra e obtém durante a progressão da narrativa do jogo.

Também em comparação a outros jogos do estilo em que ele participa, Iconoclasts é um jogo relativamente curto, claro, a experiência é muito proveitosa e todo o tempo que você passa jogando o jogo é realmente ótimo, mas se você só tiver interesse na história, e pular algumas etapas por exemplo, não é difícil fechar o jogo relativamente rápido.

Por fim, acredito que se você não for muito fã de batalhas de chefes, talvez elas possam incomodar um pouco. Como afirmei anteriormente, as lutas são ótimas, fazendo de cada batalha um desafio único e incrível, mas se você for mais fã da exploração do que da batalha de chefes, talvez você se decepcione um pouquinho.

Outros Destaques

Um detalhe também bem marcante no jogo é o humor, em alguns momentos do jogo, é notável que ele faz piadas e é bem humorado, oque eu considero algo bom e de destaque, já que em uma narrativa tão pesada, o humor ajuda a balancear, com cenas que servem de alívio cômico às vezes.

Conclusão

Em conclusão, oque posso afirmar aqui é que Iconoclasts é uma ótima experiência, tanto pelos quesitos técnicos, que são muito bem feitos, mas também, e principalmente, pela história é narrativa.

Se você gosta de jogos do estilo Metroidvania, ou jogos com uma boa história, personagens cativantes, e momentos realmente marcantes,  eu altamente recomendo Iconoclasts, você não vai se arrepender.

Nota
Gráficos: 5
Jogabilidade: 4
Diversão: 4,5
Som: 4
Narrativa: 5
Geral: 4,5