O que “A Voz do Silêncio” pode nos ensinar” – Parte 3 de 3 (Adolescência).

Pode ser que ficar em silêncio e se guardar como modo de defesa, seja a melhor opção. Mas, até que ponto devemos nos fechar e manter nossos sentimentos guardados? Durante a leitura deste nosso último capítulo, irei explicar para vocês sobre o que A Voz do Silêncio (Koe no Katachi), está linda e encantadora obra de Yoshitoki Ōima, tem tanto para nos ensinar.

Nos capítulos anteriores, falei sobre a infância e uma parte da adolescência de Shouya Ishida e Shōko Nishimiya (nossos protagonistas), destacando as consequências e a atitude desesperadora que o personagem Ishida levou a ter como modo de se “punir”. Conhecemos novos personagens e também houveram reencontros; uns desagradáveis, outros nem tanto. Vimos o nosso protagonista amadurecendo e se tornando uma pessoa melhor ao querer se aproximar de Shōko e de não querer vê-la sofrer novamente. Mas durante o percurso do filme, percebemos que a outra parte também precisava ser ouvida e nos mostra que nem sempre um sorriso ou dizer que “está tudo bem”, realmente signifique que esteja tudo bem. Sendo assim, este será o principal ponto que irei explorar e dar mais atenção nesta terceira parte.

Afinal, o que “A Voz do Silêncio” pode nos ensinar? 

Aviso: Este artigo contém spoiler de “A Voz do Silêncio”. Se quiser, você também pode ler os capítulos anteriores desta nossa leitura. =D

A declaração não entendida:

Após um encontro desagradável com Naoka Ueno, percebemos que a nossa protagonista, Shōko Nishimiya, começa a demonstrar um interesse maior pelo protagonista além da amizade. Numa das cenas do filme, ela arruma o cabelo deixando-o preso (sendo que ela sempre o mantinha solto) e comprando um presente carinhoso para o Ishida, numa floricultura.

#Nishimiya Shouko from Icons of Animes

No encontro entre os dois, Shouya estranha o novo visual de Shōko, que de forma entusiasmada, tenta conversar com ele através da fala, porém ele não consegue acompanhá-la ou compreender o que ela está querendo lhe dizer. Este momento termina sendo frustrante para a nossa protagonista, por tentar se comunicar como aqueles que não tem a mesma limitação que ela. O Ishida também acaba lhe dizendo, de certa forma acidental, que a sua voz é estranha. Isso deixa Nishimiya constrangida e triste pela sua própria forma de falar, devido a sua deficiência auditiva.

#nishimiya from † I'm your devil †

Antes de se despedirem, Shōko interrompe Ishida em sua bicicleta e lhe entrega um presente carinhoso, mas o personagem acaba não entendendo a utilidade ou o que poderia ser aqueles objetos, deixando Shōko Nishimiya ainda mais triste. Por fim, a garota tenta se declarar para ele, mas o personagem novamente não a entende, confundido a sonoridade de “gosto de você” com “gosto da lua”. Com isso, a protagonista fica ainda mais decepcionada com si mesma e por ele não ter lhe entendido, indo embora logo em seguida e passando a evitá-lo por alguns dias. 

Tumblr: Image

Durante estes dias sem se encontrar com Nishimiya, o garoto busca entendê-la melhor, então Ishida se reaproxima ainda mais de Kawaii Miki e de um amigo próximo dela, Toshi Mashiba, que aparenta ser uma pessoa legal, além de interessado em ser amigo de Ishida, que vem a fazer parte do seu ciclo de amizades.

#Koe no Katachi from yo~

Satoshi Mashiba (Koe no Katachi) - Pictures - MyAnimeList.net

Um passeio (não) muito alegre no parque de diversões:

Ao se aproximar de Kawaii e ter mais um amigo, Ishida convida Shōko para um passeio de grupo, e ela aceita. No parque de diversões, a turma se reúne e para a surpresa do Shouya, Naoka Ueno também está no parque a convite de Sahara. Vemos a garota interagindo com Shōko Nishimiya, que demonstra se sentir incomodada com a sua presença, e pelas suas “brincadeiras” irônicas. 

Durante o encontro, todos se divertem, inclusive Ishida que expressa estar bastante alegre com a presença de seus amigos e por todos estarem se divertindo nos brinquedos do parque. Neste momento, ele passa a perceber o que é diversão de verdade e o real significado de amizade, que faz se aproximar ainda do grupo. 

Mesmo sendo um momento feliz para todos, principalmente para o Shouya, Ueno acaba fazendo com que o nosso protagonista se encontre com Kazuki Shimada, um de seus “amigos” de infância, que agora está trabalhando como vendedor de comida japonesa numa barraquinha do parque. Este reencontro desagrádavel faz com que Ishida fique novamente chateado com a Naoka Ueno, se fechando para ela (percebemos isso pois o rosto dela volta a ficar marcado com um X). 

Ainda não conformada por seu amigo ter mudado com o tempo e com as mudanças que houveram na sua turma de amigos da época de infância, Naoka Ueno leva Nishimiya para um passeio na roda gigante, deixando Ishida preocupado e sem entender as suas intenções, após o fim de conversa tida, não muito agradável com Ueno

 Antes de irem ao brinquedo, a irmã caçula de Shōko, Yuzuru Nishimiya, lhe dá a câmera para que a sua irmã mais velha a guarde. Porém, sem avisá-la, ela a deixa ligada para gravar tudo o que irá acontecer no passeio da roda gigante, pois desde que viu Ueno, a Yuzu não confiou na garota e decidiu fazer isso para proteger a irmã. 

Conversa na roda gigante:

Encerrado o passeio e os nossos personagens já estando em casa, Yuzu mostra uma filmagem para Ishida. Nela, vemos Ueno tendo uma discussão com Shōko na roda gigante, dizendo palavras cruéis e chegando até a agredi-la, por achar que ela está se fazendo de vítima, prejudicando ao Shouya e aos seus amigos de infância. A cena pode ser destacada por duas falas de nossos protagonistas: A primeira em que a nossa querida Shōko diz que o problema não é que ela não goste de Ueno, mas sim que a ela não gosta de si mesma. Outro destaque fica por Ishida, que ao terminar de ver a gravação, fala para a Yuzu que quer fazer com que a garota passe a gostar mais de si própria.     

O retorno ao passado, questionamentos e amadurecimentos:

Fantasmas do passado voltam a atormentar Ishida numa discussão desnecessariamente alta e em público gerada por Kawaii, fazendo com que toda a sala, assim como seus amigos (Nagatsuka e Mashiba), se voltem contra ou duvidem dele. A Kawaii fica se vitimizando, apontando o protagonista como alguém que intimidava uma garota na época do primário, que é Shōko Nishimiya. Apesar de ser verdade, ser confrontado com ela e ter tantas pessoas o encarando, fazem com que Ishida passe mal e saia da escola. Voltando para casa, ele pára em uma ponte próxima de um rio e reflete sobre algo extremamente importante para o personagem, onde vemos que ainda não o fez mudar tanto em relação ao início do filme. 

#animes from otaku-kun

Diante de tal situação, Ishida tenta fazer com que as pessoas que fizeram mal a Shōko Nishimiya no ensino fundamental, se desculpassem com ela e assumissem seus erros. Com isso, acontece muitas discussões entre o grupo, principalmente com a Naoka Ueno e a Kawaii, onde elas não admitem seus erros cometidos no passado. Não gostando do rumo que as coisas estão tomando, Ishida se assume culpado e falar coisas que também acabam magoando Nagatsuka Tomohiro, seu grande amigo e quem mais está lhe apoiando. Presenciando toda aquela discussão e vendo Ishida sofrendo com aquilo, Nishimiya fica bastante triste por tudo que está acontecendo, se sentindo até culpada pelo desentendimento de seus amigos, principalmente por causa das coisas ruins que acontecem com o Ishida.

Um sonho ruim e uma perda para a família Nishimiya:

Com Yuzuru Nishimiya estando bastante preocupada com sua irmã a sua avó aconselha a caçula da família para que ela preocupe mais com ela própria, o que envolve de certa forma se cuidar e buscar se conhecer melhor, antes de querer cuidar de sua irmã ou de qualquer outra pessoa. O diálogo agradável entre as duas, nos faz perceber que a Yuzu não tem uma relação muito boa com a sua mãe, que está sempre gritando com ela e não lhe dando tanta atenção. 

Depois das conversas entre as duas Yuzu tem um pesadelo com a sua irmã, que nos  mostra uma fotografia de um animal morto e logo depois, a sua irmã ainda criança chorando e algo fatal acontecendo com ela logo em seguida. Ao acordar deste sonho ruim ela abraça a sua avó e chama por ela, nos fazendo acreditar que coisas ruins estão para acontecer. Após esta cena, vemos o Ishida alimentando as carpas onde Shōko tem o hábito de frequentar para fazer o mesmo, mas ele ver a Yuzuru chorando e vestida com a farda do colégio. Preocupado ao vê-la naquela situação Ishida decide lhe acompanhar até um certo ponto e descobrimos a triste notícia de que a avó das Nishimiya havia falecido para a tristeza da família. 

Apesar do peso da cena do velório, há também uma mensagem positiva passada para nós que acompanhamos está encantadora animação japonesa. Pois, mesmo em meio ao clima triste a arte e as cenas nos mostram paz, beleza e o encantamento das personagens com a vida através de uma simples e delicada borboleta. Podemos interpretar a cena como uma forma da autora nos dizer que mesmo com a partida daqueles os quais amamos, o mundo não deixa de ser belo e nós devemos ainda aproveitar de suas belezas e pequenezas mesmo que sejam simples, breves ou frágeis.

#koe no katachi from hiatus

Um encontro marcante

Algum tempo após o velório da avó das garotas Nishimiya Shōko e Shouya decidem se encontrar e eles fazem um passeio no local que parece um museu a céu aberto, com paisagens naturais.  As cenas entre os dois passeando são bonitas porém, ao final do encontro, há um momento em que Shouya tem alguns flashbacks da infância, recordando da Shōko daquela época e sofre um pequeno acidente. A Shōko se desculpa com o rapaz mesmo sem ter culpa pelo pequeno acidente e diz para ele que:

O que foi dito pela Shōko, pesa bastante por ela se colocar como sendo a razão principal de Ishida ser infeliz, que reflete sobre a sua mensagem. Este pensamento da nossa protagonista marca o encontro, fazendo com que Shouya fique aflito e imaginando numa forma de melhorar a relação deles.

Reaproximação

Após as irmãs Nishimiya saírem algumas vezes com Ishida, em um certo dia, as duas acabam lhe convidando para ajudar na preparação da festa de aniversário da mãe delas, o que deixa Shouya bastante preocupado. De início, a mãe das garotas não gosta da presença dele em sua casa, convivendo com as suas filhas, mas ao ver que a Shōko feliz e não quer tirar a alegria de sua filha, a senhora Nishimiya acaba cedendo e comemorando o aniversário juntos. 

Vale destacar que neste momento é revelado que a Yaeko Nishimiya inscreveu algumas das fotos de Yuzu em um concurso deixando-a bastante surpresa por ver, pela primeira vez, a sua mãe valorizando as suas fotografias. Depois, eles combinam de irem juntos para um festival de fogos de artifício que será realizado. 

O festival e a mensagem por trás de uma despedida não feita

A família Nishimiya e Shōya se juntam no festival para ver a queima de fogos e comemorar. Por um breve momento vemos outros personagens da história apreciando a queima de fogos alguns acompanhados de suas famílias (Ueno, Kawaii e os Ishida) assim como alguns personagens solitários (Sahara, Nagatsuka e Matsuba). Após a queima de fogos Yuzuru e a mãe das garotas saem para comprar comida e acompanhamos uma conversa simples porém bonita entre os protagonistas, onde Shōya, de certa forma acidental, diz que o próximo aniversário de Shōko eles comemorarão juntos.

A chuva de fogos recomeça e vemos os nossos protagonistas a apreciando e assim que ela é pausada Shōko se levanta e diz que precisa ir embora para “estudar” porém a cena de despedida é um tanto quanto estranha, pois ao invés de dizer “até mais” como sempre a protagonista usa um sinal de linguagem equivalente a “obrigada”.

Após a saída da protagonista, Yuzuru volta com a mãe e pede para que Shōya vá ao apartamento da família buscar a câmera dela. Chegando ao apartamento Shōya pega a câmera e vê Shōko na varanda e por um momento está tudo bem… até que ele percebe que ela começa a subir a mureta para saltar dela.

Isso faz com que o rapaz grite e corra como pode pela vida daquela, cujo o seu único desejo era que gostasse mais de si mesma. As cenas nos surpreendem, porém ele consegue alcançá-la mesmo após ela ter saltado. Ishida a segura pelo pulso, diante do salvamento e pela tensão do que está acontecendo, vemos o protagonista fazendo diversas reflexões, onde ele faz promessas e clama para ter forças suficientes para salvar a sua amiga.

Entre pensamentos e arrependimentos, Ishida pensa sobre perdão, sobre entender o lado da garota, ao invés de si próprio, como no caso, se ela ainda sente raiva dele ou o que ela realmente pensa dele; e o vemos salvar Shōko por um certo preço, digamos assim. Ao erguê-la de volta para a varanda, ele termina caindo no lugar dela, mas ao sofrer a queda, o peso da visão e a sua vida passando diante dos olhos através de flashbacks, é amenizado pelos cortes usados do filme. Ainda assim, a cena tem o seu lado forte.

O perdão

Perdão é o que mais precisamos em certos momentos da vida e quem dirá o contrário quando as mães dos protagonistas se encontram e uma pede perdão a outra sobre o ocorrido, assim ambas tentam se confortar como podem pela tragédia.

Em um momento triste e de abalo para todos, ainda tem uma pessoa que nos mostra o quanto ainda está presa ao passado e a culpa uma pessoa inocente, que  está precisando de ajuda e não ser julgada ou culpada por tudo. Essa pessoa é Ueno, que mesmo sabendo do estado de Shōko, a agride de forma verbal e física. Ainda se não fosse o bastante também agride a mãe dela, que apenas veio a proteger a filha. 

Neste momento o que mais nos toca não é a discussão, e sim a forma como a mãe de Shōya interrompe a briga para que, em seguida recebesse as desculpas de uma Shōko abalada, surrada, rastejando no chão de joelhos e chorando aos seus pés. Ela grita e chora pedindo apenas por perdão. Nada mais. Nada menos.

As decisões

Um pouco após, vemos Yuzuru descartando as fotos de animais mortos que ela deixava pela casa e finalmente entendemos o significados delas. Elas são um “memento mori” para que a irmã mais velha, sempre ao vissem  aquelas fotos mudasse de opinião que ela tinha sobre desejar morrer. As fotos são descartadas uma a uma, sentindo um certo pesar pelo material que não teve o efeito desejado. Independente do ocorrido, vemos no rosto de Shōko uma expressão a qual até o momento não havíamos visto no filme, uma expressão de seriedade e determinação.

#a silent voice from yikes

A primeira ação determinada pela protagonista, é visitar Shōya no hospital, porém a entrada dela é barrada por Ueno. Apesar do incômodo, este momento rende um belo e profundo encontro com Nagatsuka. Ele lhe conta o quanto Shōya é seu grande amigo e que foi a primeira pessoa que o aceitou, sendo assim o seu primeiro amigo. O desabafo do personagem nos mostra um pouco mais além do seu lado engraçado, nos revelando que todas as tentativas de barrar Mashiba, eram na verdade uma forma de proteger e assegurar a permanência do seu único amigo o qual ele já teve, ao invés de ser apenas uma gracinha qualquer.

 Essa conversa entre os personagens dá a Shōko um objetivo único porém ousado, já que ela coloca como sua missão e diz que quer: “consertar tudo o que o que eu destruí”, palavras que foram ditas pela nossa adorável protagonista.

Mudanças e consertos 

Junto de Nagatsuka, a nossa querida Shōko Nishimiya, vai se encontrando com os seus amigos na intenção de reconstruir as relações que o Shōya Ishida fez durante seu processo de amadurecimento para que eles voltassem a serem amigos. Estando acompanhada por Matsuba, a Kawaii, com o seu jeito meio exagerada de ser, demonstra bastante preocupação com a garota, pede desculpas, diz que todos nós temos dificuldades na vida mas temos que continuar caminhando, mesmo com defeitos. 

Sahara, mostra estar envergonhada por ser incapaz de mudar com o tempo e de não ter conseguido proteger a sua amiga de infância novamente. Com isso, ela acaba não aceitando se encontrar com o Ishida, por medo de encará-lo depois de tudo. Mas, Shōko diz para ela que nunca é tarde para mudar e que a amiga precisa ter coragem. Por último, a nossa protagonista vai atrás de Naoka Ueno, e com sua persistência, as duas acabam se encontrando em vários ponto,  mas não conseguem conversar ou se darem bem uma com a outra por insistência de Ueno. Tem uma cena que nos mostra um momento mais próximo entre ambas, que não há uma palavra sequer porém no futuro veremos frutos do que pode ter havido além do que nos foi mostrado.

Terça-feira

Estamos em um sonho. Não sabemos de quem é de início, porém vai ficando claro. Estamos acompanhando um sonho de Shōko revivendo momentos “felizes” da infância, mas onde a pessoa que é importante para ela se encontra ausente, Ishida. Podemos ver sirenes, os rostos dos “amigos” de infância. Em seguida, aparece um corredor passando rápido, assim como letras indicando Ishida se comunicando e aparentemente se despedindo dela, por uma última vez nesta terça-feira (o dia no qual os dois se encontravam na ponte para alimentar as carpas). 

Shōko desperta desesperada e corre para a ponte, onde eles se encontravam. No local, ela grita e chora por não encontrá-lo. Ishida acorda no hospital se sentindo perdido, porém necessitado de ver Shōko. Ele se livra dos equipamentos médicos e corre até o local favorito deles. 

Os nossos protagonistas se encontram de uma forma inacreditável e numa das cenas mais comoventes da obra, que nos faz nos emocionar com o momento entre entes. O encontro inesperado se torna em sorrisos, lágrimas e numa conversa sincera. Uma conversa onde eles possam se entender e ouvir melhor um ao outro, para que entendessem as suas próprias conveniências.

O que mais marca nesta conversa, é ver a protagonista dizendo que tudo ficaria melhor sem ela fosse embora. O seu desabafo e o tempo que o Ishida passou em coma, enquanto salvava a protagonista da tentativa de tirar a própria vida, lhe dão palavras para acolher-lá e dizer que queria fazer o mesmo e que também se sentia como ela. No fim da conversa, Shouya pede para a que a Shōko o ajude a viver se de desculpar com todos os outros, sendo este um pedido simples e belo entre os dois.

Amigos.

Após se recuperar e voltar para sua casa, Ishida acaba se encontrando novamente com a Naoka Ueno, onde ela admite ser uma pessoa ruim e que continua não gostando da Shōko Nishimiya, mas confessa que esteve ao lado dele durante o tempo que ele passou internado no hospital e fica feliz por vê-lo bem. 

Na sequência das cenas, vemos a mãe das Nishimiya mudando o corte de seu cabelo e se dando bem com a família Ishida. Shouya começa a ajudar Yuzuru nas suas tarefas do colégio. No centro comunitário de estudo, ele se encontra com a Shōko, que lhe ajuda a encarar as pessoas, os seus amigos e lidar com as coisas que fez em seu passado.

#Koe no Katachi from 吉田翠子­

No local, Ishida não consegue encarar ninguém nem seu melhor amigo, se sentindo até mal. Mas, Shōko e o seu melhor amigo conseguem lhe alegrar e conversar com ele. Nagatsuka fica bastante alegre em ter seu amigo de volta e bem de saúde. Ele também mostra que fez uma promessa de deixar o bigode crescer, para que o seu amigo sobrevivesse e ficasse bem. 

Com os amigos juntos novamente e todos reunidos, aparece e Naoko Ueno nos mostra que também está aprendendo a língua dos sinais japonesa (JSL ou Nihon Shuwa), nos fazendo pensar que ela pode estar buscando mudar ou se dar um pouco melhor com a Shōko. A Nishimiya fica bastante surpresa e intimida Ueno, ao mostrar que ela está fazendo o gesto errado, tornando a cena cômica, e fofa por vemos a nossa querida protagonista feliz. 

Máscaras caem, surge um novo mundo e uma nova visão.

Passeando com os seus amigos no festival escolar, Shouya que continua mantendo a sua promessa feita enquanto salvava Shōko da queda da varanda, termina se abrindo para um mundo o qual ele fazia o possível para não existir nele. O mundo onde o protagonista não via o rosto das pessoas e se esforçava também para não ver ou não escutar elas. O vemos destampando os ouvidos e olhando com cuidado ao redor. Olhando os sorrisos. Olhando e vivendo uma alegria que não era só a dele.

#koe no katachi from News In The Shell

Depois de muito tempo, ele admira o que havia além de si. Ishida viu aos arredores os seus amigos, a sua família, as pessoas as quais amava, as pessoas que o deram perdão e o fizeram aprender a se perdoar, ele viu o mundo também. O mundo com cores e sorrisos como não via há anos.

Vemos uma luz ao fim do que parece ser um túnel enquanto em meio a uma multidão, agora com rostos,  o nosso protagonista chora. Ele vê os amigos que teve e que fez durante a sua jornada de perdão e durante a sua infância. Por fim, ele vê a pessoa que mais o levou a aprender a ser melhor e a se cuidar, ele vê o sorriso sincero e alegre de Nishimiya Shōko e somos cobertos por uma luz. Aquela mesma que se encontrava no fim do túnel. Este túnel que era uma jornada de perdão, compaixão, amadurecimento e autoconhecimento.

Conclusão: 

A Voz do Silêncio (Koe no Katachi) realmente é uma obra fantástica e nos traz personagens incríveis, com vários aprendizados, tendo muito o que nos ensinar, já que eles não são perfeitos, mas conseguem nos encantar e nos passar uma visão tão realista das coisas. Todos eles sentem dificuldades, tem problemas em suas relações, sejam familiares ou sociais. Está incrível obra nos ensina que nunca é tarde para queremos nos tornar pessoas melhores, que as amizade verdadeira pode ser aquela que surge de onde a gente menos espera. Nos ensina que antes de querer perdoar alguém, temos que primeiro nos perdoar e amadurecer com os erros cometidos. Também nos ensina que devemos ser mais compreensíveis, ouvir o que o outro tem a dizer e entender as dificuldades que as pessoas têm ao querer expressar, fazer amigos ou pela dificuldade de se comunicar; seja pela timidez, traumas ou por alguma deficiência auditiva, como no caso da nossa querida Shōko Nishimiya

#koe no katachi from i was mikotoray

Espero que tenham gostado deste nosso último capítulo sobre O que “A Voz do Silêncio” pode nos ensinar. Lembre-se, se estiver precisando de ajuda, de apoio emocional ou psicológico, entre em contato com CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo número 188 ou no link que disponibilizamos, clicando aqui: https://www.cvv.org.br/quero-conversar/.

Obrigada pelo apoio, se cuidem e até mais! <3