O Vento Muda – As mudanças da vida

Neste filme de 2018, O Vento Muda (Le Vent Tourne), temos o primeiro filme falado inteiramente em francês da diretora suíça Bettina Oberli. Tendo como plano de fundo uma zona rural isolada, esse filme é estrelado por Mélanie Thierry, Pierre Delandonchamps e Nuno Lopes.

Alex e Pauline são um casal que toma conta de uma fazenda e seus animais. Os dois vivem bem isolados das outras pessoas e não tem muito contato com a tecnologia, preferindo viver de forma mais natural. Com a ideia de tornar a fazenda ainda mais autossustentável, eles decidem instalar uma turbina de vento. Com isso, entra em cena o engenheiro Samuel que acaba chamando a atenção de Pauline. Na história, temos também a jovem Galina, que vive na área de Chernobyl e vai passar um tempo na fazendo para que o ar das montanhas melhore sua saúde.

Logo de cara é possível perceber que Pauline não parece muito satisfeita com a vida que leva. Ela gosta dos animais e da fazenda, mas algo está faltando em sua vida. Tudo fica ainda mais abalado quando ela começa a se interessar por Samuel. Os dois passam uma noite juntos e esse envolvimento é o suficiente para mudar as estruturas e como Pauline vê a vida que leva. Sua personagem muda também depois que ela fica mais próxima de Galina. A menina leva Pauline para sair e traz de volta a juventude de Pauline e faz com que ela se solte mais e veja a vida de outra forma também.

©Be For FIlms

Sendo o primeiro filme em francês da diretora, ela teve a oportunidade assim de trabalhar com um leque maior de atores e a escolha de Mélanie Thierry para o papel principal se faz promissor. A atriz entrega uma interpretação bem sincera e se destaca mais que os outros atores. A trilha sonora é bem simples. Enquanto a fotografia é muito bonita. Os cenários ajudam muito para isso, principalmente na cena em que eles estão próximos a um penhasco e a neblina está cobrindo tudo. A revelação da paisagem depois que a neblina baixa é muito gratificante. Stephane Kuthy, a fotógrafa que trabalha sempre com Bettina Oberli, se destaca pela composição das cenas.

A imagem é clara e o enquadramento foca mais no rosto dos personagens e também em suas ações, usando um enquadramento mais próximo possível das mãos dos personagens, por exemplo.A história do filme não é algo inovador, sendo bem lenta, e o desenrolar dos sentimentos dos personagens é uma coisa já antes vista em vários outros filmes, mas vale a pena assistir para se ter mais experiências com filmes de outros países, nesse caso, Suíça, que é um cinema que não temos costume de procurar assistir.